"Ah, se eu soubesse onde encontrá-lo, e pudesse chegarão seu tribunal! Exporia ante ele a minha causa e encheria a minha boca de argumentos. "
- Jo 23:3,4
“...Na verdade, falei do que não entendia coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia. 4Escuta-me, pois, havias dito, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. 5Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. 6Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.”
Jo 42.1-6
Orar é como procurar por um Oasis em meio ao deserto. Onde está? Ah, se eu soubesse, mataria minha sede! Em nosso caso, caminhamos em meio ao deserto pela oração em busca da fonte de água viva, para que possamos saciar nossa sede. Orar é ainda um olhar para o alto na esperança de que o maná nos seja dado, para que este pão da vida sacie nossa fome de amor, justiça, paz, alegria, e abundância de vida (Jo 10.10).
Somo como Jô. Em nosso sofrimento, assim como ele, desejamos muito saber onde Deus está para tão somente apresentar diante dEle nossa causa, e os argumentos de que não podemos sofrer tanto. Desejamos apresentar diante dele nossas razões, e ouvir de Deus seus esclarecimentos. Mas, se somos em essência como Jô, é certo que ficaremos estáticos, mudos, quando Deus se apresentar e falar. Jô se calou por ser esta a reação natural de quem encontra a Deus. É impossível não maravilhar-se, não se estremecer diante dEle. Jô, porém, calou-se para depois, ao falar, não procurar sentido nas palavras “fora de contexto” de Deus, mas apenas confessar: “bem sei que tudo podes, e nenhum dos seus planos pode ser frustrado” Jó. 42.2.
Não que inexista a necessidade de falar com Ele no encontro da oração, ou isto o seja proibido, pois assim não seria esta um falar diário com Deus. Mas não podemos ser afoitos, tagarelas, pois Jesus já nos ensinou que nosso muito falar não resolve a questão. Segundo Jesus é preciso saber que Deus sabe das nossas necessidades, e de que Ele não nos deixará sem auxílio (Mt 6). É preciso, portanto, aprender a se aquietar e saber que o Senhor é Deus, e isto significará muitas vezes orar através do silêncio. Jô orou diante de Deus em Silêncio, e Ele o ouviu (Jó 42. 10-17)!
Desta forma, precisamos aprender também a silenciar as vozes de nosso coração ao orarmos! Quando assim o fazemos, em espírito, e pelo Espírito, oraremos além de nossas percepções, na busca de Deus, em e além de nós. Por isto, precisamos ver a oração como um caminhar à procura de Deus, para nEle nos calarmos. Um caminhar até a presença de Deus para nEle nos sentirmos acolhidos. Um caminhar em direção a Deus em Jesus Cristo para, emudecidos ou com gemidos, nos lançarmos aos seus pés e sermos curados.
Se o seu coração procura a Deus pela oração, aprenda a orar em Silêncio, pois, nele há muitas vozes falando, mas, para ouvir ao Senhor, é preciso se calar. Desta forma, quando Ele falar, poderás confessar como Jó: “2Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não entendia coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia. 4Escuta-me, pois, havias dito, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. 5Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. 6Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” Jo 42.1-6.
No amor daquele que por intercede diante do Pai,
Cleber B. Gouveia
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