31 maio 2006

A Crise das Portas Trancadas

João 20:19-23


Este texto retrata o momento em que os discípulos são tomados pelo medo e, temerosos se escondem atrás das portas trancadas de uma casa. Esta é a crise das portas trancadas. E parece-me que esta crise vez ou outra assola também a igreja do século 21. Mas, isso não só na perspectiva física, entretanto, principalmente, do ponto de vista espiritual. Afinal, as portas são instrumentos de defesa, e quando as portas se encontram fechadas isso significa que a igreja covardemente renega e aceita uma posição inferior aquela para a qual foi comissionada. Se as portas estão trancadas, a luz não pode difundir-se. Uma vez que as portas estão trancadas, nem sal da terra, nem luz do mundo a igreja é. O máximo que consegue ser é motivo de piada e chacota dos homens, pois, se o sal perde sua função é imprestável, para nada mais serve, se não para ser pisado, capacho dos incrédulos.
Se entendermos que aqui temos nos discípulos a representação da igreja, então, logo depreendemos que a igreja tinha as portas trancadas por causa do medo. A igreja tinha suas portas trancadas por causa do medo, e tinha medo por um fator imbatível e inquestionável: Jesus estava ausente. Só existe um modo de que uma igreja de portas trancadas, quebre os cadeados já enferrujados, se desfaça dos ferrolhos e abra as portas: ter uma experiência com a presença de Jesus.
Vejo que é absolutamente possível um grupo carregar o nome de cristãos, ter uma placa de igreja, serem conhecidos como crentes e, ainda assim, estarem carentes e necessitados da presença de Jesus. A Bíblia nos relata na última das sete cartas às igrejas do apocalipse, à igreja de Laodicéia (Ap. 3: 14-22), que esta havia perdido o propósito, nem era quente nem frio, sentia-se rica, mas era infeliz, possuía um pseudo-sentimento de abastança e auto-suficiência, mas era miserável e pobre. Numa certa altura Jesus diz à igreja: Eis que estou à porta (portas trancadas!), e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta (portas trancadas!), entrarei e cearei com ele e ele comigo. Tinha nome de igreja, mas quem dá legitimidade ao ser igreja estava do lado de fora.
Há uma diferença sensível entre a igreja de portas trancadas dos discípulos (Igreja Apostólica de Portas Trancadas) e a Igreja de Portas Trancadas de Laodicéia. No caso de Laodicéia Jesus pede para entrar, bate à porta e o povo tem a opção de resistir ou ceder. No caso dos discípulos o Jesus ressurrecto transpõe as portas, adentra e sua presença irrompe com poder naquele lugar. No último caso, chamo isso de avivamento, reavivamento, despertamento, renovação... Pois, o avivamento irrompe de repente (Atos 2.2). Não pede licença. O avivamento é a presença de Jesus fendendo os céus e descendo sem pedir se pode ou não (Isaías 64:1). Avivamento é Deus tomando o controle e o homem subjugando-se ao domínio soberano de Deus. Avivamento é a entrada abrupta de Deus na História, para mudar a história. E pra isso Deus não pede licença! O vento (Espírito) sopra onde quer (sem pedir autorização)!
A igreja tinha as portas trancadas por causa do medo. E tinha medo por causa da ausência de Jesus. Se a ausência de Jesus tira o propósito da igreja e causa medo, sua presença é o avivamento. E quando a presença de Jesus se manifesta alguns ingredientes a acompanham:
1º) A presença vivificante de Jesus devolve a paz da igreja – (vv. 19-21)
Os aguilhões do medo, as garras do temor perdem completa e inteiramente suas forças e a paz inunda a alma da igreja apostólica.
2º) A presença vivificante de Jesus devolve a alegria da igreja – (v.20)
A presença de Jesus devolve à igreja uma alegria indizível. Pois na presença de Deus há plenitude de alegria (Sl. 16.11).
3º) A presença vivificante de Jesus devolve o propósito da igreja – (v. 21)
As portas trancadas denunciavam silenciosamente para o mundo que os discípulos haviam perdido o propósito. Então, a presença vivificante de Jesus rememora o propósito: Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. E ao devolver o propósito, Jesus também os capacita para o cumprimento do propósito: ...soprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.
Sejamos conhecidos como a igreja das portas abertas! A igreja onde soprou o vento do avivamento devolvendo a paz, a alegria e o propósito da igreja.

Rev. Jean Douglas Gonçalves
Pastor Titular da 1a. IPI do DF.

2 comentários:

  1. Anônimo1:59 PM

    Pr. Jean, sou amiga do Pr Cléber, aqui de Curitiba, e tenho diariamente lido as mensagens que vcs escrevem. Estou achando uma benção e concordo plenamente que hoje está existindo este perigo, das igrejas se tornarem clubes de encontro e a presença de Deus ficando em segundo lugar....Precisamos nos unir neste avivamento real, que é a presença de Jesus abundantemente em nossas igrejas, e pra isso, precisamos estar com nossos joelhos no chão! Contem comigo pra o que precisarem, sempre que possível estarei por aqui fazendo meus comentários! Deus abençoe a vcs neste serviço pra Jesus!Abraços, Solange Galliano.

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  2. Anônimo2:19 AM

    Olá! Sou amiga " virtual" do Pr. Cleber. Resido em Goiás. Não poderia deixar de comentar sobre seu texto " portas trancadas", quantas vezes nos cultos, os pastores, os levitas, precisam se esforçar para tentar levar o povo a adoração. Muitos, mesmo diante de um louvor fervoroso não consegue se quebrantar na Presença de Deus, ficam trancados, omissos a toda maifestação do Espirito. Quando eu conheci Jesus, tinha 28 anos, nossa,foi muito tarde, mas apaixonei por Ele, e dentro de mim veio um avivamento, algo que eu jamais havia sentido, mas o tempo foi passando, e veio circunstancias que me levou a esfriar no meu Amor, na minha Adoração, tranquei-me. Hoje, eu me reanimo a cada dia, todos os dias. A ausencia de Jesus em mim me deixa fraca, mas quando eu abro as portas e Ele entra, Ele me levanta e tudo , absolutamente tudo, se torna fácil, correntes são quebradas e tudo é sucesso.
    Que o Senhor esteja quebrando correntes para vc e seu caminho seja de sucesso.
    No amor em Cristo.... Cleu

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