26 outubro 2007

DÁ-NOS IR À SUA PRESENÇA A CADA DIA SENHOR!

“...o pão nosso de cada dia nos dá hoje;”
Mateus 6.11

Oração é um tema da vida cristã no qual tenho refletido muito ultimamente. De forma específica, tenho pensando a respeito da oração que Jesus ensinou aos Seus discípulos, a qual conhecemos como sendo a “Oração Dominical” – apesar de entender pelo relato bíblico que não se deva orar a mesma somente aos domingos. E ao meditar sobre esta oração me pego pensando especificamente no verso que diz: “... o pão nosso de cada dia nos dá hoje”. Nele fui levado a várias passagens bíblicas, como a do maná dado no deserto e que não se podia guardar para depois – o povo deveria aguardar por Deus no outro dia –, como também em versos como os dos Salmos 84.7 e 42.2. Bem, gostaria de compartilhar algumas considerações que meu coração trouxe a mim a partir do texto de Mateus. São reflexões simples, e que exponho a seguir, entendendo que ao pedirmos o “pão de cada dia” estamos:

a) Reconhecendo nossa dependência de Deus: isto é reconhecer que toda a provisão do dia começa e termina nEle. O pão que nos fortalece pela manha não vem de nós. Não resulta tão somente em um esforço isolado de mãos calejadas. É parte integrante do Dom da vida dada por Deus. Orar “dá-nos o pão nosso de cada dia” é fazer referencia a uma existência a qual, sem Deus, não resistiria aos desafios que se apresentam já pela manhã, e se estendem por todo dia. É declarar que nossa existência neste dia depende da ação de Deus em favor de nós já no pão colocado sobre a mesa junto ao café e o leite, a qual se estende sobre a benção do ir ao trabalho, do almoçar, da volta pra casa, do jantar em família, e do sono tranqüilo até o ciclo do novo dia, no qual, pela manhã, novamente vamos diante dEle receber de Sua mãos a provisão pra continuidade da vida.

b) É reconhecer, portanto, que a vida e tudo o que temos advêm dEle: é dizer: “sabei que o Senhor é Deus: foi ele quem nos fez e dele somos; somos o seu povo, e rebanho do seu pastoreio.” (Salmo 100.2). Nós seres humanos somos os únicos seres criados cuja existência não está plena em nós mesmos. Não sou ser humano em mim mesmo, mas minha existência aponta para além de mim. Isto porque Ele colocou a Sua Imagem e Semelhança em nós. Portanto, só podemos existir enquanto imagem e semelhança de Deus. Assim sendo, orar “o pão nosso de cada dia nos dá hoje” é reconhecer que o salário do pecado é a morte, mas, o da vida eterna (a qual já se vive no hoje, e se viverá no amanhã, é o Dom gratuito de Deus (Romanos 3.3). É ser livre da auto-suficiência que nos escraviza e nos impossibilita viver a vida em Sua plenitude. É orar reconhecendo o Senhor em todos os nossos caminhos (Provérbios 3.6), dizendo: “durante o dia, me concede a sua misericórdia, e à noite comigo está o seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida.” (Salmo 42.8). Desta forma, não há como fugir do fato de que tudo em nossa vida vem dEle. Reconhecer isto a cada manhã, faz parte da oração que pede: dá-me mais do Pão da Vida neste dia, Senhor (João 10.10).

c) É também a única forma de nos vermos dia a dia diante de Sua face, a cada manhã: mais que uma declaração de dependência, orar pedindo “o pão nosso de cada dia nos dá hoje” é ir diante dEle, do Rei, e estar com Ele arrazoando a respeito de nossas expectativas diárias, e fazer a entrega das mesmas diante dEle, na certeza de que isto nos trará Sua paz que excede todo entender (Filipenses 4. 6-8). Às vezes, vive-se na dependência de alguém sem sequer conhecer sua face. Um empregado de uma fazenda em Goiás pode ter todo o sustento de sua vida no pagamento feito por seu patrão na Itália, sem sequer ter estado com ele durante toda uma vida. Hoje em dia há filhos que estudam, comem, vestem, andam de carro, sem sequer falar com seus pais durante o dia, talvez semanas ou meses. Dizem que são os desencontros da agenda. Quantos cristãos não vivem assim, acordando, comendo, trabalhando, descansando no turno da noite, afirmando que tudo vem de Deus, mas não têm um minuto do dia diante da face do seu Deus? A oração do Pai nosso nos livra disto, e nos faz todos os dias aparecer, como diz o Salmos 84.7, ante a face do Senhor: “Vão indo de força em força; cada um deles aparece diante de Deus em Sião.”. Pois, cada vez mais ao orarmos pela manhã pedindo “o pão nosso de cada dia”, mais somos tomados pelo desejo de estar diante do Rei. Passamos dos que antes não tinham tempo para ali estar, aos que agora dizem como o salmista “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando irei e me verei perante a face de Deus?” (Salmo 42.2).

Graças a Deus porque por Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo, temos acesso livre, contínuo, eterno para a Sua presença Santa (Hebreus 10.19ss).

Aprendamos a orar a oração que o Senhor nos ensinou. Ela nos faz andar no caminho da comunhão, da intimidade, da dependência, do reconhecimento, do testemunho que glorifica, do não esquecimento de quem é o nosso Deus, e de que tudo que somos e temos vem dEle.

Assim seja Senhor a nossa vida! Um dispor diário para estar contigo pelo que Tú és Senhor, celebrando o que fazes por nós, em Cristo Jesus, Teu Filho no qual tem prazer, e em quem todos somos feituras Sua cada dia mais pelo Teu Espírito, amém.

Bom é render graças ao Senhor, e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo, anunciar de manhã as tuas misericórdias, e, durante as noites, a tua fidelidade...”. Salmo 92.1-2.

Cleber Batista Gouveia.
Pastor Auxilidar da 1ª. IPI do Distrito Federal,
e colaborador do site: www.falaremdeus.blogspot.com

28 setembro 2007

Se você sabe, por que não tem os pés formosos?

Em um dia de sol quente do mês de setembro deste ano, estive vendo uma pregação do pastor Ariovaldo Ramos a respeito dos pés formosos de quem anuncia as boas novas (Isaías 57.12 e Romanos 10.15). Nele, Ariovaldo nos faz refletir a respeito da expressão “pés formosos”, e do “por quê?” o texto bíblico fazer referência a respeito dos pés, e não as mãos? Ariovaldo diz mais ou menos assim: “os pés formosos assim o são, pois quando estão em movimento, expressam um coração que já se dispôs a anunciar as boas novas, as boas noticias de Deus para a humanidade decaída, alvo de Seu amor e de Sua Graça em Cristo Jesus”.

Ariovaldo falou ainda, nesta série de palavras sobre missão, a respeito de sabermos o mistério do Senhor revelado em Cristo Jesus. O mistério da reconciliação pelo Seu Corpo e pelo Seu sangue, e clamou em alta voz para que a Igreja fale deste mistério.

Quinta-feira, dia 20 deste mesmo mês de setembro, estava lendo as recomendações de Paulo ao seu filho na fé, o jovem pastor Timóteo: Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem,2 - 6 o qual se deu a si mesmo em resgate por todos, para servir de testemunho a seu tempo; 2 - 7 para o que (digo a verdade, não minto) eu fui constituído pregador e apóstolo, mestre dos gentios na fé e na verdade. (I Timóteo 2. 5-7)

Refletindo no que o Pr. Ariovaldo Ramos disse em seu sermão, e no que Paulo diz em sua carta, creio ser hoje o tempo oportuno e urgente para o anúncio deste mistério de Deus revelado em Cristo Jesus: de que Ele morreu pelo pecado de todos os homens, pois o desejo do Pai é que todos sejam salvos (versículo 6n). E creio também que a mensagem não deva ser pregada somente pelos jovens pastores como Timóteo, ou pelos antigos como Paulo, mas por todos os crentes, sacerdotes reais, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, chamado das trevas para proclamar as virtudes daquEle que os libertou (1a Pedro 2.9-10).

Desta forma, recorrendo ao clamor de Ariovaldo Ramos, gostaria de dizer como ele: “você sabe”, “você sabe”, pois o mistério da reconciliação de Deus foi revelado a você, pois Ele está em você; Cristo está em você!(Efésios 1.9; Colossenses 1.26-27). E, se o Espírito Santo tem sido Consolador em sua vida, com certeza não somente tem ensinado a respeito da salvação, como ainda tem manifesto a presença do Cristo de Deus, ressurreto, poderoso, e, uma vez manifestas as virtudes dEle em você (I Pedro 2.9), em nós, não se pode negar o chamado, não se pode negar o proclamar estas mesmas virtudes ao ser humano decaído, carente da gloria de Deus (Romanos 3.23).

Por isto, de forma bem simples e sucinta, quero dizer: “você, eu, temos a mente de Cristo (I Coríntios 2. 16) . Você, eu, somos chamados a fazer as mesmas obras e obras maiores (João 14.12). Assim sendo, anunciar as boas novas será sempre algo inerente a nossa jornada Cristã, inerente a nossa vida cristã normal que eu, e você, recebemos do Pai em Cristo Jesus, o Pão da Vida”.

Cleber Batista Gouveia. Pastor Auxiliar na 1a. IPI do Distrito Federal e Cooperador no blog www.falaremdeus.blogspot.com

12 agosto 2007

Aprendendo a ser pais com nosso Pai....

Gênesis 1 - 26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa IMAGEM, conforme a nossa semelhança [...]
Gênesis
5 - 3 Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua IMAGEM, e pôs-lhe o nome de Sete.

Hoje, nós brasileiros comemoramos uma data muito importante: o dia dos pais. Dia em que se comemora a existência de pessoas do sexo masculino, cuja missão recebida de Deus, juntamente com a mulher de sua mocidade, é a de prover aos seus filhos e às suas filhas condições para que possam viver melhor a vida, como também aprenderem administrá-la.

Considero esta uma Tarefa complexa, por isto difícil, cujos desafios se mostram cada dia maiores, diversos, dinâmicos. Junte-se a estes o fato de nossa geração ter como principal característica o questionar as autoridades constituídas, o que piora ainda mais a administração de tão grande responsabilidade.

Mas, os pais, apesar de todas as lutas e desafios, continuam a cuidar de seus filhos, e a amá-los mesmo quando são rejeitados. Por que isto? Penso que a resposta está na criação.
Gênesis
1 - 27 Criou, pois, Deus o homem à sua IMAGEM; à IMAGEM de Deus o criou; homem e mulher os criou.

Vejo que o pai, como imagem e semelhança de Deus, o Pai, refletem algo que lhes fora comunicado pelo Senhor: o amor incondicional! Quando olhamos para a Bíblia não podemos negar isto. Em textos como a Parábola do filho prodigo, ou em textos com Jeremias 31, vemos um Deus que se revela como tal. É provedor, garladoador, perdoador, restaurador, que conduz, dá terras por herança, orienta, salva, luta pelos seus filhos, e os abençoa com Sua presença e poder.

No novo testamento, vemos a imagem de Deus como Pai ainda mais forte na pessoa do Senhor Jesus. Quando o Deus Filho se faz homem, logo assume sua condição de Filho:

Mateus 7 - 21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de MEU PAI, que está nos céus.
Mateus
10 - 32 Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de MEU PAI, que está nos céus.
Mateus
11 - 27 Todas as coisas me foram entregues por MEU PAI; e ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Mateus
12 - 50 Pois qualquer que fizer a vontade de MEU PAI que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe.
Mateus
18 - 19 Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por MEU PAI, que está nos céus.
Mateus
18 - 35 Assim vos fará MEU PAI celestial, se de coração não perdoardes, cada um a seu irmão.
Mateus
26 - 39 E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: MEU PAI, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.

Todos estes textos são palavras do próprio Senhor. Neles, Ele não deixa dúvidas quanto a paternidade de Deus. Meu Pai, é a expressão que mais se repete. E quando o Senhor faz a vontade do Pai aos homens, Ele revela o caráter do Pai. Quando o Senhor Jesus em todos os evangelhos cura, quando liberta, quando multiplica pães e peixes, quando transforma água em vinho, quando perdoa uma mulher adultera, quando come com pecadores, Ele está revelando o Pai.

Em Jesus Cristo, por mais que alguns tentem negar, vemos Deus revelando seu propósito eterno de se relacionar conosco como Pai. E isto está implícito no ato da criação. Voltando ao livro de Genesis, vejo que homem e mulher Deus nos criou, dando-nos em Sua imagem e Semelhança a capacidade de gerar vida,e povoar a terra. Este ato revela a capacidade do homem de ser pai. De onde herdou? Assim como a capacidade de gerar, a de criar como pai com amor e dedicação, veio de Deus, o nosso Pai.

Olhando para o Senhor Jesus, vejo que Ele sempre fez questão de lembrar aos de seu tempo que sua vida e ministério não advinham de si mesmo. Que suas ações de amor em prol de cada pessoa que curou, libertou e levou as boas novas, eram ações que refletiam o amor do que o havia enviado. Ele mesmo disse a Felipe: João 14 - 9 Respondeu-lhe Jesus: Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Felipe? Quem me viu a mim, viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?

E como podemos hoje nos apercebermos de como é o Pai? Penso que, assim como Ele revelou a nós Seu desejo de que O reconheçamos como Pai em Seu filho, precisaremos olhar novamente para o Filho, pois, quem o vê, “...vê o Pai.”. Assim sendo, devemos olhar para as palavras de Jesus, pois nos ensinarão a respeito de Si, e do Pai.

Creio, portanto, precisarmos entender nesta noite que, se desejamos conhecer verdadeiramente o Pai, precisamos conhecer o Filho. Que se desejamos viver como filhos de Deus, o Pai, precisamos observar como o Filho viveu, e seguirmos Seus passos. Pois, ninguém vai ao Pai, se não for por Jesus Cristo (João 14.9).

Portanto, se há uma palavra que gostaria que fosse compreendida nesta noite é: pais, se quiserem ser pais, segundo o coração de Deus Pai que está nos céus, aprendam com o Seu Filho, pelo qual fomos feitos filhos por adoção (João 1.14 e Romanos 8), pois Ele nunca fez a sua própria vontade, mas esteve entre nós para “fazer a vontade do Pai”, e revelar como Ele é.

Mas também tenho uma palavra aos filhos. Filhos, assim como o Senhor Jesus em todos os dias de sua vida procurou fazer a vontade de Seu Pai, do nosso Pai, olhem para seus pais com respeito, pois Eles, ao obedecerem ao Senhor Jesus, e viverem de acordo com Sua Palavra, refletem quem o Pai que está nos céus é. Olhem para o Senhor Jesus, e sigam seu exemplo como filho, pois Ele mesmo testifica a Seu respeito na sua relação com Deus Pai João 12 - 49 Porque eu não falei por mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, esse me deu mandamento quanto ao que dizer e como falar. 12 - 50 E sei que o seu mandamento é vida eterna. Aquilo, pois, que eu falo, falo-o exatamente como o Pai me ordenou. Olhem para Ele, e aprendam a amar e respeitar seus pais, pois este é o primeiro “mandamento com promessa”. E todos os dias de sua vida serão prósperos, bem sucedidos, e longínquos.

Hoje é noite de celebração pelo dia dos Pais. Rogamos todas as bênçãos de Deus sobre eles. Pelos pais de nossa igreja, deste bairro, desta cidade, deste estado, deste país, do mundo. Pois sei que quando os pais estão aos pés do Senhor, os lares são fortalecidos. Que o Pai de toda eternidade, o príncipe da paz, o Pai de toda consolação, o nosso Deus de Luz e amor, seja, como Pai que é, abençoador e pastor de vossos corações.

Assim sendo, penso que esta é a melhor forma de comemorarmos os dias dos pais. Lembrando-nos e celebrando aquele que é o Pai de todos nós.

No amor daquele, cujo Pai nos adota em Si,

Cleber Batista Gouveia,pr.

02 agosto 2007

Olhar para além dos montes...

SALMO 121
121 - 1 Elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro? 121 - 2 O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra. 121 - 3 Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não dormitará. 121 - 4 Eis que não dormitará nem dormirá aquele que guarda a Israel. 121 - 5 O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua mão direita. 121 - 6 De dia o sol não te ferirá, nem a lua de noite. 121 - 7 O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua vida. 121 - 8 O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.



Nós vivemos dias em que as palavras do Salmista se encaixam muito bem. São tempos em que nossa entrada, principalmente se for num avião, nos dá medo. Tememos pela saída, de como, e se esta acontecerá. Mas é certo que também há medo quando um professor em nossos dias entra numa escola na periferia. "Será que serei novamente agredido?, ou agredida?". Mas, assim como valem as preocupações, e a sensação de que a peregrinação esta por ser interrompida com o ataque dos ladrões que descem dos montes, é certa a possibilidade do socorro divino. De onde nos virá o socorro?. Daquele que fez os céus e a terra (v.2).

O salmista parece ser um morador da cidade grande, ou mesmo de uma pequena cidade tomada pela violência urbana. Pode ser também um morador do campo indefeso, sendo atacado por ladrões. Poderia ser ele também uma pessoa bem guardada pelos seus seguranças, ou que more numa cidade tranquila, mas cujo coração é atacado constantemente pela culpa, pela solidão, pelo medo, pela angústia, pela depressão, pela falta de amor, compreensão, pelo pecado, pelo inimigo de nossas vidas; Para todos, porém, há socorro em Deus no tempo oportuno.

O salmista demonstra ter encontrado a trilha para o abrigo de sua vida, em tempos de aflição. Seus olhos, ao perceberem o perigo, vão diretamente para além da situação e dos que vêm contra ele. Eles se elevam para o alto, não em busca do socorro, mas já visualizando aquele que o traz. Parece-me que não há dúvida se Deus o ajudará ou não. O vejo mais afirmando aos seus inimigos: "Acham que estou só, indefeso? Esperem! O Senhor já vem, e com Ele é certo o meu livramento por Suas poderosas mãos!".

Olhando para o texto, e para a ação do salmista, compreendo que a segurança dos seus pés estão na caminhada de fé diária pela trilha do relacionamento com Deus, ao ponto de, no momento em que é surpreendido, ter a calma e a paz para fazer uma afirmação de que seus inimigos vêm contra ele com lanças e paus, mas ele os enfrentará com a força do Senhor, pois têm a sua amizade e aliança.

Em sua boca há a mesma confissão de fé: "se Deus é por nós, quem será contra nós?". Uma afirmação construída no dia-a-dia, exercida nos dias maus, reafirmada após a vitória, pois na batalha esteve com ele o Senhor. Por isto, o autor da carta aos Hebreus diz que seus olhos estão constantemente firmes no autor e consumador de sua fé, Jesus Cristo, no qual pode enfrentar suas lutas (Hebreus 12.2).

Acredito que nossos dias são tempos onde a maldade se multiplica no coração do ser humano, talvez de uma forma como minha geração não tenha visto. Ou talvez só agora estejamos despertando do sono, e descobrindo que a multiplicação do mal não seja algo tão recente. Descobrindo que temos uma inclinação para ações destrutivas desde Caim e Abel, e de que não há acepção de pessoas entre as vítimas, sejam estas crentes ou não.
Contudo, entendo que precisamos continuar com os olhos firmes, e a confiança renovada de que o guarda de Israel não cochila e nem dorme, e por isto não permitira que nosso pés vacilem nos dias maus. De que Ele não está desatento para com nossas vidas, e deste modo, continuará provendo socorro no tempo oportuno, fazendo-nos cantar: "O meu socorro vem de Deus, criador dos céus e da terra...".


No amor deste, que é nosso refúgio e baluarte,


Cleber Batista Gouveia, pr.
Pastor Auxiliar da Primeira Igreja Presbiteriana Independente em Taguatinga, DF
Capelão do Colégio Cedecap.

28 junho 2007

Vencendo as tentações...

Tendo, portanto, um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou os céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno. Hebreus 4.14-16

O Senhor sustém a todos os que estão a CAIR, e levanta a todos os que estão abatidos.
Salmo 145.14


Não importa a nossa maturidade espiritual, nunca escaparemos do alcance da tentação. Ser tentando não é um sinal de carnalidade, mas uma evidência de nosso caráter humano. Neste planeta cheio de pecado, a tentação é um fato de vida!
Trecho do Livro “Os 7 Estágios da Tentação" de Richard Exley



As tentações são reais. Por elas os seres humanos são levados a realizar todos os tipos de pecados, desde os mais simples, como roubar uma tesoura que se pode pagar, colar na prova, mentir que dormiu na casa do amigo, até as mais complexas como matar, roubar e adulterar. A tentação tem várias origens, pois vários são nossos desejos, e deles pode surgir a tentação, seja de um desejo não suprido, ou mal administrado. O que desejo abordar aqui, porém, é o fato de a tentação, e o seu enfrentamento, nos mostrar algumas realidades, dentre elas duas verdades e duas mentiras. Começo pelas mentiras:

A primeira mentira é: não sou pessoa sujeita a tentação: esta é a primeira grande mentira. Por ela somos levados a imaginar a nós mesmos como sendo pessoas intocáveis por pecados praticados por outras pessoas, quanto mais ser tentados por tal coisa. Mas é também a mentira que nos leva a culpar os outros pelas nossas fraquezas e consequentes quedas. Adão e Eva no paraíso fizeram isto. Sucumbiram a tentação e quando Deus os confrontou, disse Adão: “foste a mulher que me deste...”, e disse Eva: “a serpente, foi ela...” (Gênesis 3. 2 -3). Muitos vivem assim, e não conseguem, desta forma, se verem livres do realizar com prazer as insinuações da tentação.

Conheço o caso de um jovem amigo que, após ser livre das drogas, um dia afirmou aos amigos que não sofreria os efeitos se fumasse novamente. Achou-se imune, pois confiava que seu corpo seria “revestido de tal forma, que a droga não agiria”. Fumou, e esta pior que antes, usando a palavra como desculpa para o seu vício. Eis o grande poder desta mentira.

A segunda é: ver a mentira como se fosse uma grande verdade, e a verdade como se não fosse tão verdadeira assim: ao sermos tentados surge uma grande mentira em forma de afirmação: “é certo que, se comeres, sereis conhecedor do bem e do mal, sereis iguais a Deus”; “é certo que, se fizeres bem feito, nunca o pegarão, e ficarás milionário, sem necessidade de mais nada”; “é certo que, se matares, livre serás deste incomodo”; “é certo que, se adulterar, e fizer bem escondido, com cumplicidade dela, ou dele, seu esposo ou esposa, não saberá”, e outra grande mentira em forma de pergunta: “és certo que morrerás?”; “será mesmo que lhe pegarão?”; “será mesmo estou feliz neste relacionamento?”; “será que ser honesto compensa?”.

São mentiras que vêm ao nosso pensamento, e nos levam a desejar outra realidade, sempre pior, como se fosse melhor do que a verdade, e a justiça. Em outras palavras, nos ilude, e, quando sucumbimos a suas doces palavras, nos faz mentir para nós mesmos; mentira esta a qual gozaremos com prazer se não formos desmascarados por Deus, como Davi o foi por Natan (II Samuel 12).

Estas são as duas grandes mentiras as quais estamos sujeitos a vivenciar quando tentados, sendo que destas surge, ao aceitarmos as indicações da tentação, uma terceira: “não há mais esperança em Deus para você! Você é fraco, e Deus não aceita fracos!”. Contudo, quero rebater as três a partir do texto de Hebreus, apresentando duas grandes e vitoriosas verdades de Deus a respeito da nossa luta diária contra a tentação:


Primeira Grande verdade é: somos sujeitos a todos os tipos de tentações: não importa o quanto você seja experimentado na vida cristã e no manejo da Palavra. Não importam suas experiências com Deus, não importam os grandes feitos, você é sujeito à tentação, eu o sou. Vejamos o que diz Tiago em relação a isto, no primeiro capítulo de sua carta:

v.13 Ninguém, sendo tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele a ninguém tenta. v.14 Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; v.15 então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.

Paulo também nos dá grande testemunho desta verdade. Apóstolo levantado pelo próprio Senhor, e sendo homem que experimentou grande poder em sua vida, que suportou açoites, naufrágios, prisões, expulsou demônios, curou enfermos com a própria roupa e através de objetos pessoais dos mesmos, confessou ser totalmente sujeito à tentação e ao fracasso diante desta:

“7.15 Pois o que faço, não o entendo; porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço [...] 7.18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está.
7.19 Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico [...] 7.24 Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?” Romanos 7. 15, 18, 19 e 24.

Ou seja, não importa o quanto experiente você é. O quanto você ora, jejua, estuda a Palavra, és sujeito à tentação. O texto de Hebreu quanto a isto é bem claro ao afirmar que Cristo, o Senhor, o Deus que se fez carne, “... como nós, em tudo foi tentado.” (v. 15 b). Ele também esteve sujeito à possibilidade do pecado. Ele, entretanto, não pecou; não é o nosso caso. Aproveito esta afirmação do autor de Hebreus para deixar claro algo nesta verdade que aprendi nestes dias lendo Os sete estágios da tentação, de Richard Exley: a tentação não é pecado. Cristo fora tentado sem, porém, pecar. Mas o fora. A tentação, portanto, não é o pecado em si, mas pode-se tornar quando a ela sucumbimos.

Por isto, podemos não ser capazes de praticar certos tipos de pecados, ou por não sujeitarmos a tentação, ou por não termos a ocasião e o lugar oportunos. Entretanto, não podemos negligenciar a realidade de que estamos sujeitos às tentações, pois seria esta a grande oportunidade da carne, de satanás, e a nossa grande ruína.
Saiba: temos fraqueza! Não é horrível admitirmos isto, principalmente, quando o fazemos diante do Senhor Jesus Cristo, pois isto nos fará alcançar ajuda no tempo oportuno (Hebreus 4.16).

A Segunda Grande verdade, portanto, é: temos ajuda no tempo oportuno: O autor de Hebreus é magnífico em seu ensino. Somos sujeitos à tentação, sujeitos a sucumbir a esta devido as nossas fraquezas, mas, Cristo Jesus, o nosso Sumo Sacerdote, sabe o que passamos, e está pronto a nos ajudar! Ele não nos acusa, mas nos justifica. Ele não nos deixa sozinhos, mas nos assiste. Por isto, acheguemo-nos a Ele, e sejamos assistidos.

Paulo também deu esta mesma orientação aos cristãos, objetivando levá-los à consciência desta realidade, e a viverem a vitória que há em Cristo Jesus, ao afirmar:

...Não vos sobreveio nenhuma TENTAÇÃO, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a TENTAÇÃO dará também o meio de saída, para que a possais suportar.” I Coríntios 10.13

Pedro, outra coluna da Igreja, reafirma esta verdade:

...também sabe o Senhor livrar da TENTAÇÃO os piedosos, e reservar para o dia do juízo os injustos, que já estão sendo castigados... I Pedro 2.9.

O que vemos nas palavras do autor de Hebreus, de Paulo e de Pedro? Vemos o Senhor falar conosco que sabe que não somos como Cristo, pelo contrário, totalmente sujeitos a aceitar a sedução da tentação. Que somos também totalmente sujeitos a aceitar a grande mentira de que Ele nos deixará sozinhos, à mercê do poder da carne, do diabo, e de suas artimanhas, e, por isto, usa seus servos a fim de nos fazer levantar os olhos para os montes, e ver que o nosso socorro é vindo sem falta da parte dele dos céus (Salmo 121).

O que devemos fazer então? O próprio autor de Hebreus é claro a respeito disto. Tendo um sacerdote que sabe o que é ser tentado, e por isto se compadece de nós em nossas fraquezas e nos ajuda, ele nos afirmar que precisamos ter duas atitudes diante da tentação:

Primeira: “...não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da TENTAÇÃO no deserto...” Hebreus 3.8

Segunda: "Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno." Hebreus 4.16

Desta forma, concluo fazendo o mesmo convite e a mesma orientação que o Senhor nos dá, a mim e a você, nos Evangelhos. O convite é a pratica da oração “...perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos deve; e não nos deixes entrar em TENTAÇÃO, (mas livra-nos do mal.)” o qual ele nos faz em Mateus 26.41, e a orientação é a que esta em Marcos 14.31 “Vigiai e orai, para que não entreis em TENTAÇÃO; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.”

Creio que, se assim o fizermos, teremos ajuda no tempo oportuno, e se cairmos, a coragem de perseverar na certeza de que o cair é do homem, e o levantar de Deus. Contudo, o que está em pé, cuide para que não caia (I Coríntios 10.12), pois a ajuda do Senhor para isto nós temos.


Cleber Batista Gouveia, pr.
Pastor Auxiliar da 1a. Igreja Presbiteriana Independente do Distrito Federal.

26 junho 2007

Site pela família....

Coloco na sessão de links, o site a VINACC, uma associação cristã, a qual tem um posicionamento firmado contra este movimento que busca intimidar a Igreja quanto a seu posicionamento contra a homossexualidade... vale a pena ler o site e apoiar esta idéia.

23 junho 2007

VOCÊ JÁ LOUVOU HOJE?



“Louvai ao Senhor, porque é bom e amável cantar louvores ao nosso Deus” ( Salmo 147.1a)

O dicionário define assim o verbo Louvar: Verbo transitivo direto. 1.Dirigir louvor(es) a; elogiar, gabar; 2.Exaltar, enaltecer, glorificar. 3. Confirmar com elogio; aprovar; aplaudir. 4.V. bendizer; 5.Calcular o valor de; avaliar. (Dicionário Aurélio)

Na Bíblia, louvar a Deus não é uma mera sugestão. Nem tampouco é um mandamento para que se cumpra um script de um ato religioso. Louvar somente quando se sente vontade, ou para se cumprir um roteiro de um culto público, é apenas uma sombra do que a Bíblia define como o Louvor verdadeiro ao Deus Verdadeiro.

Louvar a Deus é um mandamento! O louvor deve ser oferecido a Deus com alegria, com vida santa, no poder do Espírito. O louvor deve ser motivado por Deus, oferecido a Deus, de acordo com a Palavra de Deus. O trono de Deus está cercado do louvor dos serafins. O céu será para sempre o lugar da mais excelsa manifestação de louvor dos remidos. Contudo, Deus não precisa do nosso louvor! Deus não se torna melhor, maior ou mais digno, se O louvamos. De igual modo, Deus não perde sua Glória, Poder e Majestade, se não O louvamos. Em Deus “não existe variação ou sombra de mudança” (Tiago 1.17). O Senhor Todo-Poderoso não é um narciso que, carente de atenção, precisa de aplausos para ser feliz! Louvar a Deus é uma necessidade que temos, e não uma necessidade que Deus tem. O louvor a Deus traz-nos libertação, entusiasmo, restauração, cura e quebrantamento.

Quando Deus ordena que o louvemos é para o nosso bem! Se não O louvamos tornamo-nos perdidos e confusos, sem rumo e sem sentido na existência! Se não O louvamos tornamo-nos pobres, pois reduzimos a vida à aparência do que tem valor. Reduzimo-nos às coisas que recebemos e compramos, aos diplomas que conquistamos, aos títulos que os outros nos outorgam... Enfim, ficamos tão pobres que a únicas coisas que temos são estas pobres coisas que temos! Deus nos converte a Ele e louvá-LO nos mantém olhando para a direção certa, dando valor ao que realmente tem valor!

O louvor é um dos métodos terapêuticos de Deus para curar nossa natureza voltada para nós mesmos e para as obras de nossas mãos!

E você, já louvou hoje?


Rev. Ézio Martins de Lima
Pastor da IPI Central de Brasília.

Motivo de nossa celebração...

Hoje tenho que falar aos jovens da congregação onde vivo a vida pastoral. É um dia especial, de comemoração do aniversário da esposa do Presbítero Uilian, Dulcineia. Irmã amada, dedicada, jovem mãe que demonstra uma vida de entrega e amor ao Senhor Jesus. Compartilho abaixo o texto de minha meditação, em primeira mão, aos leitores do blog. Que seja sobre todos nós, o júbilo que brota da nova vida em Cristo Jesus.


Salmo 100. 1

ce.le.brar vtd (lat celebrare) 1 Realizar com solenidade. 2 Comemorar, festejar. 3 Publicar com louvor; exaltar.
jú.bi.lo sm (lat jubilu) 1 Grande alegria ou contentamento. 2 Regozijo. Antôn: tristeza. re.go.zi.jo sm (cast regocijo) Grande gozo; vivo contentamento ou prazer.

O Texto nos diz: Celebrai. Quando celebramos, celebramos sempre por algum motivo. Lembro-me do povo de Israel quando celebrava as vitórias sobre seus inimigos. Lembro-me dos discípulos de Jesus quando voltaram celebrando o fato de os demônios se sujeitarem a eles no nome do Senhor. Ele, contudo, diz: alegrai-vos não porque se submetem, mas pelo fato do nome de vocês estarem no livro da vida (Lucas 10.20).


Celebra-se sempre por um grande motivo, e, hoje, celebramos mais um ano de vida da Dulcineia. Contudo, nossa celebração ultrapassa o fato presente. Celebramos o seu aniversário, mas acima de tudo o fato de que este faz parte de uma eternidade de anos na presença de Deus. Celebramos o fato de seu nome estar no livro da vida, e, a vida que vive agora, ser uma nova vida em Cristo, livre do poder do pecado e da conseqüência deste, a morte eterna (II Coríntios 5.17).

Celebramos o fato de Dulcineia hoje comemorar mais um ano de vida, tendo ela já recebido o maior presente de sua história: a vida eterna, pois, o salário do pecado é a morte, mas o DOM (presente) de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus (Romanos 6.23).

Por isto hoje celebramos. Mas não celebramos com uma alegria comum. Celebramos com Júbilo, alegria intensa, com diz o apóstolo Pedro, alegria indizível, pelo fato de nossa esperança em Cristo Jesus a quem, sem o terdes visto, amais; no qual, sem agora o verdes, mas crendo, exultais com gozo inefável e cheio de glória, (I Pedro 1.8) pois ela já estar realizada, e hoje, já vivemos a eternidade prometida. Assim celebrou com júbilo o Eunuco batizado por Filipe a vida Eterna, como nos diz a Palavra de Deus em Atos 8.39 q
uando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco, que JUBILOso seguia o seu caminho.

Nossos dias aqui, nossos aniversários, estão incluídos na eternidade de Deus. Já a vivenciamos, ainda que nos falte a plenitude dela, (I Corintios 13.9-12), pois a morte já não é a realidade final de nossas vidas. Desta forma, sabemos como será quando Cristo voltar. Será um dia de festa e júbilo, pois, como diz Judas em sua pequena carta, esperamos em Deus, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória imaculados e JUBILOsos. Judas 1.24.

Celebremos, portanto, com júbilo ao Senhor pela vida da Dulcineia. Celebremos com júbilo ao Senhor pela sua vida em Cristo, da qual compartilhamos, que o Espírito traz à vida de Dulcineia, pois, com toda razão, neste dia de comemoração de mais um aniversário, ela pode testemunhar que não mais eu vivo, p
ois eu pela lei morri para a lei, a fim de VIVEr para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo VIVE em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. (Gálatas 2.19-20). Celebremos com júbilo ao Senhor!


Cleber B. Gouveia, pr.
Pastor auxiliar da 1a. Igreja Presbiteriana Independente do Distrito Federal.

13 junho 2007

Fazer o bem sem saber a quem, onde e quando...

"...É lícito curar nos sábados?".
Mateus 12.10b


Em Mateus 12, dos versos 9 a 14, vemos o Senhor Jesus realizar a cura de um homem de mãos ressequidas. É um momento glorioso, onde podemos ver a compaixão de Deus pelo ser humano decaído, e a clara evidência de que Ele, o Criador de toda perfeição, desejar restaurar todas as coisas ao estado natural, destruindo assim o poder corruptor do pecado.

Entendo ainda que a cura é um confronto a falta de amor encontrada nas relações dos seres humanos, uma vez que os fariseus ficaram calados diante da pergunta do Senhor se era lícito curar no sábado. Eles não se importavam com o doente, mas apenas com seus "umbigos", suas convicções, e com o domínio que impunham através do medo, nunca pelo amor.

A cura é, portanto, fruto do amor de Deus pela obra de Suas mãos, levando aos cativos, como dito em Lucas 4, a libertação do cativeiro do pecado e suas conseqüências diretas no nosso corpo, no caso, a enfermidade. Além disto, a cura é pedagógica para nós cristãos. Ao realizá-la, o Senhor Jesus Cristo nos ensina, como o fez aos fariseus, que sempre será lícito fazer o bem, não importando a quem, onde e quando.

Nunca preceitos humanos estarão acima do fazer o bem. Desta forma, aprende-se com o Senhor que, para se fazer o bem ao próximo, não há tempo certo e tempo inadequado. Haverá sempre tempo para o fazer, e este o é urgente. Podemos afirmar, assim, que a cura da mão ressequida deste homem significa que o bem deve ser feito sempre que necessário, e, como o mau se multiplica, o necessário será todo o tempo. Logo, "... é lícito, nos sábados, fazer o bem". Mateus 12.5.

O que tem sido o "sábado" em seu coração? O que o (a) tem impedido(a) de fazer o bem? Pois, como diz Tiago, na nossa omissão, ou incompreensão da vontade de Deus em Cristo Jesus - de se fazer o bem a quem de nós necessite - não somente é prejudicada a pessoa a qual seria beneficiada com nossa práxis cristã, mas nós mesmos, pois, aquele "... que sabe fazer o bem, e não o faz, comete pecado". Tg 4.17.

"Senhor, ensina-nos, a fazer o bem em todo o tempo, em nome daquele que viveu, morreu, e vive para o nosso bem, amém!".

Cleber Batista Gouveia
Pastor Auxiliar da 1a. IPI do Distrito Federal
E Capelão do Colégio Cedecap, Taguatinga, DF.

06 junho 2007

O Deus dos Vales

“...pois quando sou fraco aí então sou forte, porque a tua graça me basta e o seu poder se aperfeiçoa na minha fraqueza.”


No monte, tua face é reluzente, seus olhos são de fogo e seus pés como bronze – e eu já vi – nas muitas vezes que estive lá e por onde vou de vez em quando, te vejo muito lá quando me encontro te adorando, seja no meio do culto, ou no meu quarto secreto. Fecho os olhos e de repente, lá está você.
Gosto de ficar lá sentado, te observando, nessa sua relação com o Pai, quando percebo que está falando com ele em meu favor, e vejo o movimento desse diálogo, como as correntes marinhas agitam os corais, um movimento que envolve e se confunde em plena harmonia.
Quando estou lá, no meu canto, observando, às vezes me dá vontade de rir quando lembro dos apóstolos, pensando em construir tendas e ficar por ali pra sempre. Ah! Se eu pudesse queria marcar esse ponto com um GPS, fazer um monte de fotos com uma câmera digital de pelo menos uns 5 Gbytes, de vários ângulos e, como gosto de churrasco, poderia me oferecer pra fazer uma picanha na chapa...
Mas hoje eu não te vi, mais do que não vi, não te percebi, nem sequer achei o lugar, muito embora o tenha procurado e desejado encontrá-lo com todas as minhas forças.
Te conheço há tanto tempo e até hoje não sei porquê às vezes você faz isso.
Acho que você não gosta de ser previsível, ou pelo menos, quando penso que o tenho o tempo todo te procuro no lugar de sempre e não te encontro. Acho que o meu erro está aí, talvez eu tenha tentado te “situar” no meio da minha vida como um item a mais... será? Não sei...
É verdade que já caminho com você há algum tempo, e já vimos coisas juntos, você me mostrando... que nem conto pra ninguém. Será que o caminho nos corrompe? Também não sei. Talvez.
Mas hoje não te encontrei no monte e nem no caminho, e olha que eu precisava tanto falar com você. Muita coisa hoje me feriu mais do que devia, e doeu. Confesso que fiquei perdido, e até paginei várias vezes a agenda do meu celular, procurando um número pra ligar, mas na verdade, precisava era falar contigo.
Tive de novo aquela sensação de como o caminho é longo quando às vezes a gente sente que está caminhando só... você lembra? Deve lembrar. O calvário nunca deve ter sido tão longe quanto foi aquele dia.
Então resolvi parar de caminhar... quer saber? Cheguei no último fôlego. Só me restou dobrar os joelhos e fazer aquela oração de quem não diz nada, nem pede nada, que só acontece. Parece uma daquelas cenas em que dois amigos se olham e sabem exatamente o que um quer dizer ao outro, palavras não são necessárias. O mais profundo diálogo.
Olhei ao meu redor e vi o vale, nada dos horizontes, nem do ocaso multicor... só vi montanhas e abismos. Então fiz de conta que as estava mostrando pra você, pra ver se você aparecia.
Ainda um pouco e fiquei ali, até que percebi que você chegava e antes da sua chegada a sensação de água molhando minha boca.
Você sabe que eu não consigo guardar mágoas de você por causa disso. Que quando você chega eu já não me lembro das montanhas e abismos, das ondas e tempestades. O que mais me impressiona é que toda vez que isso acontece parece que sempre é a primeira vez!
Não dá pra descrever... o que você faz é lindo. Só você mesmo né...
Que bom ser seu amigo e te encontrar no vale. Sabe... pode parecer bobagem, mas te encontrar no vale é especial. Parece que você está ali só por causa de mim!!!
Ah... como eu te amo...
Mas não faz mais isso não, viu?!!!!

31 maio 2007

A respeito do Blog

Olá, bom dia a você que sempre visita nosso Blog. Acima de tudo, quero demonstrar nossa gratidão a Deus, por nos proporcionar a oportunidade de balbuciar a respeito das coisas eternas reveladas a nós, e, em segundo lugar, a vocês. Pedimos que sempre deixem seus comentários. Se sentirem que foram abençoados, tenham a liberdade de passar para outras pessoas o nosso link, assim como os textos. Eles são feitos com o objetivo de abençoar vidas. Ah, temos a sessão de estudos. O link esta no nosso site, no item "links". Há nele os estudos do Pr Nélio a respeito dos 10 mandamentos que, prometemos, serão completados neste mês.

Sem mais, abaixo deste texto está a nossa última postagem. Uma reflexão a respeito da oração. Leiam, e que o Senhor os abençõe em Seu Filho amado em quem se compraz.

Equipe Falar em Deus.

29 maio 2007

Por falar em oração...

“Estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu; e dela saiu uma VOZ que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi.”
Mateus 17.5


Gostaria de falar a respeito de oração. Primeiro que tenho lido muitos textos a respeito da oração. Textos que têm falado ao meu coração de forma profunda, intensa. Textos que me têm feito desejar o exercício desta disciplina espiritual tão poderosa, e ao mesmo tempo tão suave. Exercida no cotidiano cheio de imperfeições nos faz tocar o eterno cheio de perfeição. Disciplina que se torna prazer. Disciplina que se torna vivência.

A oração é mais que um exercício espiritual que nos faz crentes fortes. Ela é diálogo, relacionamento. Por ela podemos conversar, arrazoar com o Deus Pai e com o Deus Filho através do Deus Espírito, que intercede com gemidos inexprimíveis. Por ela, somos levados à descoberta de coisas que “nem olhos viram, nem ouvidos ouviram” (I Coríntios 2.19), preparadas para os que se atrevem, com ousadia, trilhar este caminho, chamado oração.

Oramos com os lábios, mas também com o coração, de forma silenciosa, onde somente o anjo que a colhe, e o Espírito Santo que a potencializa, podem conhecê-la e apresentar-la diante do Pai, o qual as tem diante de Si em memória (Atos 10. 4 e 31). Significa isto que não é em vão o trabalhar de nossos lábios, o meditar do nosso coração, o dobrar dos joelhos, o levantar de mãos, o sorrir, e as lagrimas derramadas em oração. São momentos, como diz um hino tão famoso, preciosos, onde as horas se unem com o tempo infinito da eternidade, fazendo-nos desfrutar da companhia do Pai.

Orar pressupõe, assim, comunhão. Comunhão pressupõe relacionamento, e este, por sua vez, diálogo. Oração é, desta forma, momento de se lançar ansiedades, medos, fraquezas, alegrias em súplicas com ações de graça (Filipenses 4.6-8), mas é também ouvir.

O texto lido nos mostra a vontade do Pai: que ouçamos, também em oração, a voz do Seu Filho amado em quem se compraz!

Pois é o Filho o conhecedor da vontade do Pai: João 6.40 ”Porquanto esta é a VONTADE de meu Pai: Que todo aquele que vê o Filho e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” . É o Filho aquele que com prazer a cumpri: Lucas 22.42 “...Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha VONTADE, mas a tua.” . É o Filho que verdadeiramente liberta: João 8.36 “Se, pois, o Filho vos LIBERTAR, verdadeiramente sereis livres.”. É o Filho o Bom pastor, ao qual, nós, suas ovelhas, ouvimos a voz, e a reconhecemos em obediência: João 10.16 “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco; a essas também me importa conduzir, e elas OUVIRÃO a minha voz; e haverá um rebanho e um Pastor.”.

Orar é, desta forma, também ouvir. Mas não é um ouvir qualquer. É ouvir a voz do Senhor Jesus, do Bom pastor. Somente a Sua voz deve ser ouvida e obedecida após a compreensão de Sua vontade a qual é boa, perfeita e agradável (Romanos 12.2).

Orar é também ouvir. Ouvir a voz do Senhor através do Espírito (Apocalipse 2.7 “Quem tem ouvidos, OUÇA o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus”) que vem nos fazer lembrar de Seus ensinos (João 15.26 e 15.26), como também revelar o que está no mais íntimo do coração do Pai e do Filho, os seus pensamentos a nosso respeito, e o caminho que nos propõe (Isaías 55).

Portanto, para se orar, é preciso aprender a ouvir, pois na oração sem o ouvir não se pode falar; não se fala sem que se ouça a Cristo primeiro: "...a este ouvi...”.

Sejamos, assim, bons ouvintes, e desfrutemos plenamente do que o caminho da oração pode nos proporcionar: a intimidade do Deus que nos encontra, salva e se revela em amor e poder no seu Filho, em quem se compraz:

“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha VOZ, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” Apocalipse 3.20

Cleber B. Gouveia. Pastor auxiliar da 1ª. IPI do DF, e colaborador do site www.falaremdeus.blogspot.com

12 abril 2007

Três movimentos

Olá! Dependendo da hora em que está entrando neste blog, quero desejar a você "Bom dia!", "Boa tarde!" ou "Boa noite!", se já não for madrugada, ai retorno o meu "Bom dia!".

Abaixo, posto um texto, ainda sem autorização prévia, uma vez que não consegui falar com o autor, o qual fez-me refletir e desejar ser um cristão diferente, verdadeiramente diferente, que sirva, ame e se doe como o Meu Senhor, do qual sou servo, diga-se de passagem, infiel.

O texto é de ricardo Gondim, e pode ser encotrado em seu site pessoa, cujo endereço coloco no final do texto, após seu nome. Espero que o Espírito do Senhor fale ao seu coração de forma profunda e convincente da necessidade de sermos mais cristãos, discípulos mesmo.

No amor de Deus em Cristo Jesus, Cleber B. Gouveia.


Três movimentos


Hoje visitei o Hospital São Paulo da Universidade Federal. Convidado pelo grupo de capelania liderado por um pastor batista chamado Nino, caminhei pelos corredores da emergência, espiei a unidade semi-intensiva da pediatria e ainda tive tempo para falar para os doentes que conseguiram alcançar o auditório do décimo quinto andar.

Quando saí pelos quarteirões que me separavam do carro, fui invadido por um turbilhão de emoções, idéias, compaixão, revolta e fadiga. Já que também faço da escrita uma catarse, cá estou diante do teclado tentando exorcizar ou purificar-me – sei lá o que desejo fazer – do tumulto causado por uma casa de saúde brasileira; ninguém visita um hospital público no Brasil e consegue se manter o mesmo.

Antes, senhoras e senhores, lembremos que estive no hospital da Universidade Federal de Medicina da maior e mais rica cidade da América do Sul.

Minhas impressões da visita:

1. O movimento "evangélico" brasileiro, com seus pressupostos teológicos, com sua antropologia, com sua cosmovisão, com sua cristologia, com seu pragmatismo, é promotor de neuroses absurdamente disfuncionais, não tem como consolar pessoas carentes e, pior, causa vexames por onde passa. Um cristão que desejar manter sua sanidade existencial ou estabelecer qualquer contato com o mundo, precisa pensar fora dos moldes da atual igreja "evangélica". O pastor Nino me contou da dificuldade de aceitar voluntários "evangélicos" em condições de visitar os enfermos. Repetidamente ele é chamado a atenção pela diretoria do hospital, porque crentes, aos gritos, querem expulsar demônios "escondidos" debaixo dos leitos, ou oprimir com remorsos quem já sofre - fazem afirmações absurdas de que toda doença é fruto de pecados escondidos. Ele me relatou o caso de uma senhora que pediu oração pelo filho doente a uma voluntária. A crente começou falando em línguas estranhas; no meio de sua prece, parou e disse para a mãe aflita: “Não posso continuar!, o pastor Nino não permite que eu fale esse tipo de coisa". A mãe insistiu, desesperada: “Não faça isso comigo, não me deixe assim sem saber o que está acontecendo”. A irmãzinha sem nenhum senso, sem nenhuma graça, sem Deus e sem o seu Espírito, profetizou: “É que eu acabo de ter uma visão do seu filho, morto dentro de um caixão”. O resto da história, nem adianta comentar. Tétrico.

2. Por outro lado, saudei a grandeza de heroínas e de grandes homens da fé. Um punhado de gente reluz todos os sábados naquele hospital. Algumas mulheres, com idade de serem minha mãe, corriam para cima e para baixo para não deixar ninguém sem uma visita antes do almoço. Assisti a uma pequena apresentação de fantoche; enchi meus olhos de lágrimas quando uma paciente entrou no auditório amparada por dois senhores, puxando seu soro. Quero celebrar esses anônimos que trabalham para o Reino e se dão para o próximo sem jamais esperarem qualquer galardão. Eles são o remanescente de Deus, fazem parte da grande nuvem de testemunhas que honram a fé; o mundo não é digno deles.

3. Finalmente, hoje me desiludi de uma vez por todas com o futuro do Brasil. Sou filho de um país fajuto; tenho vergonha de minha pátria. Este hospital público estava lotado de macas que entupiam os corredores. Nelas vi meus patrícios doentes, estropiados em acidentes, vítimas de crimes; minha gente, que padecia com doenças agudas. As macas eram enferrujadas, a maioria não tinha um mísero colchão fino. Meus compatriotas esperavam atendimento deitados no ferro sujo. Nino, então, me pediu ajuda para fazer uma campanha e comprar 60 colchões para a enfermaria. Perguntei-lhe quanto custava cada colchão. Displicentemente, respondeu-me: "Sessenta reais". – menos de trinta dólares, senhores deputados. Comentei que no ano passado nossa igreja contribuiu com cerca de 300 cobertores para aquecer os pacientes das enfermarias daquele mesmo hospital. O capelão reagiu prontamente: - “Sim, agradeça a igreja Betesda pelos cobertores, eles são de grande valia até no verão”. Sem entender o que ele queria dizer, perguntei: - Como? Cobertor no verão? De grande valia? O capelão me levou até um leito, puxou a ponta do lençol e constatei que muitos cobertores são dobrados para servirem de colchão. Fiquei indignado. Contive o ímpeto de falar uma palavra de baixo calão. Sem querer, Nino fez transbordar minha revolta: “No ano passado as verbas do hospital foram cortadas pelo governo do PT para subsidiar o programa do Bolsa Família, considerado o único programa que podia garantir a reeleição do Lula". Aí, não teve jeito, o nome feio saiu forte e sem culpa.

Não acredito mais que o modelo dessa igreja "evangélica" que se espalhou em minha terra e se tornou hegemônico consiga cumprir, minimamente, a agenda do Reino de Deus.
Estou totalmente desencantado com o Brasil; com sua democracia; com seus partidos políticos; com seu judiciário; com seu poder legislativo; com suas polícias militar, civil e federal. O Brasil não tem mais jeito e, daqui para frente, despencará velozmente no abismo da violência, da miséria e do sofrimento.

O que vou fazer da minha vida? Continuarei visitando hospitais; incentivarei os “pastores Ninos” da vida; ensinarei os meus discípulos a viverem com integridade em seus círculos de influência e amizade; pregarei o que minha consciência me ensina sobre o Evangelho; tentarei viver com alegria ao redor de quem amo; e procurarei amenizar o sofrimento dos poucos que eu conseguir.

Isso foi o que restou de mim hoje.
Soli Deo Gloria.
Ricardo Gondim
Pastor da Igreja Assembleia de Deus Betesda
Texto retirado do site: www.ricardogondim.com.br

10 abril 2007

Onde está a sua Esperança?

A Ressurreição de Cristo é um anúncio estrondoso de que há esperança para o nosso futuro. Somos todos os dias aterrorizados pelo medo. Medo de que o aquecimento global da terra consuma com a vida. Medo de que falte água potável daqui a alguns anos. Medo dos países que continuam investindo cifras inimagináveis em armamento nuclear. Medo da guerra do tráfico. Medo de que sejamos assaltados na próxima esquina. Medo de doenças que ainda não existem, mas não se iluda, serão descobertas. Medo do futuro...

Diante de todos os medos e angústias existenciais, devemos nos questionar: Onde está nossa Esperança?

Os dois discípulos a caminho de Emaús tinham certas esperanças: "Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam" (Lc. 24:21). Tinham certas esperanças, mas não tinham a Esperança certa. Tinham esperanças meramente terrenas. Ansiavam por uma redenção política. Nada muito diferente da pergunta daqueles que estavam reunidos quando da ascensão de Cristo: "Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?" (Atos 1:6).

A Ressurreição de Cristo redireciona nossa Esperança. E embora não devamos nos alienar do tempo presente, não podemos colocar nele nossa esperança. Embora não devamos nos acomodar frente às catástrofes e tragédias pré-anunciadas, antes sermos agentes de mudança, não podemos também nos iludir com melhoras sistemáticas no futuro de uma humanidade depravada, decaída e em franco processo de apodrecimento.

Portanto, nossa esperança não é posta naquilo que é perecível, efêmero e transitório. Nossa esperança é eterna e incorruptível. A morte e ressurreição de Cristo é a representação de nossa nova vida. Fomos sepultados no batismo e ressurgimos pela fé no poder de Deus que ressuscitou a Cristo (Cl. 2:12). "Portanto, se fostes ressucitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra..." (Cl. 3:1-2) Onde está a sua Esperança?"Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens." (1 Co. 15:19)

Jean Douglas Gonçalves, pastor da 1a. IPI do Distrito Federal
ipidf.org.br

20 março 2007

Andamos por fé e não por vista

Autor Desconhecido
Uma vez, um pastor estava percorrendo sua igreja ao meio-dia... ao passar pelo altar decidiu ficar perto para ver quem tinha vindo orar. Nesse momento se abriu a porta. O pastor franziu o rosto ao ver um homem chegando perto pelo corredor: o homem estava sem fazer a barba há vários dias, vestia uma camisa rasgada e tinha seu agasalho tão gasto que as beiradas já tinham começado a desfiar.
O homem se ajoelhou, inclinou a cabeça, e logo se levantou e saiu.Durante os dias seguintes, o mesmo homem, sempre ao meio-dia, estava na igreja carregando uma maleta... Se ajoelhava brevemente e logo saia de novo.
O pastor, um pouco receoso, começou a suspeitar que se tratasse de um ladrão, razão pela qual um dia se postou na porta da igreja e, quando o homem estava prestes a sair, perguntou-lhe:
- O quê você faz aqui?
O homem disse que trabalhava em uma fábrica a caminho da Igreja e tinha meia hora livre para almoçar e aproveitava esse momento para orar.
- Eu só fico por uns momentos, você sabe, porque a fábrica fica um pouco longe. Por isso eu apenas me ajoelho e digo: "Senhor, só vim novamente para te contar quão feliz me faz quando vem ao meu encontro. Não sei orar muito bem, mas penso em ti todos os dias... Por isso, Senhor, aqui é o João se reportando"
O pastor, sentindo-se um tonto, disse a João que estava tudo bem e que ele seria bem-vindo na igreja quando quisesse.
O pastor se ajoelhou diante do altar, sentiu seu coração ser derretido pelo grande calor do amor e, enquanto suas lágrimas corriam pelas bochechas, em seu coração repetia a oração de João:
- "Senhor, só vim para te contar, quão feliz me faz quando vem ao meu encontro através de meus semelhantes. Não sei orar muito bem, mas penso em ti todos os dias... Por isso, Senhor, aqui sou eu se reportando"
Um certo dia, o pastor reparou que o velho João não tinha vindo. Os dias continuaram a passar sem que João voltasse para orar.Continuava ausente, por isso o pastor começou a ficar preocupado, até que um dia foi à fábrica perguntar por ele; ali lhe informaram que João estava doente, e que mesmo os médicos estando muito preocupados com sua saúde, ainda acreditavam que tinha a possibilidade de sobreviver.
O tempo que João esteve no hospital trouxe muitas mudanças. Ele sorria todo o tempo e sua alegria era contagiosa. A enfermeira chefe não conseguia entender por quê João estava tão feliz, já que nunca havia recebido nem flores, nem cartões, nem visitas.
O pastor se aproximou do leito de João com a enfermeira, e esta lhe disse, enquanto João escutava:
- Nenhum amigo havia vindo visitá-lo, ele não tem a quem recorrer.
Surpreso, o velho João disse com um sorriso:
- A enfermeira está errada... mas ela não pode saber que todos os dias, desde que cheguei aqui, ao meio-dia, um querido amigo meu vem, se senta aqui na cama, me segura as mãos, se inclina sobre mim e diz:
- "João, só vim para te contar, quão feliz me fez desde que encontrei sua amizade e por você ter vindo todos os dias ao meu encontro. Sempre gostei de ouvir tuas orações, Penso em ti a cada dia... Por isso, João, aqui é o Senhor se reportando."

Texto retirado do site http://www.vivavidacomjesus.com/

18 março 2007

Senhor, ensina-nos a orar...

II Congresso de Oração

Senhor, ensina-nos a orar...

“Certo dia Jesus estava orando em determinado lugar. Tendo terminado, um dos seus discípulos lhe disse: ‘Senhor, ensina-nos a orar....” (Lucas 11.1)
Quanto mais oramos mais percebemos que não podemos dominar técnicas, pois não se aprende a orar com métodos ou modelos. Quanto mais oramos percebemos que o princípio que envolve a oração não é o dominar, mas o ser dominado. Não é estar no controle, mas ser controlado.
Por isso é preciso desconfiar de toda pessoa que se apresente como portadora de conceitos e métodos de oração. A Bíblia não apresenta métodos ou passos de como orar bem para conseguir os melhores resultados! A oração cristã, aliás, não tem relação alguma com as modernas técnicas da PNL (Programação Neurolinguistica) ou da confissão positiva. O livro dos Salmos, um livro de orações, apresenta-nos a oração como expressão viva de um relacionamento entre aquele que crê (inclusive com as suas crises de fé) e Deus, a fonte de todo bem, a causa e o alvo da oração.
A pobreza da oração em nosso tempo é que a reduzimos aos pedidos e às reivindicações, bem como a um mero ritual de palavras sem sentido e desconexas, resultado de um relacionamento raso ou inexistente com Deus. No primeiro caso, Deus é tão somente um provedor de benesses; no segundo caso, Deus é um mero conceito, ou no máximo um poder que se crê existir, mas com o qual não se mantêm nenhuma relação pessoal.
Haja vista que a oração é relacionamento, oramos bem quando nossa relação com Deus permeia toda nossa vida, e não apenas alguns compartimentos isolados de nossa existência. Tal e qual a amizade, a oração não se constrói com alguns segundos e nem se torna forte com encontros esporádicos e sem interesse pelo outro. Tal e qual a amizade, a oração, com todos os seus efeitos e privilégios, não se prova assim de relance, de passagem. Assim como a amizade, a oração é antes uma condição de vida – de vida constante e persistente– e os seus resultados se vão manifestando com o tempo. A grande dádiva que esperamos na oração é que Deus se dê a Si mesmo, em comunhão conosco. E o mais que Ele der será incidental e secundário.
Por isso, um Congresso de Oração pode ajudar-nos a compreender mais sobre a oração, mas não nos fará melhores oradores. Para aprendermos a orar precisamos sempre e sempre ser como os discípulos aos pés de Jesus, que na proximidade com o Mestre suplicam-Lhe: “Senhor, ensina-nos a orar...”.
No amor dAquele que nos amou primeiro,

Ézio Martins de Lima, pr

16 março 2007

Jesus, Emanuel, o Deus conosco!

Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco.”
Mateus 1 – 23.



Nossos dias têm sido dias difíceis. Não posso afirmar se são dias piores que outros de épocas passadas. Não. Mas, penso que têm sido semelhantes aos do tempo de Noé. Dias onde a maldade se múltipla no coração do ser humano (Gênesis 6 a 9). Como Deus prometera não destruir mais a terra com água, quando chove não penso construir uma nova arca, e nem temo um dilúvio como descrito na Bíblia. Entendo, porém, que os dias se findam, e o tempo da volta do Senhor está perto.

Mas, refletindo sobre o tempo presente, contemplamos duas coisas: 1. o ser humano cada vez mais se mostra indiferente para com Deus. Faz as coisas como exposto por Jesus no seu Evangelho: casa-se, dá-se em casamento, mata, rouba, perpetua a injustiça; ou seja, faz coisas comuns ao homem decaído. 2. a sua indiferença para com Deus o está levando cada vez mais à reflexão de que o Senhor não se importa com o que acontece na terra. Dias atrás o Rev. Ezio falou-me de suas conclusões a respeito do Salmo 73, e a mim expôs que o salmista descreve algo parecido: “os ímpios prosperam e aparentemente não ligam para Deus”. Acham que este não conhece o que fazem, e nem tem interesse em julgá-los. Nossa justiça brinca de desejar fazer justiça, contudo, entendo que como no salmo 73 só não seremos frustrados, se esperarmos a Justiça das mãos do Senhor, ainda que use homens e/ou mulheres para isto; tomara sejam estes Sua igreja.

Diante de tudo acima apresentando, e voltando ao texto de Mateus 1, passamos a falar do termo “Emanuel”, o qual quer dizer “Deus conosco”, e denota alguns significados importantes: 1. Deus conosco compreende a idéia de “Deus perto”. Ou seja, por mais que o coração do ser humano esteja sem Deus, e por isto a maldade nele se multiplica, não significa que o mundo, a criação, esteja sem a presença de Deus. Os agentes mais influentes e transformadores desta realidade podem até ignorar, ou tentar não sentir, mas Ele não está longe do que criou, pelo contrario, está perto (Filipenses 4.5). 2. Deus está entre nós. Deus conosco significa isto. A encarnação significou isto. Deus não está somente perto, Ele está entre. Em Jesus Deus esteve entre as pessoas, se misturou na multidão, foi por ela tocada. Não havia seguranças ou mesmo um lugar diferenciado para Ele estar. Sua casa, quando nela esteve, ficou cheia de pessoas, e, no meio destas, as ensinava e as curava (Marcos 2). 3. Deus está com a gente. Deus conosco significa claramente isto. Não há outro significado que não seja “estar ao lado”, “estar junto”. Há muitos que ficam entre, mas não “com”. Há muitos, como a grande maioria dos políticos de nosso país, que estão entre. Há até mesmo alguns pastores os quais estão entre o rebanho, no meio, mas não “com” ele. Disto surge indiferença, pois, apesar de estar entre, não se sente igual. Somente o igual “está com”. Surge o comercio, o apascentar em favor próprio, pois não se “sente com” o rebanho em nenhuma das denotações possíveis desta expressão.

É incrível como Jesus não se fez diferente da humanidade decaída com a qual esteve, ainda que sua humanidade o fosse, pois era semelhante e não igual, principalmente quanto ao aspecto da natureza pecaminosa, pois, como nos diz o texto de Mateus “... pois o que nela se gerou é do Espírito Santo (Mateus 1.20; Filipenses 2.7; Hebreus 2.14-17; ). Ele, a expressão máxima do Pai (João 12.45; 14.9), se identificou como igual, aliás, foi mais longe e, na cruz, demonstrou identificação ao se fazer pior do que todos de seu tempo, e nela morreu. Deus conosco significa, desta forma, “estar com”, “sentir com”, “ser igual com”, “tomar o lugar com”, e até mesmo “tomar o lugar de”, não sendo indiferente, mas fazendo-se próximo.

É interessante notarmos isto, pois Ele poderia ter-nos ignorado. Poderia ter acabado com tudo se simplesmente tivesse dito: “basta”. Poderia não ter-se envolvido. Contudo, seu amor o aproximou de nós, e nos aproximou dEle (Romanos 5; II Coríntios 5.18; Efésios 2.13; Colossenses 1.22). Fez-nos provar de uma vida com os benefícios de sua proximidade, denominada por Ele mesmo como sendo “a vida abundante” (João 10.10). Fez-nos entender que Seu desejo é o de reconciliação, de comunhão, de partilha, de vivência. Trouxe-nos a compreensão da Sua Boa, Perfeita e Agradável vontade pela qual deseja mudar nossa condição de maldição e morte pelo pecado, dando-nos por Sua morte a vida fundamentada na liberdade do Seu amor!

Louvado seja o Senhor Jesus, o Deus conosco! Louvado sejas o Deus Trino nEle revelado! Louvado seja este maravilhoso Deus que por, e em Seu infinito amor, nos leva a uma vida onde a ausência de Deus jamais será sentida, mas Sua presença gozada com alegria e delícias perpétuas (Salmo 16.11)

Cleber B. Gouveia.
Pastor Auxiliar da 1ª IPI do DF.

09 março 2007

"cristianismo água-com-açúcar"

Pois bem, então o ateísmo é simplista. E vou lhes fa­lar de outro ponto de vista igualmente simplista que chamo de "cristianismo água-com-açúcar". De acordo com ele, existe um bom Deus no Céu e tudo o mais vai muito bem, obrigado - o que deixa completamente de lado as doutrinas difíceis e terríveis a respeito do pecado, do inferno, do diabo e da redenção. Os dois pontos de vista são filosofias pueris.
Não convém exigir uma religião simples. Afinal de contas, as coisas no mundo real são complexas. Parecem simples, mas não são. A mesa à qual estou sentado pa­rece simples, mas peça a um cientista que diga do que ela é realmente feita: você ouvirá uma longa história a respeito dos átomos e de como as ondas luminosas refle­tem-se neles e chegam ao nervo óptico, provocando um efeito no cérebro. Assim, o que chamamos de "enxergar a mesa" nos leva a mistérios e complicações aparentemen­te inesgotáveis. Uma criança que faz uma oração infantil é algo singelo. Se você estiver disposto a parar por aí, ótimo. Mas, se você não se contentar com isso (coisa que acontece bastante no mundo moderno) e quiser levar avante o questionamento sobre o que realmente acon­tece, tem de estar preparado para enfrentar dificuldades. Se exigimos algo que vá além da simplicidade, é tolice nos queixarmos de que esse algo a mais não é simples. Com muita freqüência, entretanto, esse procedi­mento tolo é adotado por pessoas que não têm nada de tolas, mas que, consciente ou inconscientemente, que­rem destruir o cristianismo. Essas pessoas apresentam uma versão da religião cristã própria para crianças de seis anos e fazem dela o objeto de seu ataque. Quando tentamos explicar a doutrina cristã tal como é entendida por um adulto instruído, elas se queixam de que estamos dando um nó na cabeça delas, de que tudo o que dize­mos é complicado demais e de que, se Deus realmente existisse, teria feiro a "religião" simples, pois a simplici­dade é bela etc. Esteja sempre em guarda contra este tipo de gente, sujeitos que trocam de argumento a cada minuto e só nos fazem perder tempo. Note o absurdo da idéia de um Deus que "faz uma religião simples": co­mo se a "religião" fosse algo inventado por Deus, e não a sua afirmação de certos fatos inalteráveis a respeito de sua própria natureza.
A experiência me diz que a realidade, além de com­plicada, é quase sempre estranha. Não é precisa, nem óbvia, nem previsível. Por exemplo, quando você des­cobre que a Terra e os outros planetas giram em torno do Sol, pensa naturalmente que todos os planetas de­vem se comportar da mesma maneira, que são separa­dos por distâncias iguais ou distâncias que aumentam proporcionalmente, ou que devem aumentar ou dimi­nuir de tamanho à medida que se afastam do Sol. No en­tanto, não encontramos nem métrica nem método (que possamos compreender) nos tamanhos ou nas distâncias. Além disso, alguns planetas possuem uma lua; outros, quatro; alguns, nenhuma; e um planeta tem um anel.
A realidade, com efeito, é algo que ninguém poderia adivinhar. Este é um dos motivos pelo qual acredito no cristianismo. E uma religião que ninguém poderia adi­vinhar. Se ela nos oferecesse o tipo de universo que es­peraríamos encontrar, eu acharia que ela havia sido in­ventada pelo homem. Porém, a religião cristã não é nada daquilo que esperávamos; apresenta todas as mudanças inesperadas que as coisas reais possuem. Deixemos de lado, portanto, todas as filosofias pueris e suas respostas simplistas. O problema não é nada simples, e a respos­ta tampouco.


C. S. Lewis
(Cristianismo Puro e Simples, p. 19-20)

06 março 2007

Sentir com os que sentem... tornar-se igual...

"...E o segundo é este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que esses."
Marcos 12. 31
(leia também Lucas 10. 25-37)
Durante esta noite tive um sonho muito louco. Sonhei que era um mendigo, e que passava muito frio. Senti-me ainda só, desprezado, angustiado, sem ninguém que se interessasse em ajudar-me. O engraçado foi quando acordei. Descobri o motivo do sonho: estava realmente com frio pois a coberta que usava havia "misteriosamente" saído de cima de mim...

Após acordar, veio à minha mente o quanto uma situação ruim em grande parte nos incomoda somente quando acontece conosco, ou com alguém a quem amamos.

Em meu sonho o frio sentido foi real, não apenas visualizado no outro. A sensação de incapacidade para transformar minha realidade, de incapacidade para acabar com o meu sofrimento não fora apenas uma crise de consciência, como a sentida quando se olha para um mendigo mas, ao virar a esquina, logo se esquece. A dor da rejeição estava alojada em meu coração, e o sentimento de incompreendido preso ao grito que não ecoava.

Confesso: por mais que fosse só um sonho, n
ão fora uma situação fácil.


Não estou aqui querendo espiritualizar a situação. Sei que meu sonho decorreu do frio que senti pela falta da coberta. Contudo, não pude fugir da imagem dos mendigos que dormem ao relento na porta da Igreja onde pastoreio, ou na porta do colégio onde trabalho. Não pude fugir da cobrança em meu coração da ajuda prometida a um deles, o qual não vejo a dias. Não pude deixar de sentir com eles, de me colocar naquele momento no lugar de cada um deles; dos que conheço pelo menos.

Naquele instante de sobriedade social veio à minha mente: amar ao próximo com a nós mesmo deve me levar a sentir como eles se sentem, da mesma forma como acontecera no sonho. O amor com o qual a mim mesmo amo, e pelo qual entendi ser digno de uma chance melhor, deve ser o mesmo com o qual preciso amar o meu próximo, e vê-lo como digno de situação melhor, e esta decisão levar-me a sentir como ele, colocar-me em seu lugar, e de alguma forma, ajudá-lo a sair de onde está: lugar de sofrimento e desprezo.

É isto o que ocorre na parábola do Samaritano (Lucas 10. 25-37). Ele reconheceu a situação e sentiu a dor da vítima dos bandidos. Se colocou no lugar da pessoa e, porque amou, foi solidário, sem medir esforços ou perdas próprias. Não raciocinou o retorno, a não ser da dignidade e bem estar bem quem ajudava. Esta parábola fala de Deus, da pessoa de Jesus, e deseja levar-nos à compreensão do amor de Deus, revelado em atitudes (benignidade), ensinando claramente ser assim que Deus age em favor de nós: com o amor que aproxima, e se coloca (literalmente) no lugar do que sofre (Romanos 8; 1 Pd 2.24 entre outros textos).

Hoje vi mais uma reportagem sobre a adolescente que morrera ao ser alvejada por uma bala perdida, mais uma. Penso precisarmos sentir a dor da mãe, chorar um choro verdadeiro, e agir com ela e outros em favor da vida. Pois, quem ama sente; quem ama se torna próximo; quem ama toma o lugar do outro; quem ama não é indiferente, mas se faz igual.


Que o Senhor nos ajude. Que o Seu Espírito continue a derramar do Seu amor em nossos corações (Romanos 5.5). Que o Senhor Jesus continue a nos fazer a sentir a realidade do sofrimento, e a sonhar como Deus sonha, agindo com e em favor do próximo, para que a presença do Senhor seja revelada de forma transformadora e consoladora.
Sei que não sou o primeiro nesta fila, e também não serei o último, mas quero não ser mais indiferente, não mais faltar com amor para com o meu semelhante.
Assim sendo, despeço-me no amor daquEle que não se omitiu diante do sofrimento de cada um de nós, mas, amando-nos, sentiu nosso sofrer, e se dispôs a tomar nosso lugar na Cruz.
Cleber B. Gouveia,
Pastor Auxiliar da 1a IPI do Distrito Federal.
Taguatinga, DF.

22 fevereiro 2007

A RELIGIÃO DA BANHEIRA QUENTE

Qual o símbolo que você acharia apropriado para representar a cultura ocidental moderna? Um hambúrguer? Um aparelho de som? Um carro? Um avião? Uma TV? Um computador? Minha escolha é a banheira quente. Por quê? (...)
Outro dia, eu fui um de toda uma turma que passou a maior parte de uma chuvosa tarde de sábado numa banheira quente. Meus estudantes tutelados, que formavam a turma, tinham me aconselhado a experimentá-la (....)
Enquanto me sentava lá, fazendo piadinhas e ajustando-me à emoção de ser envolvido por bolhas de todos os ângulos, ocorreu-me que a banheira quente é o símbolo perfeito do caminho moderno da religião. A experiência da banheira quente é deliciosa, relaxante, preguiçosa, despreocupante. De nenhum modo é exigente, seja intelectualmente ou não, e é muito, muito agradável, até o ponto de ser divertida (especialmente com um grupo de tutelados como o meu). Muitos hoje querem que o Cristianismo seja assim, e trabalham para isso. O último passo, é claro, seria tirar os assentos dos auditórios das igrejas e instalar banheiras quentes em seu lugar; então nunca haveria problemas de freqüência. Enquanto isso, muitas igrejas, muitos evangelistas e muitos religiosos eletrônicos já estão oferecendo ocasiões que são planejadas para nos levar a sentir que só perdem para uma banheira quente – isto é, são reuniões felizes e descuidadas, momentos verdadeiramente divertidos para todos (...)
Enquanto eu continuava na banheira quente, espreguiçando-me desinibidamente, vi por que a religião popular desse grupo cromado do qual eu estou falando ganhou tanto controle. A vida moderna nos pressiona. Somos estimulados até ficarmos aturdidos. Os relacionamentos são frágeis; os casamentos se rompem, famílias se separam; os negócios são uma corrida exaustiva sem fim, e aqueles que não estão no topo sentem-se como peças da máquina de outra pessoa. A automação e a tecnologia da computação tornaram a vida mais rápida e mais tensa, já que não temos mais que fazer os trabalhos rotineiros que consumiam muito tempo, e nos quais nossos avós costumavam relaxar suas mentes. Temos que correr muito mais rapidamente do que qualquer geração anterior, simplesmente para ficar onde estamos. Não é surpresa, então, que quando o homem ocidental moderno se volta para a religião (se ele se volta – muitos não o fazem), o que ele quer é um total relaxamento estimulante, ser a uma só vez confortado, sustentado e revigorado sem esforço: em poucas palavras, uma religião de banheira quente. Ele pede isso, e as pessoas se apressam em supri-la. O que a religião da banheira quente ilustra mais claramente é a lei da procura e oferta.
O que, então, devemos dizer sobre a religião da banheira quente? Certamente um ritmo de vida que inclua descanso é correto; o quarto mandamento mostra isso. Alternar trabalho árduo com tempos de divertimento também é certo (...). Desfrutar de nossos corpos enquanto podemos, em oposição a desprezá-los, já é parte da disciplina da gratidão para com nosso Criador. E exuberâncias desinibidas como bater palmas, dançar, gritar louvores e clamar na oração podem ser aprovadas também, desde que, através disso, não façamos os outros tropeçar. Sem estes fatores da banheira quente, como podemos chamá-los, nosso cristianismo seria menos piedoso e menos vivo, pois seria menos humano. Mas, se não houvesse mais em nosso cristianismo do que os fatores da banheira quente – isto é, se abraçássemos um hedonismo de relaxamento e sentimentos felizes, evitando tarefas difíceis, posições impopulares e relacionamentos exaustivos – perderíamos a centralização bíblica em Deus e a vida de carregar a cruz para a qual Jesus nos chama, e anunciaríamos ao mundo nada mais do que nossa própria decadência. Com a ajuda de Deus, contudo, não vamos concordar com esse pouco.

Rev. Dr. James Innell Packer
(Extraído do livro Religião Vida Mansa, Cultura Cristã, 1999, p.50-53)
J. I. Packer, nascido Gloucester, Inglaterra, em 22 de julho de 1926, é considerado um dos maiores teólogos Reformados (Calvinista) da atualidade.

16 fevereiro 2007

Minha Pública Profissão de fé (Parte 2)

Olá... Graça e Paz da parte daquele que era, que é, e que sempre será nosso Senhor e Salvador, Jesus, o Cristo de Deus.
Hoje quero abrir meu coração mais uma vez. Por isto o título de meu post. O que escrevo hoje trata-se de uma confissão de fé pessoal. Por isto, não os obrigo a concordar. Exponho nas palavras abaixo meu coração, sem medo, porém todos meus medos; sem receios, porém pensativo; e com grande alegria, pela liberdade que em Cristo há.
Apresento perguntas, afirmo pouquissimas coisas, mas, permito-me viver este momento, e o compartilho com você. Talvez esteja passando por algo parecido; talvez já o tenha vivido, e superado. Talvez não entenda nada, e até mesmo despreze como me sinto agora. Mas, mesmo assim, entendo que podemos nos ajudar mutuamente em amor. Deus nos abenções.
Publica profissão de fé (parte 2)
Qual o nosso objetivo na vida cristã? Qual a nossa consciência quando dizemos seguir a Cristo?

Sabe, nestes dias tenho pensado muito a respeito destas e outras perguntas como: "Por quê me privo de tantas coisas na vida (não vejo o pecado em muitas delas) por amor ao irmão que se escandalizaria se me visse gozá-las?
Por quê insisto em continuar no Caminho mesmo quando sou afligido, injuriado, acusado, perseguido e angustiado pelos que nele caminham comigo? E foram muitas vezes.
Por quê leio tantos livros que falam a respeito da vida cristã e seus segredos, promessas ou princípios, mesmo quando tenho certeza de que ao fim da leitura a realidade por eles apontada continuará tão distante quanto no inicio?
Por quê enveredo-me pelo caminho de idéias onde somente os "iniciados" conseguem compreendê-las e ensiná-las com maestria?
Por quê persisto em tentar compreender as coisas reveladas, como também conhecer as não registradas na Bíblia, mas manifestas no dia a dia da vida cristã?
Por quê desejo tanto não ser cauda, mas cabeça, se o Cabeça é somente um, Jesus Cristo, e eu possívelmente seja a tão desprezada calda?
Por quê continuar com tantas ambições ministériais (na maioria das vezes esta se mostram como um desejo por reconhecimento e glória pessoal), se estas causam em mim tanta tristeza, tanta angústica, e tanta culpa quando minhas debilidades revelam-me incapacidade de realizá-las? Por quê? Por quê?
Há ainda tantos outros "por quês", como o "por quê" insisto na oração quando minh'alma não consegue sentir nenhum indício da presença de Jesus Cristo; ou mesmo o "por quê" insisto em afadigar-me no estudo da Palavra diante da minha incapacidade de viver em total sintonia com aquilo que ela ensina. Muitas vezes, a busca pelos meios levam-me à conclusão de que o fim poderá não ser o que desejei no princípio, mas que, neste fim, continuarei, em 90% dos casos, a ter muitos dos desejos e erros do início.
Estas são apenas algumas das muitas perguntas presentes hoje em meu coração. Sinto-me inquieto, observante, mas sem respostas para nenhuma delas. Pelo menos, nenhuma resposta pronta, e, reconheço, não as desejo.
Então, você pode perguntar: "o que queres?". "Onde queres chegar?". Esta é também uma pergunta para a qual não tenho resposta, a não ser que desejo ser conduzido pelo Senhor nesta minha busca.
Desta forma, plagiando a afirmação do mais famoso de todos os filósofos clássicos da antiga Grécia, Sócrates, pego-me com mais uma pergunta (e a vejo como palavras nos lábios dos que, com razão, estejam achando minhas palavras sem lógica - hei de confessar não saber muito bem onde o que escrevo possa levar-me): "só sei que nada sei"?
Respondo, porém, a mim e a todos: Penso que não!
Apesar de ainda não saber onde todas minhas perguntas hão de levar-me, reconheço não ter perdido o "norte" de minha bússola da fé: Jesus Cristo.
Apesar de tantos questionamentos a respeito de mim mesmo, e de meus passos, e de rejeitar atualmente as respostas prontas "ainda não é o tempo de Deus", "descanse no Senhor" e outros "chavões" evangélicos (os quais comparo às respostas que se vê nos tópicos de ajuda de qualquer programa operacional Windows, que em sua maioria não ajudam em nada, pelo contrário, confundem), quero afirmar hoje que continuo minha peregrinação pelo Caminho proposto pelo Pai: Jesus, o Cristo. (João 14. 6 e Hebreus 10. 19-20).
Gostaria de deixar bem claro: quaisquer que sejam as respostas, ou qualquer que seja "a" resposta (sim, pois a quem as peço poderá não me dar muitas, mas possívelmente uma), hei de ser mantido com os olhos fixos no autor e consumador da minha vida e fé: Jesus Cristo; o que não tenho certeza, porém, é de como serão meus passos daqui para frente.
Só não me vejo disposto a continuar parado, como penso estar nos dias de hoje, ante a uma predominante ideologia "evangélica" brasileira (às vezes tão doentia, maléfica e até mesmo diabólica) que não me deixa caminhar. Não irei entrar em detalhes sobre esta ideologia. Não preciso conceituá-la. Quem vive sob o impacto da mesma sabe do que falo.
Por isto, permito-me o privilégio da dúvida quanto ao meu futuro na estrutura eclesiástica dos meus dias.
Por isto, permito-me o privilégio de ser inquietado pelo questionamento intenso de minha consciência ao meu coração. Se este produzir pelo menos 1% do que produziu no coração dos reformadores, e creio estar produzido nos corações de muitos homens e muitas mulheres cristãs do meu tempo em todo o mundo (não estou sozinho), sentir-me-ei parte do processo de cura e libertação ao qual, creio, o Senhor deseja levar sua igreja.
Desejo, portanto, estar nos braços do Pai, e por ele ser cuidado, não mais como criança de colo, mas como filho, que segundo promessa sou.
Semelhante ao salmista olho para o alto e pergunto a mim mesmo: "de onde me vem o socorro?"(sim, o socorro já vem, e não demora). Semelhante ao salmista, ouço uma voz gritar bem alto: "o meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra"; "O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez os céus e a terra", Salmos 121. 1-2 e 124.8.
Assim sendo, neste momento estou indo em direção à mesa do Senhor. Mesa de íntima comunhão onde por Ele serei servido. Sei que neste lugar iremos conversar. Sei que neste lugar poderei apresentar meu coração e suas inquietações. Sei que neste lugar, ainda que Ele se mantenha em silêncio, e o dê como reposta, este mesmo silêncio acalentará e direcionará meus passos.
No amor daquele cujas Palavras são poder e vida eterna,
Cleber Batista Gouveia
Pastor Auxiliar da 1a. IPI do Distrito Federal