11 dezembro 2008

O amor nos faz ser, viver e realizar!


13:34 Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. 13:35 Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. João 13.34-35


O texto nos diz que o Senhor Jesus dá um novo mandamento aos seus discípulos, sendo este uma nova forma de relacionamento a ser vivida como vontade de Deus aos Seus: amarem a Deus e ao próximo como a eles mesmos. Qual o princípio que nos é ensinado?

Somos chamados a viver o amor em todas as nossas relações, se quisermos ser conhecidos como cristãos.

Seja no nosso relacionamento com Deus, seja com o nosso próximo, não deve ser o ódio que gera a inimizade, nem o egoísmo que gera a distância e a solidão, nem o medo que impossibilita o conhecer e o ser conhecido, os sentimentos a regerem nossos relacionamentos.

Não! Estas coisas nos roubam a vivência plena de nossa humanidade, uma vez que impossibilitam a interdependência, tão fundamental para a existência de qualquer ciclo social, e, por isto, priva-nos de sentimentos e realidades que nos faz desenvolver saudavelmente nosso caráter.

O Senhor Jesus exortou, ordenou que os discípulos se amassem, pois, além de os ter amado, como Deus Criador que o é sabia da nossa necessidade, como seres humanos, de amar e ser amado. Ele nos fez assim. Sim! A Palavra diz: Deus é amor! (I João 1.8; 4.16), e completa: nós somos Sua imagem e semelhança (Genesis 1.26) .

Por isto o apóstolo Paulo diz a respeito de si mesmo: se não tiver amor, posso fazer toda caridade possível, e ainda assim, nada serei (I Coríntios 13). É interessante notarmos que Paulo não diz nada terei feito. Mas sim nada serei. O ser humano sem amor deixa de sê-lo, pois fora criado segundo o amor.

O Pai diz em Jeremias ao povo de Israel: com amor eterno eu te amei, (Jeremias 31.3). Em João 3.16 o evangelista diz que a morte de Jesus na cruz foi fruto de um intenso amor de Deus por nós. Jesus disse que dava a sua vida pelos seus amigos, sendo isto a prova da mais profunda forma de amor que alguém pode demonstrar. E Ele diz: ninguém tem amor maior que este (João 15.13).

Ou seja, o amor é a única forma de realizarmos algo, sendo realizados no que fazemos.

Somente quando temos por motivação o amor conseguimos servir em amor, perdoar verdadeiramente, obedecer, nos subordinar, edificar. Sem ele, nossas intenções nunca se inclinarão para o bem do outro. Por isto, a Palavra nos exorta a não devemos dever nada a ninguém a não ser o amor.

Amemos de fato! porque...

" ...o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. 4:8 Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.
4:9 Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. 4:10 Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados. 4:11 Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros. 4:12 Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor. " I João 4.8-12

Nele, onde em amor somos mais que vencedores, vivemos mais que felizes, e realizamos toda a vontade do Pai!


Cleber B. Gouveia
Pastor membro do Presbitério do Distrito Federal
Igreja Presbiteriana Independente do Brasil.

03 dezembro 2008

Pelos que conosco estão nos caminhos da vida...

E Jesus, chamando os seus discípulos, disse: Tenho compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias, e não tem o que comer; e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho. Mateus 15:32

Nestes útlimos dias tenho acompanhado com atenção as notícias que mostram o sofrimento de muitos no estado de Santa Catarina. É certo, e não podemos negar, o fato de que tal tragédia é resultado de vários fatores, dentre eles: o descaso das autoridades (tanto não investiram quanto permitiram construções irregulares à beira, e em cima dos morros); a necessidade de muitos de um lugar para morar; a falta de respeito ao meio-ambiente; e os fatores climáticos.

Entretanto, independente disto, precisamos nos mobilizar para ajudar quem precisa. Há uma multidão cheia de necessidades pelo caminho. E Igreja, como corpo de Cristo, precisa se compadecer, sentir com, e ir. Dar água, pão, reconstruir casas, e, claro, glorificar a Deus com testemunho que saia da boca e pregue a Cristo, e este crucificado.

Sim, pois, tragédia pior do que perder casas e pertences, é perder a própria vida e, mesmo salvo dos desmoronamentos, há ainda muito pecado para ser removido, e, somente o sangue de Cristo Jesus o pode fazer.

Precisamos sim, sentir a dor dos que perderam os parentes. Mas precisamos também levar o consolo que somente o Espírito Santo pode dar. E são muitos desconsolados! Basta ver os jornais nas tvs abertas.

Precisamos ajudar com dinheito! Contribua! Procure uma entidade idônea. A IPIB, igreja da qual faço parte, tem uma conta aberta para ajudar aos irmãos que sofrem, bem como, tendo fundo, outros também! Mas, cuidado! Já temos notícias de pessoa utilizando a internet para se aproveitar da situação. Por isto, contribua com prudência!

Precisamos orar ainda pelos que administrarão os fundos que estão sendo levantados para ajudar. Sim, pois sabemos que o coração humano é corrupto! Não se pode confiar nele. Por isto, orem por todos os que terão acesso ao dinheiro, e peça ao Espírito Santo que direcione todas as ações. Os desabrigados serão abençoados com sua oração.

Por fim, deixo abaixo a conta bancária caso escolha ajudar pela nossa denominação (você pode conferir a autênticidade no link http://www.ipib.org/index.asp?inc=newsread&article=919) :

Presbitério Catarinense, Caixa Econômica Federal, Agência 0424 – OP 003 – Conta Corrente 542-8

Caso tenha outros caminhos, peço: não deixe de ajudar! O vale está cheio! A multidão tem fome e sede de pão, água, solidariedade e do amor de Deus e Sua Palavra! E a reação dos cristãos não poderá ser diferente da que o seu Senhor e Salvador teve para com aqueles de seu tempo.


No amor daquele que desceu para os vales e nos ajudou,

Cleber B. Gouveia
Pastor da Igreja Presbiteriana Indenpendente do Brasil.
Presbitério do Distrito Federal.

07 outubro 2008

Não temais; tenha fé!


Leia com atenção Marcos 5. 35-36

Há momentos em nossas vidas nos quais somos levados a ter medo. Alguns têm medo de voar em um avião, outros de serem assaltados enquanto andam pelas ruas, saem de um restaurante, voltam da igreja, ou mesmo o medo de perder algum amado, de ficar só, medo de que nem mesmo Deus possa ajudar numa situação de crise intensa!

Jairo, a personagem bíblica do texto de Marcos 5. 35-36 vivenciou seus medos. Nesta passagem, de forma específica, deve ter sentido o medo de ter perdido de forma definitiva a vida de sua filha para a morte, e, junto a este, o medo de que Jesus não pudesse mais ajudá-lo!
Quantas vezes somos tomados por sentimento parecido. Creio que muitas! Pois, muitas são as horas nas quais, mesmo em fervente oração, na afirmação de que caminhamos com Jesus Cristo ao nosso lado, somos tentados a dar vazão, razão, ao medo. Jesus, contudo, tem algo a nos dizer: "náo temais; tenha fé!".

E suas palavras não nos servem de encorajamento e consolo somente em situações onde o nosso temor não se confirmou. Não! Pelo texto vemos que suas palavras são lançadas ao coração de Jairo quando a morte toma a vida de sua filha. Ou seja, elas nos chamam a confiar, a lançar fora o medo não somente na avizinhança do desemprego temido, mas também no momento em que este se realizou. Não somente no momento em que se teme a solidão, a morte, a crise, mas sim quando estamos vivenciando a realização destes infortúnios!

Como vemos na vida de Jairo às vezes mesmo quando Jesus está conosco, caminhando em direção ao nosso lar, coisas ruíns podem acontecer, entretanto, não de forma permanente! Por isto Ele nos diz: "Não temais; tenha fé!".
O mesmo ocorreu no barco com seus discípulos em meio ao mar agitado. Jesus dormia, os 12 temiam por suas vidas! Em meio ao desespero despertam a Cristo e perguntam se Ele não se importa que todos morram. Jesus se levanta, ordena calmaria ao vento e ao mar, e afirma que lhes faltou fé. Jairo ouve duas ordens: 1) de seus servos que lhe dizem: "não incomode mais o mestre, sua filha morreu" e 2) de Jesus: "não temais; tenha fé!". Graças a Deus ele ouviu a Cristo!
Precisamos também ouvir a voz do Senhor Jesus! Pois, assim como não somente permaneceu ao lado de Jairo após chamá-lo a permanecer com fé, mas continuou a caminhada em direção a sua casa com a finalidade de atender ao seu clamor incial - "salve minha filha" - , da mesma forma o Senhor Jesus caminha contigo, comigo, conosco diariamente em direção ao nossso lar para nos auxiliar em nossas dificuldades. Para nos dar seu favor em meio a causa impossível. Ele é contigo, comigo, conosco para nos fazer mais do que vencedores em todas as coisas, ainda que estas se mostrem definitivamente concluídas, e desfavoráveis a nós. Afinal, não é verdade de que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus?
Por isto, não temais, tenha fé! Se assim o fizer, provará o poder daquele que não somente pode "dar um jeito", mas venceu a morte, a maior de nossos inimigos. Tendes bom ânimo em meio as aflições, Ele venceu o mundo! E apenas lhe pede que não venha temer, mas sabendo de sua companhia, tenha fé, nEle!
No amor daquele que não nos deixa atemorizados diante das lutas,
Cleber B. Gouveia
Pastor da IPI em Santa Rosa do Descoberto
Santo Antônio de Goiás, Goiás.

26 setembro 2008

O Poder renovador e transformador da Rica Palavra do Senhor em nossas vidas!



"A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao SENHOR com graça em vosso coração." (Colossenses 3:16)



É interessante como conversar com alguém em determinada situação pode não só ser algo bom, como de valor incomparável. Posso citar alguém a beira de um suicídio. Uma conversa amiga, sincera, pode livrar alguém de uma morte terrível, a eterna.
Mas, às vezes as coisas podem acontecer neste momento "mágico" de uma forma não imaginada. Por exemplo: você está a beira de ceder à tentação. Começa uma conversa despretenciosa, ou nem tanto, e encontra neste momento alguém na mesma situação. Pronta para se lançar na lama. Mas, pela Graça inefável do nosso vê-se sendo usado para levar livramento, e, por fim, compreende que o livramento fora dado a você também!
Sabe, ter a Palavra de Deus habitanto ricamente em nosso corações necessariamente não significará uma vida sem tentações, sem queda, mas nos proporcionará sermos alcançados pelo livramento de Deus em situações extremas e de grande perigo para nossa saúde espiritual.

Mas não somente para estes momentos, estraordinários e incompreensíveis aos olhos e corações humanos. Mas também nos momentos onde nos sentimos fortes, pois nos fará, pela exortação que vem do outro, ou mesmo do Espírito em nossos corações, a vigiar e orar, por exemplo, dando-nos compreensão de nossa fragilidade diante das tentações.

Hoje provei isto. Vi-me caminhando para o lamaçal. Como um porco desejava refrecar meu corpo no pecado. Desejava saciar minha vontada pelo que é porco. Desejava ver-me revestido pelo lama freca e pelo prazer de ser saciado.

Mesmo não tendo planejado, a situação foi colocada diante dos meus olhos. Por sorte, melhor, pela graça, a Palavra de Deus habita em mim, e fui chamado à razão, a permancer no caminho pelo qual o Espírito me chama a caminhar. E, o engraçado, é que isto veio de uma conversa, na qual a Palavra troxe exortação, edificação, fazendo-me voltar novamente meus olhos para o Senhor e Seu trono, e reafirmar minha escolha pela melhor parte.

Desta forma, estou aqui escrevendo. Estou aqui lhe afirmando: é possível lembrar de onde caímos e recomeçar. Quem nos diz é o Senhor em Apocalípse. Recomeçar é possível, necessário. Por isto, lembre-se: a Palavra que habita ricamente em nosso corações tem poder! Poder para nos fazer reafirmar a decisão de continuar no caminho que nos foi aberto e no qual Deus, o Pai, nos chamou a caminhar pelo Espírito. Ouça-á. Obedeça-á! Compartilhe com outros como salmos, hinos e canticos que glorifiquem ao Senhor, e veja como poderá ser benção e abençoado por este momento!


Cleber B. Gouveia

28 agosto 2008

Às igrejas de classe média - Eugene Peterson

Uma mensagem da parte do Filho de Deus, Jesus, a quem vocês chamam de mestre e o qual chama vocês para segui-lo.


Minhas igrejas de classe média: vocês são uma das maravilhas do mundo – nunca houve nada exatamente como vocês. Que energia, que entusiasmo e generosidade! E o que é melhor: vocês são honestos. A hipocrisia tem sido sempre um grande problema com o qual tenho de lidar e, a bem da verdade, não espero jamais erradicar este mal. No entanto, entre vocês, ele não é freqüente. De todas as formas de fingimento, o fingimento religioso é o pior. Felizmente, eu não encontro muitos fingidos entre vocês.Tenho, no entanto, algo a lhes dizer: vocês se impressionam demais com Tamanho, Poder e Influência. Vocês são impacientes com os pequenos e os vagarosos.


Vocês não discernem muito bem entre os caminhos do mundo e os meus caminhos. Aborrece-me o fato de que vocês copiam de modo acrítico as atitudes e os métodos que fazem suas vidas nos bairros nobres e afluentes funcionarem tão bem. Vocês se apegam a qualquer coisa que funcione e tenha boa aparência. Vocês fazem muitas coisas maravilhosas, mas com exagerada freqüência vocês as fazem à maneira do mundo ao invés de fazê-las à minha maneira; e isto compromete seriamente a sua obediência.


Eu entendo porque vocês procedem assim: a maioria de vocês tem sido bem-sucedida no mundo – vocês moram em boas casas, são bem instruídos, bem remunerados, bem vistos; portanto, é natural que vocês coloquem a meu serviço os valores e métodos que lhes serviram tão bem. Mas vocês não se dão conta de que qualquer sucesso que tenha sido alcançado, através de tais atitudes e métodos, foi conquistado a um preço terrível?


Despersonalizando e reduzindo pessoas a funções; transformando virtualmente tudo em causas ou mercadorias a serem usadas ou consertadas ou consumidas; fazendo de tudo para manter o sofrimento a uma certa distância de vocês? As igrejas de vocês estão lotadas, funcionam bem e têm a capacidade de fazer quase qualquer coisa acontecer. Mas agora eu lhes pergunto: vocês honestamente acham que isto era o que eu tinha em mente quando lhes disse “Sigam-me” e depois me dirigi para o Gólgota, em Jerusalém?


À igreja que não apenas acredita no que eu digo, mas segue o meu exemplo e faz as coisas que eu faço, eu darei uma vida simples e arrumada – que é hospitaleira para com os homens e mulheres deste mundo, que caminham sem rumo e desorientados, apressados e malquistos. Eu desejo usar vocês para dar a estas pessoas um pouquinho de Sábado e céu.Vocês estão ouvindo? Realmente ouvindo?



Copyright © 2008 by Christianity Today International.http://www.cristianismohoje.com.br/artigo.php?sessao=Eugene%20Peterson&sessaoid=33403&artigoid=34555



Creditos ao Rev. Ézio http://reveziolima.blogspot.com/

25 agosto 2008

Um desgraçado como eu

Bom dia!


Agora são 11:20 de uma manhã ensolarada de segunda-feira. O sol fez com a escuridão se fosse, e agora, posso ser aquecido pelos raios solares fazendo-me sentir a vida de forma mais intensa. Como é bom ser tocado pelos raios de sol, ainda mais por estes que não fazem nenhum mal. Assim creio serem as palavras que seguem abaixo. Elas tocam minha alma como os raios de sol a minha pele, e revelam a Graça renovadora de Deus em Cristo Jesus.

Muito do que é dito ai poderiam, e já até escrevi algo assim (http://falaremdeus.blogspot.com/2006/09/quero-fazer-um-publica-confisso-de-f.html - http://falaremdeus.blogspot.com/2007/02/minha-pblica-profisso-de-f-parte-2.html - http://falaremdeus.blogspot.com/2007/06/tendo-portanto-um-grande-sumo-sacerdote.html ), terem sido escritas por mim. Talvez não tenha ainda a coragem de dizer isto de público. Ainda me acovardo diante de tal fato, mas, já o fiz várias vezes na intimidade, no dia-a-dia, na forma como vivo e me relaciono com as pessoas. Não sou super-heroi. Por isto, apesar do texto abaixo ser um pouco longo, vale a pena ler!



Deus ilumine os olhos do seu coração, dando-lhe compreensão, entendimento espiritual do conteúdo do texto. Em nome de Cristo Jesus, amém!



Cleber B. Gouveia, Moderador do Blog.






A maioria das pessoas não quer ouvir líderes cristãos admitindo seus pecados, nem dizendo que ainda há ocasiões em que pecam.

Em uma ocasião, contei minha história e, pouco depois, um dos navios de nossa missão naufragou. Uma pessoa me escreveu que o julgamento de Deus estava sobre mim (na verdade, queríamos substituir o navio. Ninguém saiu ferido no naufrágio, que consideramos uma bênção de Deus). Então, passei a esperar esse tipo de resposta.

A maioria das pessoas não quer ouvir líderes cristãos admitindo seus pecados, nem dizendo que ainda há ocasiões em que pecam. E muito poucos querem ouvir um líder dizer que sabe conviver com sua natureza pecaminosa. Mas eu aprendi. E declarei isso em público.


Eu não diria que minha tentação para a pornografia é um vício. Não tenho sido exposto a ela com freqüência. Não a procuro na internet, não pago por ela. E não tenho acesso constante às revistas desde a adolescência.


Uma vizinha orou por mim durante dois anos, disse ela, e passei por uma experiência poderosa de conversão quando tinha 16 anos, em uma cruzada de Billy Graham. Depois disso, soube que a pornografia tinha de ir embora e queimei as poucas revistas que tinha. Se eu não tivesse me convertido, a pornografia poderia ter se tornado um vício terrível. Ainda assim, durante a maior parte de minha vida adulta, enfrentei tentações horríveis e caí algumas vezes.


Posso dizer com sinceridade que, com o passar dos anos, parei de procurar pornografia. Ela vem até mim. E me pega de surpresa. Uma vez, quando me dirigia para uma reunião estratégica em Edimburgo, na Escócia, encontrei uma revista no banheiro. Aconteceu de novo quando eu estava a bordo de um navio, indo para a Escandinávia.


Um momento de decisão aconteceu cerca de 30 anos atrás, quando eu caminhava pela mata, nos arredores de Londres. À distância, vi alguma coisa pendurada nos galhos de uma árvore. Era uma revista pornográfica, toda furada por balas. Alguém a pendurara ali para servir como alvo. Subitamente, passei a ser o alvo. Gostaria de poder dizer que destruí a revista e saí vitorioso, mas a verdade é que, naquele dia na mata, a revista me fez de gato e sapato.


Fiquei na mata bastante tempo, depois de meu episódio de luxúria com a revista, antes de conseguir me arrastar de volta à cruz e pedir perdão. Depois disso, na maior parte das vezes, fui capaz de suportar as tentações de Satanás. Gostaria de poder dizer que isso acontece todas as vezes, mas seria mentira. E, lá na mata, descobri uma nova postura diante de meu pecado: quando peco, peço perdão. Todas as vezes.

Qual a verdadeira aparência da vitória?


Como é a vida vitoriosa para o pecador? Ausência de pecado? A derrota de Satanás em todas as tentações? Terminar o campeonato sem uma derrota sequer? Se for essa a medida, então estou fora. E, acredito, todos falhamos, e continuaremos a falhar, sem alívio.


No meu próprio caso, dando a mim mesmo o benefício da dúvida, calculo que consigo resistir, talvez, em 95% dos casos de tentação. Porém, como o número de tentações que enfrentamos é enorme, ainda há quedas demais!


Claro que nos 45 anos de minha vida cristã, falhei, e não apenas na área da luxúria. Existem pecados muito mais graves do que relação sexual com uma revista. Para mim, os maiores problemas são irritabilidade e raiva. Para outros, arrogância, acusação ou legalismo.


Vida vitoriosa, tendo em vista nossa natureza pecadora, não é ausência de pecado, mas sim saber o que fazer quando pecamos. Em 1 João 2.1, a Bíblia diz: “não pequem”. O desejo de João era que seus seguidores não pecassem. Mas o versículo prossegue: “Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”.


Quando peco, estou pronto a confessar rapidamente. E, quando confesso, acabo com o poder de Satanás, o enganador, o adversário que deseja me fazer acreditar em mentiras (“eu não fiz nada errado”, ou “meu pecado é tão horrível que não sirvo mais para trabalhar para Deus”). Pela confissão sincera, minha força para lutar contra a próxima tentação aumenta muito, pois sei que o inimigo não tem nada que possa usar como acusação contra mim. Cristo é meu defensor diante do Pai, Ele afirma que fui perdoado. Satanás não tem nada a dizer.


Nunca duvidei, desde o momento da conversão, da palavra de Deus sobre seu amor por mim. É essencial entendermos que Deus nos ama e nos aceita – inclusive quando falhamos. Essa verdade tem me sustentado. Mesmo rejeitado por causa de meus pecados, ou por falar neles, sempre senti o amor de Deus. Nunca duvidei da palavra dele quanto ao amor por mim. Tenho um convite em aberto para voltar a Ele assim que estou pronto a admitir que, mais uma vez, o pecado me venceu.


O amor de Deus não é uma licença para pecarmos. Graça, sem disciplina, pode levar à desgraça. Embora Deus perdoe minhas desgraças, como líder cristão, se houver muita desgraça, minha credibilidade e a capacidade das pessoas confiarem em mim acabarão. Paulo falou: “esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado” (1 Coríntios 9.27). Se eu não tivesse enfrentado meu problema logo e o mantivesse em uma área restrita de minha vida, o pecado poderia ter crescido ao ponto de me desqualificar. Só pelo poder de Cristo sou capaz de me colocar sob sujeição.


Passei a prestar contas à minha esposa sobre a área da lascívia, e ela tem sido uma imensa fonte de afirmação para mim. Ora por mim, ouve quando conto as lutas ocasionais e jamais me condena. Lembro que contei a ela, hoje já mais velho, que uma olhadela rápida em pornografia havia causado um grande impulso físico em mim. “Bem,” disse ela, “pelo menos isso prova que você ainda tem alguma coisa”. Posso ser sincero com minha esposa, e ela comigo.

Um pecador ensina pecadores


Esforcei-me para sustentar as pessoas que me procuraram para um relacionamento de orientação. Como criaturas inclinadas ao pecado, somos incapazes de controlar sozinhos nossos pecados. Precisamos de gente que aceite que somos pecadores e que nos impeça de ceder ao pecado.


Meu ministério mais especial como “mentor” começou com minha confissão em público. Fui convidado para falar na conferência missionária em Urbana (EUA), em 1967. Minha mensagem não tratava de missões. Falei sobre pecado sexual. Foi a primeira vez que dei testemunho para um grande público. Alguns ficaram incomodados com minha franqueza, mas disse a esses jovens que eles, como eu, precisavam se arrepender da imoralidade sexual. Cerca de 4.000 se responderam ao apelo, muitos chorando de arrependimento. Já preguei três vezes em Urbana depois disso e, todas as vezes, as pessoas me cercam à procura de alguém que as ouça a respeito de suas lutas sem as condenar, e as leve de volta a Cristo.


Um jovem que estava no campo missionário me escreveu, pedindo que eu me encontrasse com ele na fronteira do país em que estava. Sofria muito por seu pecado. Não conseguia nem verbalizar; então digitou em uma página a descrição de seus vícios. Eu o coloquei como meu companheiro de trabalho por um ano (sempre tive alunos viajando comigo). Assim, tivemos tempo para trabalhar nos problemas dele, que voltou ao campo missionário e hoje tem uma esposa e uma família maravilhosas.


Ele precisava de alguém que lhe dissesse, com base na experiência própria, que há esperança. Com muita freqüência a igreja dá idéias falsas sobre santidade. Todos nós queremos amadurecer em santidade, mas leva tempo. O crescimento vem com a idade e a experiência. Princípios legalistas não são a resposta para o mistério do pecado humano. Aconselhei aquele jovem a buscar o equilíbrio entre graça e disciplina. E o incentivei a ler mais. Livros sobre os heróis da fé têm de ser fermentados com a aclamação sincera dos fracassos deles. Até os maiores de nós são tão pecadores quanto santos. Precisamos mirar exemplos realistas dos que buscaram padrões santos e, dando dois passos à frente e um para trás, nos aproximarmos deles.


Líderes que admitem sua vulnerabilidade e até suas falhas, mancam. Porém, suponho que seja isso que faz com que os feridos consigam alcançá-los e pedir ajuda.


O serviço a Deus é acessível aos deficientes.


Ainda jovem na fé, eu estava na porta de uma boate em Indianápolis, distribuindo folhetos. A programação da noite chamou minha atenção, e logo eu estava sentado na terceira fila, assistindo o show. Era strip-tease. Em poucos minutos, fui tomado de emoção. Percebi onde estava – o evangelista, com os bolsos repletos de folhetos, olhando com cobiça as jovens que tiravam a roupa, peça por peça. Corri para fora, fui até o ponto de ônibus mais próximo, onde havia uma cabine telefônica. Não peguei o fone, mas chamei Deus:


“Ó Deus!”, clamei. “Perdão, perdão”.


Não senti o perdão, mas sabia que Ele havia prometido nos perdoar. Minutos depois, comecei a dizer a mim mesmo: “Fui perdoado. Obrigado, Senhor”. E saí da cabine.
Mas, depois do perdão vem a condenação. “Deus não pode usar você. Você o decepcionou”, disse o acusador.


Antes que eu conseguisse dizer qualquer coisa, um homem andou em minha direção. Pensei que ia me perguntar sobre o horário do ônibus, ou alguma outra informação, mas ele começou a me contar seus problemas. Em poucos minutos me perguntou: “Qual a solução?”. Uma hora mais tarde ele se ajoelhou perto do Memorial de Guerra em Indianápolis e entregou a vida a Jesus Cristo.


Eu nunca conseguiria inventar uma história tão boa.


Satanás queria me ver na boate, afundando cada vez mais na degradação da luxúria e da pornografia. O segundo plano era me fazer ficar preso na angústia da cabine telefônica pelo resto da vida. Porém, pela graça de Deus, pelo meu arrependimento e no recebimento do perdão pela fé, voltei ao plano de Deus e Ele me usou para levar aquele homem à salvação.


Se algum dia eu viesse a precisar da evidência do perdão e da restauração, já tinha. Sou um pecador. Venho me fortalecendo com o passar dos anos. Arrasto-me até a cruz quando peco e descubro que Deus ainda me ama, continuando a me usar para levar outros a Cristo. Isso é graça, concorda?



George Werwer

É diretor internacional de Operação Mobilização

Organização missionária mundial com sede em Londres, na Inglaterra.

22 agosto 2008

Pensamentos a respeito da Vida e Morte


Hoje (Sexta, dia 22 de agosto de 2008), quando estava a caminho de um dos bancos de Anápolis, fui surpreendido por um jovem em uma das esquinas do centro da cidade, onde atualmente resido.Num primeiro momento achei que o mesmo estava entregando panfletos de candidatos a prefeito, pois estamos num período eleitoral. Acabei por pegar aquele papel o qual ele estendia em minha direção. Ao começar a ler vi a seguinte pergunta: "Existe vida após a morte?". Interecei-me pelo tema, pois é uma pergunta cujo Evangelho do Senhor Jesus responde afirmativamente: "eu sou a ressurreição e a vida, aquele que em mim crê, ainda que morra viverá!" (João 11.25). "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho para que todo o que nele crê tenha vida eterna" (João 3.16). Contudo, não era a resposta do Evangelho que estava contida naquele folheto, mas a espírita e um convite: "Conheça o Espiritismo".
É interessante a "religiao dos mortos" falar a respeito da vida após a morte, mas o é também interessante o fato de a Religião da vida falar a respeito da morte após a vida. O que desejo com minhas palavras? É simples. Dizer que não existe somente vida após morte, como também existe morte após a vida. O que parece ser tão claro é bastante ignorado, principalmente pela maioria das outras religiões. Sendo o medo de morrer, pois não se sabe o que há depois, um dos principais causadores de ansiedade no coração humano desde seus primordios (podemos dizer, desde a queda), talvez nenhuma outra religião tenha duas afirmaçoes tão claras de forma tão convicta com relação a o pós-morte.
O Espiritismo, por exemplo, não toca em morte após a vida. De acordo com esta doutrina, tão conhecida em nosso país, o que há é um mundo onde somente a possiblidade de vida para os mortos existe, e lá estes esperam voltar à vida no mundo dos vivos. Ou seja, nunca se fala em possibilidade de um caminho sem volta, de um fim da existência humana. Assim sendo, os que alcançam a condição de iluminação plena, ou plena evolução, quando morrem não voltam; os que a não alcançam voltam numa constante luta física para ficarem no pós-morte num lugar melhor!
A Bíblia contudo, não se furta em falar e afirmar que há morte após a vida. Após a morte, a vida é uma possibilidade para os que crêm. É eterna! Mas ao findar o ciclo da vida, a aniquilação, a morte eterna, também pode ocorrer ao ser humano! Afinal, não é a vida um dom gratuíto de Deus em Cristo Jesus, e a morte o salário do pecado ( e aqui não se refere a primeira, mas a segunda) Romanos 6.23. Desta forma, podemos ver que há seriedade na Revelação quando esta fala a respeido da morte após a vida!
E, sendo verdadeira, como é a afirmação de Cristo Jesus em João 11.25, como também a de Paulo em Romanos 6, afirmo ainda que, ao contrario do ensino de quase todas as outras religiões, a possilidade da vida pós-morte não está contida no próprio ser humano e suas atitudes. Não vem deste o poder ou não viver. A vida após a morte não depende da vontade humana. Ela vem de outro lugar, e existe devido a vontade divina, além do ser humano (Gn 2.6; João 1.4; João 10.28). Assim também a morte. Pois o que dá a vida é o que pode tirar (Jó 1. 21; Lucas 12.5), e, segundo seus designios o faz, e, segundo estes, decidiu que entre viver e continuar morto após a vida, depende de se estar ou não em Cristo Jesus. Crer ou não nEle (João 6.54).
Por isto, quero dizer: existe vida depois da morte, mas também existe morteapós a vida. A vida está em Cristo (João 6: 35 e 48; João 14.6) e é para todos que nEle estão escondidos em Deus (Colossenses 4.3-4). A morte, está fora dele, e é para todos que jazem no maligno. Onde você está?


Cleber B. Gouveia
Ministro do Evangelho de Jesus Cristo,
e pastor da IPI de Santa Rosa do Descoberto, Goiás
e colaborador do site www.falaremdeus.blogspot.com

12 agosto 2008

Qual a Sua lista?

A Graça e a Paz em Cristo Jesus!!!
Há muito tempo não posto nada neste espaço. Isto se deve a vários fatores: correria, cansaço, que se resumem muitas vezes na expressão: "falta de inspiração!". Sei que muitos poderão dizer: "mas a inspiração não vem da vivência no Espírito e com a Palavra?". Sim, é verdade, mas às vezes escrevemos, mas não nos sentimos tão inspirados a postar, ou muitas vezes pregamos, como temos feito, e não nos sentimos "inspirados" a escrever de forma organizada, segundo o que textos escritos exigem. Outras vezes, estamos "inspirados", mas impedidos de escrever. O certo é que já faz muito tempo que não compartilho aqui e em outros lugares (como o jornal ESTANDARTE) aquilo que tenho vivenciado com o Pai, o Filho e o Espírito. Creio que isto pode ser edificante também.
Contudo, em respeito aos irmãos e irmãs que têm carinho e amor pela nossa vida e ministério, hoje posto um texto de um irmão que muito tem abençoado a minha caminhada cristã: Rev. Ézio Martins de Lima.
Espero logo poder compartilhar algo de própria autoria. Orem por mim!
Cleber B. Gouveia.
“O amor não guarda rancor.”
1 Coríntios 13:5.




Você conhece a história do homem que foi mordido pelo cachorro? Quando ele soube que o cachorro estava raivoso, ele começou a fazer uma lista. O médico disse a ele que não havia necessidade de fazer um testamento, que a raiva poderia ser curada. “Oh, eu não estou fazendo um testamento,” ele respondeu. “Estou fazendo uma lista de todas as pessoas que eu quero morder”.

Não poderíamos todos nós fazer uma lista assim? Infelizmente a gente aprende (sem querer, mas aprende!) que amigos não são sempre amigáveis, não é verdade? Que vizinhos não são sempre prestativos. Que tem gente que nos induz a fazer coisas erradas. Como ouvi de uma pessoa querida esta semana, às vezes somos “levados pela lábia” dos outros...

Ah, você já aprendeu, não aprendeu, que uma promessa feita nem sempre é uma promessa mantida? Mesmo que alguns digam “sim” olhando nos nossos olhos, podem facilmente dizer “não” às nossas costas.

Você já aprendeu, não aprendeu, que nós temos a tendência de revidar? De manter listas e mostrar os dentes e rosnar para as pessoas de quem não gostamos? Qual a sua lista dos “mordíveis”? Desculpe, não quero ofender você (esteja certo que estou me incluindo aqui também!!).

Neste dia, que tal entregar esta lista para Deus? Jesus, nosso amado Jesus, quer que você deixe a lista na cruz. Acredite, fazer isso será maravilhoso para você!

Rev. Ézio Lima
Pastor da IPI Central de Brasília
Secretário Geral da Assembleia Geral da IPIB e Secretário de Ação Pastoral da IPIB
Amigo de Longa data.

07 março 2008

ANDANDO COM DEUS EM TEMPOS DE CRISE


Não desaparecia de diante do povo a coluna de NUVEM de dia, nem a coluna de fogo de noite.
Êxodo 13.22



Estamos diante de um momento extraordinário de uma experiência humana com o seu Criador. E isto em momento de crise. Deserto representa muita coisa, dentre elas, momentos de crise. É no deserto onde se teme pela vida, pois é um lugar inóspito. Nele, teme-se a sede, teme-se a fome, uma vez que há poucos oásis, lugares onde há água doce em abundância, e comida é algo que não se pode obter em lugares assim. Terra seca já não se pode plantar para colher, quanto mais um lugar onde somente há areia e rochas. Assim é o deserto que o povo de Israel está neste momento.

Acrescentamos a isto o fato de que o povo, apesar de acostumado a viver no deserto, uma vez que o Egito é pleno deste tipo de solo, vivia às margens do Rio Nilo, um lugar seguro, propicio à vida. Agora, entretanto, estavam somente num deserto árido. Além do mais, não sabiam para onde iriam, ou melhor, sabiam que havia uma terra como promessa onde a vida era abundante em comida, água e guloseimas como o puro mel. Mas, como chegar até lá? Como enfrentar a morte presente no deserto. O que fazer?

Sabe, às vezes muito se parece a nossa condição de vida com a destes homens e mulheres. Às vezes passamos por circunstâncias onde temos um grande desafio a vencer, sabemos o que colheremos se o transpormos, mas reconhecemos também não saber como fazê-lo. Quantas sãos as crises pessoais, em família, no trabalho, nas relações interpessoais. Quantas vezes são as lutas contra enfermidades, contra a falta de perspectiva de um futuro melhor. Às vezes sentimo-nos em meio a um deserto, enfrentando calor e frio fortes, uma sede insaciável em nossos corações, e nos deparamos com quilômetros de areia e nenhum oásis onde possamos descansar e renovar nossas forças. Por isto, entendo que o texto nos é propício, nos é importante. Apesar de não estarmos passando pela mesma experiência de estarmos num deserto, também temos nossas crises, e, da mesma forma, podemos contar com a presença do nosso Deus a nos ajudar.

É isto que percebo neste texto. Desde o início de nova história para os descendentes de Abraão, Isaac e Jacó, há um Deus que olha por eles, o qual ouve o clamor que de seus lábios sai, e não se mostra indiferente. Não seria de outra forma na caminhada até a terra prometida. Ali, no deserto, corações foram provados, mas não pela ausência do Senhor, pelo contrário, foi em Sua presença que tudo aconteceu. Lembro-me aqui de uma passagem ainda nesta caminhada onde o Senhor se mostra “cansado” da dureza dos corações, mas se mostra propício ao clamor de Moises que lhe diz não poder continuar sem a Sua presença, mesmo que Seu poder fosse dado capacitando-os a enfrentar e vencer até conquistarem a Terra da Promessa feita a Abraão.

Amados, amadas, Deus é um Deus de perto, propício, e presente em nossos momentos de crise.

Na história do povo no deserto, muitos se desesperaram, não confiaram, murmuraram, rebelaram, e por isto se perderam em suas crises pessoais e por elas foram levados a morte e distanciados da promessa, mas, não porque o Pai assim o quis. Pelo contrario! Ele foi misericordioso para com os que se arrependeram e contritos voltaram seus corações para Ele. A estes, saciou-lhes a fome e a sede. Aos que confiaram nas promessas, foi-lhes dado caminhar por 40 anos e não terem privação de direção durante o dia e proteção a noite; suas roupas não se desgastaram, nem suas sandálias. Deus lhes proveu tudo para que pudessem continuar firmes e em paz em meio a um lugar tão inóspito.

Sei que eu e você temos nossas crises, e como são constantes. Nossos corações são corruptos; o inimigo está ao derredor tentando-nos devorar; as lutas e provações tentam submergir nossas almas até afogá-las em rios de magoas, ódio e dor. Jesus Cristo, porém, é o Deus conosco, o advogado que intercede por nós, e, Seu Espírito, nos auxilia na fraqueza intercedendo por nós com gemidos inexprimíveis diante do Pai.

Portanto, não sejam como os que murmuraram, nem como os que não creram e decidiram seguir seus próprios caminhos. A estes a crise os engoliu, pois fez ruim debaixo de seus pés o chão e os tragou para a morte. Confie, coloque diante do Senhor todas as suas súplicas, orações e ações de graças em o nome do Senhor Jesus Cristo, e sinta a paz de Deus exceder todo entendimento e compreensão humana, e guardar para a vida eterna e para o gozo no Pai, coração e mente.

Lembre-se, o nosso Senhor Jesus Cristo é o Deus presente em nossos momentos de Crise, auxiliando-nos em todos eles, para nossa alegria, e para a sua Honra, Gloria, Louvor e Adoração, amém!

Cleber B. Gouveia
Pastor da IPI de Santa Rosa do Descoberto
Igreja Rural Centenária da IPI do Brasil em Goiás.

06 fevereiro 2008

DEUS ABENÇOE ESTE CARNAVAL!


“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” Rm. 3:23


Deus abençoe este carnaval para que tenhamos menos tragédias, menos mortes, menos crianças sem pai, infectadas com o vírus da aids daqui a nove meses. Deus abençoe este carnaval para que nossos hospitais consigam atender a demanda que nesse período do ano bate seu recorde. Deus abençoe para que haja pessoas mais conscientes, menos embriagadas no trânsito. Deus abençoe para que no refulgir da adrenalina, venha a seguir a ressaca, trazendo uma tristeza que possa conduzir o homem ao Criador e reconhecer que é melhor uma vida constante em sua presença do que poucas horas mergulhado nos delitos e pecados.

Deus abençoe este carnaval para que nossos retiros espirituais cumpram com seu propósito de enriquecer a vida espiritual de seus participantes de tal sorte que tenham sensibilidade no retorno para suas casas, devendo agora ter capacidade para evangelizar, exortar e consolar as pessoas frustadas e entristecidas pela ausência de Deus e os excessos cometidos na carne.

Deus abençoe este Carnaval para que embebidos da palavra e do espírito os crentes, estejam preparados para durante o ano, responder aos anseios das pessoas sem Cristo. Que Deus abençoe nos conduzindo às pessoas que Ele quer salvar sem reservas como Pedro na visão do lençol onde Deus lhe ordena para matar e comer, enquanto que ele olhando para sua “pureza” lhe responde: “Não Senhor Jamais comi coisa comum e impura”, ao passo que Deus lhe replica: Não consideres impuro ao que Deus purificou.

Que Deus abençoe este Carnaval para que deixando os preconceitos o despreparo e a acomodação que barram o crescimento da igreja, saibamos aproveitar as oportunidades sabendo responder a cada um conforme a necessidade, e transmitamos graça aos ouvintes, de tal sorte que nos vejam como modelos de vida cristã e almejem estar no nosso meio. Deus abençoe este Carnaval para que os inúmeros frustrados com a vida na carne encontrem simpatia, guarida e refúgio no melhor lugar do mundo de se viver, a igreja. Que ao chegarem aqui não façamos como Pedro considerando impuro ao Que Deus purificou, mas como o próprio Mestre na ocasião daquela prostituta que os fariseus queriam apedrejar, para a qual disse: “os seus pecados estão perdoados, vá e não peques mais”.

Que Deus abençoe este Carnaval e dê ao seu povo maturidade, para entender que é portador da única mensagem que pode resgatar o homem da vida de pecado. Sendo assim ter conciência da grandiosa obra do Espírito Santo na vida de pessoas desprezadas, improváveis, difíceis, pecadoras e inúteis. É este tipo de gente que Ele chama, converte e traz para sua agência de tratamento e proclamação, a IGREJA.

É neste lugar que Eu e Você estamos sendo chamados nesta mesma condição, porém purificados pela ação poderosa de Deus em nossa vida. Portanto com esta mentalidade possamos nos preparar para receber todos a quem Deus quer Salvar, sem restrição, sem preconceitos, sem legalismo ou pensamento de superioridade, mas conforme a oração do publicano: “Sê propício a Mim pecador”.
DEUS ABENÇOE ESTE CARNAVAL!

Pr. Carlos Souza Silva
Pastor Auxiliar da Igreja Presbiterina do Novo Horizonte
Goiânia, Goiás.

28 janeiro 2008

O tanque

Ricardo Gondim.

Era uma vez, uma cidade muito, muito importante; considerada o centro do mundo porque fatos notáveis aconteceram em suas colinas. Primeiro conhecida como a cidade de Davi, depois Jerusalém, ela se tornou a sede da religião dos judeus, cristãos e muçulmanos - que a consideram sagrada.

Em Jerusalém havia um chafariz que ficava próximo de uma feira de animais. Como sempre foi uma cidade bem mística alguém começou a dizer que as águas desta fonte eram miraculosas. Rapidamente, a notícia ganhou dimensões extraordinárias e espalhafatosas; no mercado, dizia-se que um anjo vinha do céu uma vez por ano, movia as águas e o primeiro doente que mergulhasse, seria curado.

Multidões se formaram, todos aguardando um milagre. A administração municipal de Jerusalém, interessada na romaria, mas também por razões humanitárias, resolveu construir um pavilhão para abrigar tanto enfermo. Edificaram um prédio imponente, com um alpendre de cinco pavimentos, que se lotava de paralíticos, cegos e doentes de toda a espécie. Devido a essa enorme expectativa, sempre adiada, de que uma pessoa (só uma) seria brindada com um milagre, o lugar foi denominado, ironicamente, de Betesda - que significa “casa de misericórdia”.

Conta-se que muitas famílias, para se verem livres dos doentes, os abandonavam nos alpendres do tanque de Betesda. Os ricos compravam escravos para os ajudarem a entrar nas águas. Alguns alugavam as bordas mais próximas, que possibilitavam melhor acesso. Todos queriam o seu milagre e, lógico, os mais abastados, sagazes e famosos, se sentiam perto da graça.

Os pobres e os doentes graves, os destrambelhados, acabavam no fundão do tanque. A esperança deles desvanecia, mas logo chegavam notícias, aqui e acolá, de que alguém acabava de receber o seu milagre - no mercado ao lado, os agraciados contavam sua história e os crédulos e atentos peregrinos que visitavam Jerusalém retransmitiam os testemunhos. Assim, a esperança de cura ficava adiada por mais um ano.

Jesus não vivia em Jerusalém. Aliás, ele residia longe desse ambiente supersticioso – em Cafarnaum, mas sabia dos boatos. Em uma de suas visitas à cidade, resolveu visitar o tanque de Betesda. Com certeza, o que viu foi pior do que lhe contaram.

As pessoas afirmavam que o anjo descia até o tanque anualmente, mas ninguém sabia a data exata. Irrequietos, os doentes mais hábeis saltavam, esporadicamente, para se anteciparem ao anjo. A confusão era constante. Os que se sentiam melhor, corriam pelos corredores gritando “aleluia” e outros, nervosos e frustrados, desmentiam os milagres. Vez por outra, levantavam-se profetas prevendo o dia preciso em que o anjo visitaria o local.
Certos doentes jaziam por anos e anos em total mendicância, esperando o momento da cura que não chegava nunca. O estado de alguns era deplorável. Escaras cheiravam mal e piolhos podiam ser vistos a olho nu nos cabelos de certas mulheres.

Diante dessa realidade tão perversa, Cristo passou ao largo dos mais capazes, dos mais ricos e dos que menos precisavam de cura; dirigiu-se para um dos cantos esquecidos do tanque de Betesda e encontrou um homem que esperava por seu milagre há trinta e oito anos. Ninguém sabe seu nome, mas, com certeza era um pobre; sua família, ocupada com a sobrevivência, se esquecera dele fazia algumas décadas.

Jesus aproximou-se do paralítico e perguntou: “Você quer ser curado”? Ele respondeu dentro da lógica que aprendera: “Senhor, não tenho ninguém que me ajude a entrar no tanque quando a água é agitada. Enquanto estou tentando entrar, outro chega antes de mim”. De um só fôlego, Jesus ordenou: “Levante-se, pegue a sua maca e ande”. Imediatamente o homem pegou a maca e começou a andar.

A passagem de Jesus pelo tanque de Betesda aconteceu num sábado, o dia sagrado dos judeus, porque ele tinha um propósito: mostrar que a religião se preocupa, prioritariamente, com a sua estabilidade. Os religiosos sobrevivem da ilusão e não têm escrúpulos de gerar falsas expectativas em pessoas fragilizadas.

Quando aquele senhor abandonou o tanque de Betesda com a sua maca nas costas, Jesus deixou uma mensagem para a cidade de Jerusalém: "Os milagres que procedem de Deus não premiam quem souber se mostrar hábil, santo ou rico – Deus não faz acepção de pessoas, nem busca transformar os espaços religiosos numa corrida desenfreada pela bênção onde só os mais fortes sobrevivem".

O tanque de Betesda é metáfora que lembra a humanidade que Deus olha graciosamente para os desfavorecidos, para os que não têm a menor possibilidade de se safarem dos torniquetes perversos da injustiça, para os mais indefesos – órfãos e viúvas, por exemplo.

Cristianismo deve, portanto, assumir o compromisso de continuar visitando os campos de exilados (Darfur), as clínicas de Aids (África do Sul), as periferias miseráveis das grandes cidades (Brasil) para anunciar a mais alvissareira de todas as notícias: Deus não se esqueceu dos pobres.

Soli Deo Gloria.
Texto retirado do site www.ricardogondim.com.br