22 fevereiro 2007
A RELIGIÃO DA BANHEIRA QUENTE
Outro dia, eu fui um de toda uma turma que passou a maior parte de uma chuvosa tarde de sábado numa banheira quente. Meus estudantes tutelados, que formavam a turma, tinham me aconselhado a experimentá-la (....)
Enquanto me sentava lá, fazendo piadinhas e ajustando-me à emoção de ser envolvido por bolhas de todos os ângulos, ocorreu-me que a banheira quente é o símbolo perfeito do caminho moderno da religião. A experiência da banheira quente é deliciosa, relaxante, preguiçosa, despreocupante. De nenhum modo é exigente, seja intelectualmente ou não, e é muito, muito agradável, até o ponto de ser divertida (especialmente com um grupo de tutelados como o meu). Muitos hoje querem que o Cristianismo seja assim, e trabalham para isso. O último passo, é claro, seria tirar os assentos dos auditórios das igrejas e instalar banheiras quentes em seu lugar; então nunca haveria problemas de freqüência. Enquanto isso, muitas igrejas, muitos evangelistas e muitos religiosos eletrônicos já estão oferecendo ocasiões que são planejadas para nos levar a sentir que só perdem para uma banheira quente – isto é, são reuniões felizes e descuidadas, momentos verdadeiramente divertidos para todos (...)
Enquanto eu continuava na banheira quente, espreguiçando-me desinibidamente, vi por que a religião popular desse grupo cromado do qual eu estou falando ganhou tanto controle. A vida moderna nos pressiona. Somos estimulados até ficarmos aturdidos. Os relacionamentos são frágeis; os casamentos se rompem, famílias se separam; os negócios são uma corrida exaustiva sem fim, e aqueles que não estão no topo sentem-se como peças da máquina de outra pessoa. A automação e a tecnologia da computação tornaram a vida mais rápida e mais tensa, já que não temos mais que fazer os trabalhos rotineiros que consumiam muito tempo, e nos quais nossos avós costumavam relaxar suas mentes. Temos que correr muito mais rapidamente do que qualquer geração anterior, simplesmente para ficar onde estamos. Não é surpresa, então, que quando o homem ocidental moderno se volta para a religião (se ele se volta – muitos não o fazem), o que ele quer é um total relaxamento estimulante, ser a uma só vez confortado, sustentado e revigorado sem esforço: em poucas palavras, uma religião de banheira quente. Ele pede isso, e as pessoas se apressam em supri-la. O que a religião da banheira quente ilustra mais claramente é a lei da procura e oferta.
O que, então, devemos dizer sobre a religião da banheira quente? Certamente um ritmo de vida que inclua descanso é correto; o quarto mandamento mostra isso. Alternar trabalho árduo com tempos de divertimento também é certo (...). Desfrutar de nossos corpos enquanto podemos, em oposição a desprezá-los, já é parte da disciplina da gratidão para com nosso Criador. E exuberâncias desinibidas como bater palmas, dançar, gritar louvores e clamar na oração podem ser aprovadas também, desde que, através disso, não façamos os outros tropeçar. Sem estes fatores da banheira quente, como podemos chamá-los, nosso cristianismo seria menos piedoso e menos vivo, pois seria menos humano. Mas, se não houvesse mais em nosso cristianismo do que os fatores da banheira quente – isto é, se abraçássemos um hedonismo de relaxamento e sentimentos felizes, evitando tarefas difíceis, posições impopulares e relacionamentos exaustivos – perderíamos a centralização bíblica em Deus e a vida de carregar a cruz para a qual Jesus nos chama, e anunciaríamos ao mundo nada mais do que nossa própria decadência. Com a ajuda de Deus, contudo, não vamos concordar com esse pouco.
Rev. Dr. James Innell Packer
(Extraído do livro Religião Vida Mansa, Cultura Cristã, 1999, p.50-53)
J. I. Packer, nascido Gloucester, Inglaterra, em 22 de julho de 1926, é considerado um dos maiores teólogos Reformados (Calvinista) da atualidade.
16 fevereiro 2007
Minha Pública Profissão de fé (Parte 2)
Sabe, nestes dias tenho pensado muito a respeito destas e outras perguntas como: "Por quê me privo de tantas coisas na vida (não vejo o pecado em muitas delas) por amor ao irmão que se escandalizaria se me visse gozá-las?
15 fevereiro 2007
Oração e comunhão
Fazemos apressadas e impacientes tentativas de orar, e, não vendo bons frutos, dizemos que a prática é inútil, e abandonamo-la.
A oração é como a amizade. A amizade não se prova assim de relance, de passagem. Não se constrói com alguns segundos e nem se torna forte com encontros esporádicos e sem interesse pelo outro. A amizade é antes uma condição de vida –de vida constante e persistente– e os seus resultados se vão manifestando com o tempo. Assim é a oração: o seu resultado vai-se manifestando com a continuação da nossa íntima comunhão com Deus.
Eis a palavra chave na vida de oração: Comunhão! A grande dádiva que esperamos na oração é que Deus se dê a Si mesmo, em comunhão conosco. E o mais que Ele der será incidental e secundário.
Separei pequenas pérolas sobre a oração, recolhidas nos últimos 9 anos, a fim de que possamos meditar e, quiçá, sermos motivados a procurar a Deus em oração.
A.C. Benson
“Oração não é uma repetição mecânica das formas verbais, porém uma forte e íntima afinidade do nosso coração com o Pai”
Sir Thomas Browne, famoso médico inglês:
“Já me resolvi a orar mais e orar sempre, a orar em todos os lugares onde o silêncio convida, em casa, no caminho, na rua e a não saber de nenhuma rua ou avenida nesta cidade que não possa testificar que não me esqueci de Deus?”
Irmão Lourenço:
“Oração é uma firme consciência da presença de Deus, e constante comunhão com Ele”
“Oração é a aspiração da nossa pobre alma sobrecarregada por seu eterno Pai, com ou sem palavras, sentimento este espontâneo”. .
Agostinho de Hipona:
“Dá-me a tua própria pessoa, sem a qual, mesmo que me desses tudo o que fizestes, ainda não podia ser satisfeito o meu desejo”/
Thomas à Kempis:
“É pouco e não satisfaz tudo o que pudesses doar, afora Tu mesmo”.
“Esta idéia da oração enquanto comunhão não é nem moderna nem antiga; é propriedade comum de todos os santos cristãos que penetraram o âmago da oração. As perplexidades se encontram nas franjas da oração; a oração na sua essência é tão simples e tão profunda como a amizade”.
Perceber a oração como comunhão com Deus nos faz perceber que às vezes temos orado muito mais que pensamos, mas também que devemos orar bem mais do que já oramos! O Apóstolo Paulo ao escrever aos tessalonicenses (I Ts. 5.17): “Orai sem cessar”, não falava de petição, mas de comunhão contínua.
Perceber oração como comunhão é perceber que o coração do Pai está aberto e você é bem vindo ali. Deus convida você a entrar no Seu coração. O coração do Senhor é a casa onde nos encontramos seguros, protegidos... Você é bem vindo ali. Então, ore!
“A oração genuína e total nada mais é do que amor” (Agostinho de Hipona)
Rev. Ézio Martins de Lima
Agende a sua presença no II Congresso de Oração da IPI Central de Brasília:
II CONGRESSO DE ORAÇÃO
“Muito pode, por sua eficácia, a oração do justo”.(Tiago 5:16)
Dia 16 de março, sexta-feira, às 20h
Tema: “Por que devemos orar?”
Preletor: Rev. Adail Carvalho Sandoval, pastor titular da Igreja Presbiteriana de Brasília
Dia 17 de março, sábado, às 20h
Tema: “Orar faz bem para a saúde”
Preletor: Rev. Jean Douglas, pastor titular da 1ª Igreja Presbiteriana Independente do Distrito Federal
Dia 18 de março, domingo, às 10h00 min
Tema: “Por que orar, se Deus sabe todas as coisas?
Preletor: Rev. Valter Moura, Diretor do Seminário Presbiteriano de Brasília
Dia 18 de março, domingo, às 19h
Tema: “A oração, a evangelização e a conversão”
Preletor: Rev. Valter Moura, Diretor do Seminário Presbiteriano de Brasília
14 fevereiro 2007
IRA - Por Ricardo Gondim
10 fevereiro 2007
A conspiração do bem
Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. João 2:4
Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens. Mateus 16:23
Haveria algo mais difícil do que ter de resistir ao mal evidente que nos cerca todos os dias? Desligar a TV durante aquelas programações que nós sabemos o que estão propondo, ou até mesmo desviar dos links e janelas que surgem nas telas dos nossos computadores levando-nos a sites obscuros? Ou até mesmo conduzir nossos olhos ao sentido oposto ao das bancas de jornal e os nossos ouvidos atentarem para longe de bate-papos malignos e afiados? Não é difícil resistir e dissimular frente às ofertas de piadas degradantes, diante das quais a grande maioria solta espaçosas gargalhadas, ou não se deixar seduzir por propostas de ganho fácil e imediato que custem o sacrifício dos valores que com tanto esforço pleiteamos cultivar ao longo de nossos anos?
Essa pós-modernidade bombardeia incessantemente a todos os nossos sentidos com o convite ao que é fácil, barato, prazeroso – uma verdadeira sinfonia cuja melodia agrada em cheio aos ouvidos da nossa sociedade hedonista – que em meio a todo esse “prazer”, revolve-se e chafurda-se ainda mais na lama que a envolve.
Sinceramente, creio que o esforço que o cristão emprega, se verdadeiramente fiel, em busca de uma vida santificada e íntima com Deus nos dias de hoje só é comparável ao enfrentamento dos leões na arena de César...
O pior é que não fica por aí.
Como se não bastasse, a nossa batalha vai além do pecado descarado e publicado, amado e cultivado nos dias de hoje.
Se logramos êxito ao resistir aos convites dos out-doors e dos comerciais de TV, muitas vezes somos vítimas da conspiração do bem, ou da “confraria da boa-vontade”. Confuso? Explico-me.
Confesso que logo aos primeiros passos da fé, os dois versículos os quais cito, no início deste texto, me chamaram a atenção. Eles pareciam uma dissonância, uma contradição ao conceito que eu até então eu cultivava:
- Puxa, mas como é que Jesus pôde ser tão grosso com a própria mãe?...
- Caramba, mas que palavra dura Jesus disse a Pedro...
Aos mais doutos, perdoem-me a sinceridade, mas era exatamente isso que eu pensava, e assim como eu, creio que muitos outros. “Como é que Jesus poderia falar assim com quem estava sendo tão bonzinho por preocupar-se com ele mesmo e com os outros?” Maria, preocupada com a situação constrangedora a que o noivo se sujeitaria, tendo o vinho acabado bem no meio da festa, e Pedro, zelando pelo bem-estar do Mestre, ao ouvi-lo dizer que o Filho do Homem padeceria e seria morto.
Com o tempo, tristes verdades e duras realidades acabam mostrando que esse mal encoberto consegue ser pior até mesmo de que todo esse pecado escancarado. E o que é pior: muitas vezes nos tornamos agentes dele.
Conseguimos resistir, ainda que com tropeções, ao combate nas trincheiras abertas, mas ao fogo amigo, aquele que vem dos combatentes que se dizem estar ao nosso lado, somos vulneráveis. Nossa guarda está sempre aberta, pois jamais pensamos que são capazes de, armados das “melhores intenções,” atuarem em nossa vida em sentido contrário ao que Deus espera de nós. É aquele irmão que gosta tanto de nós que não abre mão de que no fim de semana não estejamos em sua casa no almoço, no mesmo dia em que poderíamos promover um evangelismo, é o outro que ama tanto a igreja, e suas tradições, que faz parte da “família real” há tanto tempo que não pode admitir que a santidade de seus hinos seja maculada pela cantoria barulhenta desses jovens de hoje com seus cânticos – talvez aquele velhinho gentil e freqüentador tão assíduo, que não admita que a alegria que pudesse haver em nossos templos corresse o risco de agredir a tão idolatrada “ordem e decência”, que se coloca muitas vezes acima da nossa liberdade de amar o outro. É a turma do “deixa disso” , do comodismo, a turma do “deixa como está”, ta bom assim – enquanto nossos cultos se esvaziam, nossas festas se multiplicam.
Acho que nas igrejas todos erramos quanto a isso, aos membros – e aí me incluo eu – por fazermos o papel de Marias e Pedros, na melhor de nossas intenções muitas vezes na hora errada ou inocentemente atentando contra o propósito soberano de Deus, com a consciência falsamente tranqüila, como quem não sabe nada nem o que está se passando, até que as coisas não corram como deveriam e não venhamos a nos sentir culpados quanto a isso, jogando a culpa nos pastores.
Mas os pastores também erram, quando não buscam a lucidez e o discernimento para perceberem, no momento do agrado mais singelo, da preocupação mais sincera, o mal dissolvido, o risco iminente de se tornar vítima da “confraria do bem”, esquecendo-se de que sempre haverá um interesse humano por trás de cada ato, ao qual caberá sempre a resposta imediata e precisa, nos moldes de Cristo, sob pena de que nossos interesses se sobreponham aos d´Ele.
É preciso estar atentos, pois, se pararmos um pouco e olharmos para nossa história, como igreja, e porque não dizer como pessoas, veremos o quanto se perdeu agindo sinceramente errados, pedindo a vontade de Deus, mas fazendo a nossa própria, desejando que Ele decida, mas agindo por nós mesmos.
Muito mal e muito dano já foi causado, é tempo de observar e aprender, é tempo de reparar os muros, reconstruir. Mesmo que isso ao final nos custe a amizade daqueles que, sinceramente errados, nos ofereceram paz em tempos que eram de guerra, festa em tempos de pranto.
Se é tempo de guerra, vamos a guerrear, se é tempo de se humilhar, orar, e buscar a face de Deus, o façamos. Sobretudo, façamos aquilo que a Deus agrade, a Seu tempo, e conforme a Sua vontade.
09 fevereiro 2007
Palavras em favor da vida... Diante da realidade da morte...
“Também disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança...” Gênesis 1.26
“Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.”
Genesis 2.7
“Não matarás.”
Êxodo 20.13
A vida realmente não tem mais seu valor. Deus criou, e diz a Palavra, que a vida do homem fora gerada durante todo um dia de trabalho. O Homem fora planejado, e a vida, colocada com muito amor em algo inanimado, feito do barro. Por ter sido feito do barro, é frágil, como um pote de barro o é. E é triste ver como a falsa sensação de poder sobre a vida e a morte tem cegado a muitos, levando-os a decidir quando e onde por fim à vida de seu semelhante, como se fosse o mesmo que tirar a vida de um inseto, ou o mesmo que decidir qual sapato ou roupa usar.
É o que vejo no episódio da criança morta no Rio, em troca de nada. Sim, pois, o que é um bem inanimado, e com tempo útil de vida, cujas peças seriam no máximo revendidas por “preço de banana”? O que é este objeto de desejo que no máximo seria usado até que a maresia da brisa do mar o destruisse, ou um acidente de trãnsito o fizesse não ter valor, diante da preciosa vida de uma criança?
Penso eu, de forma desalentadora, que tal fato nos mostra a realidade de nossos dias, onde a preciosidade da vida só está diante dos olhos daquEle que a criou, pois, nós, os semelhantes, não nos vemos mais assim, tão preciosos.
Entretanto, o que não podemos é nos render diante da desvalorização da vida. Ela é preciosa, única, e poderá ser vivida eternamente somente se este ser animado pelo sopro da vida voltar para o Seu Criador, como nos ensina o Salmo 100 versículo 3.
Diante de tal realidade tão desgraçada, sim, porque não se vê a Graça de Deus nos corações dos homens que fazem o mal e dos que se calam diante deste mesmo mal, quero registrar meu sofrimento e dor; minha revolta e ira; minhas lagrimas e desconsolo diante da morte trágica desta criança, e desta jovem mãe.
Deus nos ajude, e nos sustente graciosamente a cada dia, em Cristo Jesus, amém!
Cleber B. Gouveia
08 fevereiro 2007
O Espelho que tudo vê...
Você já tentou olhar para o seu próprio nariz? Confesso quando criança ter tentado fazer isto por varias vezes, e ainda hoje, às vezes pegar-me nesta tentativa. Sabemos bem como é difícil não vê-lo, ou se vemos, isto ocorre de forma desfocada. Fica claro, portanto, ser algo muito difícil a tarefa de olhar para o próprio nariz, a não ser que se esteja em frente a um espelho; imagine então olhar para o que há em nosso coração.
Da mesma forma que, para se poder ver claramente nosso nariz, é necessário estar em frente a um espelho, creio que, quando tentamos sondar nossos próprios corações, em seus mistérios mais profundos, também precisarmos de auxilio para vermos o mal que neles há.
Penso assim por entender que nossos corações (ou mentes) são, primeiramente, como nossos pais, quando estes olham para nós e não conseguem ver nossa feiúra, ou mesmo nossos defeitos. Trabalho em uma escola com muitos adolescentes e seus problemas naturais da adolescência. Quando há algo envolvendo um ou mais adolescentes, e os pais são chamados para conversar, sempre se vê em sua expressões ou palavras a frase: “meu filho não; o outro sim, o meu não!”. Na maioria das vezes mascaram, escondem ou fazem vista grossa, e afirmam: “meu filho não seria capaz de fazer isto!”. Ou seja, ainda que vejam ou saibam quem há algo de errado, a grande maioria prefere fazer de conta que não viu”; com os nossos corações acontece o mesmo.
Outras vezes, nossos corações se mostram como um Hipermétrope (pessoa que enxerga bem o que está longe e não consegue focar o que esta perto), não conseguindo, assim, enxergar direito seus próprios defeitos. Jesus falou sobre isto ao afirmar que conseguimos enxergar o cisco nos olhos do próximo, mas não a trave que há em nossos (Mateus 7.13). Precisamos, desta forma, ir ao espelho que tudo vê, como aquele da estória da Branca de Neve, e pedirmos: “Espelho, espelho meu, revela-me o pecado que de mim se escondeu”.
Creio ter sido a consciência desta realidade o que levou o salmista Davi pedir auxilio ao Senhor, o “espelho da nossa alma que tudo vê, e tudo pode nos revelar a respeito de nós”. Davi sabia que sua natureza pecaminosa era como um cleptomaníaco, o qual rouba, mas nega seu erro. Que seu coração era às vezes como alguém embriagado que nega todas as suas atitudes ofensivas aos que ama, ou até mesmo como aquela pessoa a qual afirma nunca ter pecado, “pois não mata, não rouba e não faz mal a ninguém, nem mesmo ao mosquito da dengue”. Davi, contudo, também tinha plena convicção de que o Senhor podia conhecer o mais íntimo do seu coração, e desvendá-lo.
Nós também devemos reconhecer nossa incapacidade diante do nosso pecar, e da nossa necessidade dos olhos do Senhor. Precisamos reconhecer que somente o Espírito Santo poderá nos convencer do nosso pecado (João 16.8), e clamar para que este, que sonda também o mais íntimo do coração de Deus (1a. Corintios 2.9) possa penetrar no mais profundo do nosso ser, revelando nossa miséria, e nos direcionando pelo caminho eterno.
Como Davi, precisamos crer e compreender que o Senhor Jesus tem prazer em nos mostrar onde estamos entristecendo Seu coração, e nos chamar ao arrependimento (Lucas 5.32), e, uma vez quebrantado nossos corações, nos guiar em Si mesmo, o caminho direto ao Pai, o caminho eterno do Pai (João 4.6). Precisamos, portanto, olhar para o espelho espiritual que tudo vê, e tudo revela a respeito de nossos corações, e assim, sermos levados ao caminho eterno cheio de Paz, Vida e Amor de nosso Deus.
Cleber Batista Gouveia.