10 março 2009

ALGUMAS COISAS A RESPEITO DO SACERDOCIO REAL DE TODOS OS CRENTES

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; (1 Pedro 2.9)

Estamos perto dos 500 anos de nascimento de João Calvino. Como todos sabem, este foi um dos grandes reformadores da Igreja, e como Presbiterianos somos herdeiros de seus ensinos e práticas. Hoje, quero falar um pouco sobre um dos ensinos de Calvino e demais reformadores da Igreja, e conseqüentemente da Reforma Protestante: o sacerdócio real e universal de todos os crentes.

Olhando para a Palavra de Deus encontramos nas palavras do apóstolo Pedro a base para o ensino do sacerdócio real e universal de todos os crentes, e analisando o ensino reformador compreendemos haver, quanto ao sacerdócio real, alguns direitos e outros deveres, alguns dos quais passo a expor a seguir:

Livre acesso a Deus: o sumo sacerdote era aquele que entrava nos santos dos santos. Entrava, porém, com uma corda nos pés, pois, se estivesse em pecado, morreria. Nós, porém, constituídos sacerdotes pelo Sumo Sacerdote Jesus Cristo (Hebreus 4.14), podemos entrar na presença de Deus sem necessidade de outro intercessor que não o Senhor (Efésios 2.18). Ou seja, não há necessidade de mais ninguém para que suas suplicas, suas orações, sua vida se apresente diante de Deus. Não há necessidade de cordas, pois o sangue que nos abre o caminho é o que nos purifica para não somente entrar, mas para ser o Santuário de Deus em Espírito (Efésios 2.21-22; Hebreus 9.14).

Capacidade para ler e compreender a Bíblia: todo sacerdote de Deus pode ler e interpretar a Bíblia, sem que haja proibições, sem barreiras. No tempo de Lutero e Calvino isto não era praticado. Pelo contrário! Era pecado ler a Bíblia. Com a Reforma todos os crentes puderam e ler e interpretar a Bíblia com a ajuda do Espírito Santo, e foi nos dado como herança tal prática devocional. Uma pena, porém, que em nossos dias isto tenha se tornado banal, e o povo “santo”esteja vivendo no pecado por falta de conhecimento (Salmo 119.11; Provérbios 29.18).

O evangelismo pessoal:  pois, se sou sacerdote real, apresento a Deus ao povo, e o povo a Deus. Ou seja, levo a revelação dos mistérios de Deus às pessoas, e as apresento diante de Deus. Em outras palavras sou responsável direto pelo evangelismo e discipulado das pessoas com as quais convivo. Não preciso e nem necessito esperar pela autorização do pastor, presbítero ou qualquer outro líder. Jesus, nosso Senhor já nos deu esta ordem, autoridade e capacitação (28.19-20 e Atos 2 e Atos 4).

Estes são alguns ensinos do legado deixado para nós pelos reformadores, dentre eles Calvino.  Espero poder apresentar outros durante este ano dos 500 anos de Calvino. Enquanto isto de contínuo oro e espero no Senhor  por uma nova Reforma em nossos dias, advinda pelo Seu Espírito, capaz de nos fazer conhecer e viver de forma eficaz o princípio e realidade dos sacerdócio universal de todos os crentes.

Cleber B. Gouveia, 

Pastor da IPI do P-Sul em Ceilândia, D.F., 

e Santa Rosa, em Santo Antônido do Descoberto, Go.

 


Um comentário:

  1. Anônimo1:11 PM

    Amado, poderias conceder a referência de que o sacerdote entrava no santuário com uma corda amarrada. Já tenho lido a Bíblia por diversas vezes e ainda não consegui ver essa referência. Já tenho concluído que isso é o que podemos denominar de Falácia cultural. Mas se o amado tiver ao menos uma inferência lógica, por favor me aponte. Estou no aguardo. Abraços, Em Cristo, Iranir Araújo

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