"Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um [...] para que dos dois criasse em si mesmo um novo homem, fazendo a paz [...] por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade."
Efésios 2. 14a e 16b
Israel sempre foi um país assolado por guerras. Em sua história, numa grande maioria dos relatos bíblicos, esta nação conhecida no Antigo Testamento como Povo de Deus se viu oprimida, devastada, humilhada. Muitas destas guerras decorreram da infidelidade ao Senhor. Se os habitantes de Israel abandonavam a Deus, e se voltavam para os deuses estranhos, eram consequentemente "tratados" pela guerra, havia a destruição do Reino e de Jerusalém, e eram exíliados para servirem a outros reis.
É certo que o povo de Israel fora alvo do ódio decorrente de sua devoção ao único e verdadeiro Deus. Daniel é um exemplo disto, e fora jogado na fornalha e na cova dos leões por não se dobrar diante de falsos deuses. Neemias também sofreu perseguição ao tentar reconstruir Jerusalém. Houve ainda o Holocausto, um dos maiores crimes de guerra já cometidos em nosso tempo. Nisto tudo, porém, sempre houve da parte de Deus o resgate, o livramente, o perdão, e a reconstrução de Israel como nação, e toda esta história não pode ser desculpa para fazer o mesmo com outro povo, ainda que esta lhe hostil.
A guerra nunca é boa. Nela se perde muitos. Ainda mais as guerras atuais onde a ambição pelas riquezas, ou mesmo a vontade de exterminar o outro, fazem surgir verdadeiros genocídios em todo mundo, como é o caso da Chechênia e Dafur, e agora na Faixa de Gaza.
Diante de tal cenário sempre resurge o clamor do salmista que pede: "orai pela paz de Jerusalém!" (Sl 122.6), e entendo ser urgente tal atitude. Entretanto, além de precisar orar por Jerusalém, necessito orar também pela paz para as crianças, mulheres e adultos da faixa de Gaza, muitos dos quais não desejam esta guerra.
Sei que os mulçumanos extremistas não são desculpáveis e provacam retaliações de Israel. Contudo, os ataques desproporcionais atingindo criancas e famílias que fogem da guerra, ao invés de acabar com o terrorismo em Israel fomentará mais o ódio. E, olhando para os ataques dos tanques e aviões israelenses, estes parecem decorrer mais por um ódio desfarçado de "direito de defesa" que por necessidade desta contra os palestinos. Porque, se assim o fosse, onde está a necessidade de impedir ajuda humanitária, ou mesmo a saída das famílias e indivíduos que buscam refúgio?
O nosso tempo nos possibilita atingir alvos sem grandes erros. A inteligência militar e a tecnologia pode nos proporcionar ações mais objetivas, sem atingir inocentes, o que nos faz pensar: a guerra não é mais por uma necessidade de sobrevivência, visando proteger as crianças e mulheres, mas por vingança e ódio, de ambos os lados.
Por isto oro pela paz de Israel e pela dos Palestinos e Árabes em geral, e o faço de forma específica pela paz no coração. Sim, aquela paz que só Jesus pode dar (Jo 14.27), a qual advém pela fé nEle como Messias e Salvador. Ambos povos ainda não a conhecem - a não ser alguns poucos - e por isto não podem deixar de viver a máxima de "olho por olho, dente por dente". Mas, Jesus pode fazer judeus e árabes entenderem que procedem do mesmo pai, e de que a cruz também pode lhes fazer um só homem, um só povo, e viverem uma mesma paz para a vida, e esta eterna.
Posso ser taxado de ingênuo, mas não posso deixar que o meu coração se torne insensível ao sofrimento alheio, ainda que seja alguém que não compartilhe de minha fé. Que a luz do Senhor brilhe em meios as trevas do ódio e da guerra, e o amor seja o arbitro e vincúlo da paz nos corações de Judeus e de Árabes, para nossa alegria, para o bem das crianças judaicas e palestinas, e para a Glória de Deus Pai.
No amor daquele que nos aproximou nele,
Cleber B. Gouveia
Pastor da IPI em Santa Rosa do Descoberto, Goiás
e da IPI do P-Sul, Ceilândia, D.F.
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