13 abril 2009

Do “por quê?” celebrar a Ressurreição de Jesus Cristo

“Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra”. Jó 19:25

"– Por que é que vocês estão procurando entre os mortos quem está vivo? Ele não está aqui, mas foi ressuscitado". Lucas 24. 5b - 6

Eu gosto de comemorar a ressurreição. Ela é, afinal, um dos aspectos fundamentais da fé cristã. Sem ela, a morte de Jesus, o Cristo, seria mais uma dentre as mortes de vários grandes personagens da história humana, ou mais uma dentre a morte dos muitos “revolucionários” que conseguiram estimular mudanças nas estruturas do mundo. Por fim, sem ela, a nossa fé seria completamente em vão, sem sentido, vazia, efêmera, infrutífera, completamente tola!

A ressurreição, porém, nos diz algo mais, nos faz ir além das ações e reações humanas, pois nela está contida a ação e reação Divina contra o pecado e a morte, e a favor do ser humano criado segundo a Sua imagem e semelhança.

Por isto celebro a ressurreição e os convido a se juntarem comigo nesta grande festa de Deus da qual somos convidados! Pois, por meio dela não precisamos mais olhar mais para trás, ficar presos ao passado sem possibilidades outras. Pelo contrário, ela nos faz voltar os olhos para o alto, ver que o socorro dali já veio e a nós alcançou, e assim, podemos contemplar um futuro que antes não existia, e caminhar firmes para o encontro daquEle que vem para, não somente nos buscar, mas trazer novos céus e nova terra, e uma nova morada, eterna, na Jerusalém Celestial onde o Pai, o Filho e o Espírito reinam deste a eternidade.

É claro que apesar de termos tudo isto como herança, de conhecermos aquilo que por nossas vidas, e de muitos outros, fora feito pelo Pai em Cristo Jesus, precisamos compreender que tal obra não visa somente a pessoa do ser humano. Ela nos beneficia, alegra o coração, mas o fim de tal propósito é a restauração de todas as coisas ao estado inicial, e neste estado o nosso “eu” ressurreto em Cristo viver para a glória de Deus! E neste aspecto não olhamos somente para frente, alienados do agora, mas vivemos plenamente o presente, o hoje, o agora, para a Glória de Deus.

A ressurreição de Cristo venceu o pecado, destruiu a sua paga, a morte, e a mim e a você fez nova criatura para viver sempre no Gozo do Senhor, provando dos benefícios de uma vida de intimidade, levando-nos ao agrado de viver para glorificá-lo no hoje e sempre.

Por isto, amados e amadas, comemorem a Ressurreição do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo! Como diz o cântico antigo “porque Ele vive, posso crer no amanhã, porque Ele temor não há”. Contudo, não parem nesta parte, e cantem também “mas eu bem sei, eu sei, que a minha vida está nas mãos do meu Jesus, que vivo está”, e viva para glória de Deus Pai, em Seu Filho, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, o qual vivo em, e entre nós, está!

Cleber B. Gouveia, pr.

07 abril 2009

Oração e comunhão


Fazemos apressadas e impacientes tentativas de orar, e, não vendo bons frutos, dizemos que a prática é inútil, e abandonamo-la. A oração é como a amizade. A amizade não se prova assim de relance, de passagem. Não se constrói com alguns segundos e nem se torna forte com encontros esporádicos e sem interesse pelo outro. A amizade é antes uma condição de vida –de vida constante e persistente– e os seus resultados se vão manifestando com o tempo. Assim é a oração: o seu resultado vai-se manifestando com a continuação da nossa íntima comunhão com Deus.

Eis a palavra chave na vida de oração: Comunhão! A grande dádiva que esperamos na oração é que Deus se dê a Si mesmo, em comunhão conosco. E o mais que Ele der será incidental e secundário. Separei pequenas pérolas sobre a oração, recolhidas nos últimos 9 anos, a fim de que possamos meditar e, quiçá, sermos motivados a procurar a Deus em oração.

A.C. Benson

Oração não é uma repetição mecânica das formas verbais, porém uma forte e íntima afinidade do nosso coração com o Pai

Sir Thomas Browne, famoso médico inglês:

Já me resolvi a orar mais e orar sempre, a orar em todos os lugares onde o silêncio convida, em casa, no caminho, na rua e a não saber de nenhuma rua ou avenida nesta cidade que não possa testificar que não me esqueci de Deus?

Irmão Lourenço:

Oração é uma firme consciência da presença de Deus, e constante comunhão com Ele”.
Oração é a aspiração da nossa pobre alma sobrecarregada por seu eterno Pai, com ou sem palavras, sentimento este espontâneo”.

Agostinho de Hipona:

Dá-me a tua própria pessoa, sem a qual, mesmo que me desses tudo o que fizestes, ainda não podia ser satisfeito o meu desejo

Thomas à Kempis:

É pouco e não satisfaz tudo o que pudesses doar, afora Tu mesmo”.

Esta idéia da oração enquanto comunhão não é nem moderna nem antiga; é propriedade comum de todos os santos cristãos que penetraram o âmago da oração. As perplexidades se encontram nas franjas da oração; a oração na sua essência é tão simples e tão profunda como a amizade”.

Perceber a oração como comunhão com Deus nos faz perceber que às vezes temos orado muito mais que pensamos, mas também que devemos orar bem mais do que já oramos! O Apóstolo Paulo ao escrever aos tessalonicenses (I Ts. 5.17): “Orai sem cessar”, não falava de petição, mas de comunhão contínua.

Perceber oração como comunhão é perceber que o coração do Pai está aberto e você é bem vindo ali. Deus convida você a entrar no Seu coração. O coração do Senhor é a casa onde nos encontramos seguros, protegidos... Você é bem vindo ali. Então, ore!

“A oração genuína e total nada mais é do que amor” (Agostinho de Hipona)

Rev. Ézio Martins de Lima