16 fevereiro 2007

Minha Pública Profissão de fé (Parte 2)

Olá... Graça e Paz da parte daquele que era, que é, e que sempre será nosso Senhor e Salvador, Jesus, o Cristo de Deus.
Hoje quero abrir meu coração mais uma vez. Por isto o título de meu post. O que escrevo hoje trata-se de uma confissão de fé pessoal. Por isto, não os obrigo a concordar. Exponho nas palavras abaixo meu coração, sem medo, porém todos meus medos; sem receios, porém pensativo; e com grande alegria, pela liberdade que em Cristo há.
Apresento perguntas, afirmo pouquissimas coisas, mas, permito-me viver este momento, e o compartilho com você. Talvez esteja passando por algo parecido; talvez já o tenha vivido, e superado. Talvez não entenda nada, e até mesmo despreze como me sinto agora. Mas, mesmo assim, entendo que podemos nos ajudar mutuamente em amor. Deus nos abenções.
Publica profissão de fé (parte 2)
Qual o nosso objetivo na vida cristã? Qual a nossa consciência quando dizemos seguir a Cristo?

Sabe, nestes dias tenho pensado muito a respeito destas e outras perguntas como: "Por quê me privo de tantas coisas na vida (não vejo o pecado em muitas delas) por amor ao irmão que se escandalizaria se me visse gozá-las?
Por quê insisto em continuar no Caminho mesmo quando sou afligido, injuriado, acusado, perseguido e angustiado pelos que nele caminham comigo? E foram muitas vezes.
Por quê leio tantos livros que falam a respeito da vida cristã e seus segredos, promessas ou princípios, mesmo quando tenho certeza de que ao fim da leitura a realidade por eles apontada continuará tão distante quanto no inicio?
Por quê enveredo-me pelo caminho de idéias onde somente os "iniciados" conseguem compreendê-las e ensiná-las com maestria?
Por quê persisto em tentar compreender as coisas reveladas, como também conhecer as não registradas na Bíblia, mas manifestas no dia a dia da vida cristã?
Por quê desejo tanto não ser cauda, mas cabeça, se o Cabeça é somente um, Jesus Cristo, e eu possívelmente seja a tão desprezada calda?
Por quê continuar com tantas ambições ministériais (na maioria das vezes esta se mostram como um desejo por reconhecimento e glória pessoal), se estas causam em mim tanta tristeza, tanta angústica, e tanta culpa quando minhas debilidades revelam-me incapacidade de realizá-las? Por quê? Por quê?
Há ainda tantos outros "por quês", como o "por quê" insisto na oração quando minh'alma não consegue sentir nenhum indício da presença de Jesus Cristo; ou mesmo o "por quê" insisto em afadigar-me no estudo da Palavra diante da minha incapacidade de viver em total sintonia com aquilo que ela ensina. Muitas vezes, a busca pelos meios levam-me à conclusão de que o fim poderá não ser o que desejei no princípio, mas que, neste fim, continuarei, em 90% dos casos, a ter muitos dos desejos e erros do início.
Estas são apenas algumas das muitas perguntas presentes hoje em meu coração. Sinto-me inquieto, observante, mas sem respostas para nenhuma delas. Pelo menos, nenhuma resposta pronta, e, reconheço, não as desejo.
Então, você pode perguntar: "o que queres?". "Onde queres chegar?". Esta é também uma pergunta para a qual não tenho resposta, a não ser que desejo ser conduzido pelo Senhor nesta minha busca.
Desta forma, plagiando a afirmação do mais famoso de todos os filósofos clássicos da antiga Grécia, Sócrates, pego-me com mais uma pergunta (e a vejo como palavras nos lábios dos que, com razão, estejam achando minhas palavras sem lógica - hei de confessar não saber muito bem onde o que escrevo possa levar-me): "só sei que nada sei"?
Respondo, porém, a mim e a todos: Penso que não!
Apesar de ainda não saber onde todas minhas perguntas hão de levar-me, reconheço não ter perdido o "norte" de minha bússola da fé: Jesus Cristo.
Apesar de tantos questionamentos a respeito de mim mesmo, e de meus passos, e de rejeitar atualmente as respostas prontas "ainda não é o tempo de Deus", "descanse no Senhor" e outros "chavões" evangélicos (os quais comparo às respostas que se vê nos tópicos de ajuda de qualquer programa operacional Windows, que em sua maioria não ajudam em nada, pelo contrário, confundem), quero afirmar hoje que continuo minha peregrinação pelo Caminho proposto pelo Pai: Jesus, o Cristo. (João 14. 6 e Hebreus 10. 19-20).
Gostaria de deixar bem claro: quaisquer que sejam as respostas, ou qualquer que seja "a" resposta (sim, pois a quem as peço poderá não me dar muitas, mas possívelmente uma), hei de ser mantido com os olhos fixos no autor e consumador da minha vida e fé: Jesus Cristo; o que não tenho certeza, porém, é de como serão meus passos daqui para frente.
Só não me vejo disposto a continuar parado, como penso estar nos dias de hoje, ante a uma predominante ideologia "evangélica" brasileira (às vezes tão doentia, maléfica e até mesmo diabólica) que não me deixa caminhar. Não irei entrar em detalhes sobre esta ideologia. Não preciso conceituá-la. Quem vive sob o impacto da mesma sabe do que falo.
Por isto, permito-me o privilégio da dúvida quanto ao meu futuro na estrutura eclesiástica dos meus dias.
Por isto, permito-me o privilégio de ser inquietado pelo questionamento intenso de minha consciência ao meu coração. Se este produzir pelo menos 1% do que produziu no coração dos reformadores, e creio estar produzido nos corações de muitos homens e muitas mulheres cristãs do meu tempo em todo o mundo (não estou sozinho), sentir-me-ei parte do processo de cura e libertação ao qual, creio, o Senhor deseja levar sua igreja.
Desejo, portanto, estar nos braços do Pai, e por ele ser cuidado, não mais como criança de colo, mas como filho, que segundo promessa sou.
Semelhante ao salmista olho para o alto e pergunto a mim mesmo: "de onde me vem o socorro?"(sim, o socorro já vem, e não demora). Semelhante ao salmista, ouço uma voz gritar bem alto: "o meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra"; "O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez os céus e a terra", Salmos 121. 1-2 e 124.8.
Assim sendo, neste momento estou indo em direção à mesa do Senhor. Mesa de íntima comunhão onde por Ele serei servido. Sei que neste lugar iremos conversar. Sei que neste lugar poderei apresentar meu coração e suas inquietações. Sei que neste lugar, ainda que Ele se mantenha em silêncio, e o dê como reposta, este mesmo silêncio acalentará e direcionará meus passos.
No amor daquele cujas Palavras são poder e vida eterna,
Cleber Batista Gouveia
Pastor Auxiliar da 1a. IPI do Distrito Federal

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