31 maio 2006

A Crise das Portas Trancadas

João 20:19-23


Este texto retrata o momento em que os discípulos são tomados pelo medo e, temerosos se escondem atrás das portas trancadas de uma casa. Esta é a crise das portas trancadas. E parece-me que esta crise vez ou outra assola também a igreja do século 21. Mas, isso não só na perspectiva física, entretanto, principalmente, do ponto de vista espiritual. Afinal, as portas são instrumentos de defesa, e quando as portas se encontram fechadas isso significa que a igreja covardemente renega e aceita uma posição inferior aquela para a qual foi comissionada. Se as portas estão trancadas, a luz não pode difundir-se. Uma vez que as portas estão trancadas, nem sal da terra, nem luz do mundo a igreja é. O máximo que consegue ser é motivo de piada e chacota dos homens, pois, se o sal perde sua função é imprestável, para nada mais serve, se não para ser pisado, capacho dos incrédulos.
Se entendermos que aqui temos nos discípulos a representação da igreja, então, logo depreendemos que a igreja tinha as portas trancadas por causa do medo. A igreja tinha suas portas trancadas por causa do medo, e tinha medo por um fator imbatível e inquestionável: Jesus estava ausente. Só existe um modo de que uma igreja de portas trancadas, quebre os cadeados já enferrujados, se desfaça dos ferrolhos e abra as portas: ter uma experiência com a presença de Jesus.
Vejo que é absolutamente possível um grupo carregar o nome de cristãos, ter uma placa de igreja, serem conhecidos como crentes e, ainda assim, estarem carentes e necessitados da presença de Jesus. A Bíblia nos relata na última das sete cartas às igrejas do apocalipse, à igreja de Laodicéia (Ap. 3: 14-22), que esta havia perdido o propósito, nem era quente nem frio, sentia-se rica, mas era infeliz, possuía um pseudo-sentimento de abastança e auto-suficiência, mas era miserável e pobre. Numa certa altura Jesus diz à igreja: Eis que estou à porta (portas trancadas!), e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta (portas trancadas!), entrarei e cearei com ele e ele comigo. Tinha nome de igreja, mas quem dá legitimidade ao ser igreja estava do lado de fora.
Há uma diferença sensível entre a igreja de portas trancadas dos discípulos (Igreja Apostólica de Portas Trancadas) e a Igreja de Portas Trancadas de Laodicéia. No caso de Laodicéia Jesus pede para entrar, bate à porta e o povo tem a opção de resistir ou ceder. No caso dos discípulos o Jesus ressurrecto transpõe as portas, adentra e sua presença irrompe com poder naquele lugar. No último caso, chamo isso de avivamento, reavivamento, despertamento, renovação... Pois, o avivamento irrompe de repente (Atos 2.2). Não pede licença. O avivamento é a presença de Jesus fendendo os céus e descendo sem pedir se pode ou não (Isaías 64:1). Avivamento é Deus tomando o controle e o homem subjugando-se ao domínio soberano de Deus. Avivamento é a entrada abrupta de Deus na História, para mudar a história. E pra isso Deus não pede licença! O vento (Espírito) sopra onde quer (sem pedir autorização)!
A igreja tinha as portas trancadas por causa do medo. E tinha medo por causa da ausência de Jesus. Se a ausência de Jesus tira o propósito da igreja e causa medo, sua presença é o avivamento. E quando a presença de Jesus se manifesta alguns ingredientes a acompanham:
1º) A presença vivificante de Jesus devolve a paz da igreja – (vv. 19-21)
Os aguilhões do medo, as garras do temor perdem completa e inteiramente suas forças e a paz inunda a alma da igreja apostólica.
2º) A presença vivificante de Jesus devolve a alegria da igreja – (v.20)
A presença de Jesus devolve à igreja uma alegria indizível. Pois na presença de Deus há plenitude de alegria (Sl. 16.11).
3º) A presença vivificante de Jesus devolve o propósito da igreja – (v. 21)
As portas trancadas denunciavam silenciosamente para o mundo que os discípulos haviam perdido o propósito. Então, a presença vivificante de Jesus rememora o propósito: Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. E ao devolver o propósito, Jesus também os capacita para o cumprimento do propósito: ...soprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.
Sejamos conhecidos como a igreja das portas abertas! A igreja onde soprou o vento do avivamento devolvendo a paz, a alegria e o propósito da igreja.

Rev. Jean Douglas Gonçalves
Pastor Titular da 1a. IPI do DF.

30 maio 2006

O Mundo de ponta-cabeça!

" Então Ana orou, dizendo..."


A oração de Ana em 1 Samuel 2.1-10 possui vários contornos de uma inversão do cosmos. O mundo é posto de ponta-cabeça! Os grandes tornam-se pequenos, e os pequenos são engrandecidos; os últimos encontram lugar de primazia, e os primazes tornam-se os derradeiros; os fortes são derrotados e os fracos triunfantes; os fartos padecem fome e os famintos são saciados, a estéril é agraciada com filhos e a arrogante mãe perde o vigor...
Essa inversão das grandezas pode ser percebida também no cântico de Maria: Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos (Lc. 1.52-53). No ensino de Jesus o Reino de Deus é apresentado inteiramente distinto do reino dos homens: quem se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado (Mt. 23.12, Lc. 14.11 e 18.14); os primeiros serão últimos; e os últimos, primeiros. (Mt. 19.30, 20.16, Mc. 10.31 eLc. 13.30); o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve (Lc. 22.26, Mc. 9.35) e, assim, Deus oculta as coisas aos sábios e instruídos e as revela aos pequeninos (Mt. 11.25). Até que Paulo nos esclarece que esse é o caminho e o método da escolha divina: Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são... (1 Co. 1. 27-28).
Assim, é-nos demonstrado que nossos pretensos anseios de grandeza, proeminência e primazia são aos olhos de Deus desprezíveis. Primeiro, porque Deus é o possuidor dos domínios da terra. Em sua oração Ana reflete sobre a soberania e a majestade de Deus, quando anuncia que Não há santo como o Senhor; porque não há outro além de ti; e Rocha não há, nenhuma, como o nosso Deus... O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir. O Senhor empobrece e enriquece; abaixa e também exalta... porque do Senhor são as colunas da terra, e assentou sobre elas o mundo... O Senhor julga as extremidades da terra, dá força ao seu rei e exalta o poder do seu ungido. Ana, portanto, exalta o senhorio de Deus, seu domínio e poder real. Considerando que qualquer aparente e pretenso poder humano é, na verdade, concedido por Deus. Afinal é Deus quem remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes (Dn. 2.21).
Depois, porque o homem não prevalece pela sua força. São com essas palavras que Ana deflagra em sua oração o segundo motivo pelo qual nossos desejos de proeminência são aos olhos divinos descartáveis. Lendo os evangelhos percebemos que os discípulos procuram com seus próprios recursos e argumentos um lugar de status no Reino de Deus. Mas, descobrem, que entre eles, ou seja, no Reino de Deus, não seria assim. Lutero já nos alertava que a força do homem nada faz.
Entretanto, quantas vezes a igreja reproduz o reino humano e despreza o Reino de Deus. A nossa grande tentação é o domínio de uns sobre os outros, é a busca pelos primeiros lugares, pelas honrarias e holofotes. Enquanto deveríamos descansar humildemente aos padrões do Reino de Deus, cansamo-nos na batalha incessante por um lugar entre os homens. Não há como negar, as Escrituras desmontam este mundo, colocando-o de ponta-cabeça. E estabelecem um paradigma de justiça e retidão provenientes de Deus.
Rev. Jean Douglas Gonçalves

24 maio 2006

"Lave seu Sofrimento com as Lagrimas da Esperança!"

“Com lágrimas se consumiram os meus olhos,
turbada está a minha alma, e o meu coração se derramou de
angústia por causa da calamidade da filha do meu povo; pois
desfalecem os meninos e as crianças de peito pelas ruas da cidade”
(Lamentações 2.11)

O livro das “Lamentações de Jeremias” é um relato do olhar do profeta para a cidade de Jerusalém, assolada, destruída e com cheiro de morte; situação causada pelo desterramento de boa parte de sua população para a Babilônia.
O livro das “Lamentações de Jeremias” é esse olhar para o sofrimento, numa tentativa de tentar compreende-lo e, ao mesmo tempo, harmonizar a sua realidade diante da fé.
Compreender o sofrimento é uma tentativa constante dos seres humanos em todas as eras e em todos os lugares. C. S. Lewis escreveu que “O erro e o pecado são um mal mascarado; o sofrimento é um mal às claras, indiscutível. Todo homem sabe que algo está errado quando sente dor”.[1].
É justamente a anormalidade do sofrimento que nos traz os mais tenebrosos questionamentos. Há momentos na vida que o céu parece estar longe demais e a terra não pode ser sentida sob os pés. Que o nosso olhar não consegue vislumbrar absolutamente nada à frente, e nem nossas palavras conseguem expressar. Nossos conhecimentos não explicam, nossa fé parece ser pequena demais, nossos credos, doutrinas e chavões até então cridos como verdades inflexíveis, parecem perder o sentido. Não há como pensar ou falar, tão somente ‘sentimos a dor’.
Diante do sofrimento podemos reagir de muitas maneiras:

1. indiferença:
Numa sociedade voltada para o consumo e para o bem-estar pessoal, a indiferença frente ao sofrimento dos outros é quase sempre a primeira alternativa a ser seguida.
Mark Twain, “É muito fácil lidar com a adversidade. Com a dos outros, especialmente”. [2]
Jeremias sentiu o sofrimento da cidade! Jeremias chorou a dor da cidade! Jeremias questionou a Deus pelo sofrimento da cidade. Jeremias orou a Deus para que consolasse os aflitos e angustiados da cidade. Jeremias sabia que somente Deus poderia consolar a dor daqueles que sofriam.
Como temos reagido frente ao sofrimento dos outros?
Jesus ensina-nos a reagir frente ao sofrimento dos outros... As palavras compaixão e misericórdia, são freqüentemente utilizadas para as ações de Jesus frente aos que sofriam. Precisamos pedir a Deus que encha nosso coração de compaixão por este mundo que sofre! O egoísmo, o amor a si mesmo, e a indiferença, a preocupação somente com o que me é próprio, são as marcas do inferno; mas o amor, a marca do Reino de Deus, nos faz voltar nossos olhos ao próximo e estender-lhes as mãos!

[1] O problema do sofrimento. São Paulo, Mundo Cristão, 1983, p. 67
[2] apud SWINDOLL, Charles. O Mistério da Vontade de Deus. São Paulo, Mundo Cristão. 2001, p. 14.
2. Revolta.
Jeremias não se deixa dominar pela indiferença, mas tampouco pela revolta. A rebeldia pode ocupar nosso coração se nossa visão sobre Deus for distorcida ou nosso conhecimento sobre Ele for superficial.
A revolta é a rebelião contra aquele que está no poder, ou que detém o poder. Diante do sofrimento muitos permitem que a revolta ocupe lugar no coração. A revolta contra Deus é, em suma, o sentimento que nasce por se considerar Deus impotente e, ou, indiferente.
Jeremias não se revolta contra Deus. Ele fica indignado com o sofrimento, mas não fica indignado com Deus.
O que Jeremias faz?

3. Jeremias lava seu sofrimento nas lágrimas da esperança (leia Jeremias 3.19-25).
Jeremias vai de encontro ao sofrimento, mas percebe que o olhar para o sofrimento pode secar a fé no coração. Sem Deus, o sofrimento torna-se absoluto. Mas a fé em Deus, é a certeza que não há outro absoluto senão Ele mesmo, (vs. 17-18).
Jeremias torna as suas lágrimas de indignação pelo sofrimento em lágrimas de esperança. Não é o soluço do rebelde e desesperado, mas o pranto do que crê e, por isso, espera em Deus.
Esta é a mesma experiência de Jó. O livro de Jó conta o caminho da revolta à esperança.

“Na fé cristã, a angústia não nos separa de Deus, mas ao contrário nos conduz a uma comunhão mais profunda com Deus. A fé cristã em Deus é essencialmente comunhão com Cristo, e a comunhão com Cristo é essencialmente a comunhão com o Cristo que foi tentado e que sofreu e se sentiu abandonado. Em sua própria angústia, o homem participa na angústia de Cristo, pois Cristo em seus sofrimentos passou pelos mesmos sofrimentos e angústias que afetam os seres humanos”

“Por isso, na espiritualidade cristã, Cristo crucificado sempre serviu de consolo na angústia e no medo. E, certamente, não precisamente porque Cristo, como Filho de Deus, pode viver essencialmente livre da angústia e incapaz de sofrer, mas sim precisamente por causa da sua ‘angústia e seu castigo’ (...) Isto se expressa de um modo impressionante naqueles versos de Paul Gerhardt: ‘Quando meu coração se encontra/ na angústia mais profunda/ livra-me das angústias/por tua angústia e teu tormento”[1].

Ézio Martins de Lima, rev
Igreja Presbiteriana Independente Central de Brasília - DF
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[1] MOLTMANN, Jürgen, Experiencias de Dios. Salamanca, Sigueme, 1983, p. 68.

23 maio 2006

"ALEGRIA É COISA SÉRIA!"

“Assim agora vós tendes tristeza; mas outra vez vos verei; o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar”
(João 16.22)

A alegria poder ser efêmera... O autor de Eclesiastes a comparou à bruma matutina (neblina) que nos primeiros raios de sol se dissipa sem deixar vestígio algum...
Alguns há que cansados de esperar por uma alegria duradoura, por terem experimentando tantas doses de efêmeras alegrias, se conformaram com o conceito de que a vida é um contínuo sofrimento. É muito mais fácil mesmo ser tomado pela tristeza do que pela alegria. O apóstolo Paulo escreveu aos Filipenses que “aprendi a viver contente em toda e qualquer situação”. (Fp. 4.11). Paulo nos ensina que se “aprende a viver feliz!”. Ser feliz, portanto, começa com uma decisão e se desenvolve em um aprendizado. Não é necessário aprender a reclamar, lamuriar, remoer o passado, a tristeza... Não! Estas coisas se instalam sem pedir licença. São posseiros de um coração desatento, disperso e vazio! A alegria, contudo, é “fruto do Espírito” (Gl. 5.22). É ainda um mandamento “Alegrai-vos SEMPRE no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Fp. 4.4).
Atente para estes textos:
“Celebrai com júbilo ao Senhor, todos as terras. Servi ao Senhor com alegria...” (Salmo 100:1,2).
“A esperança dos justos é alegria...” (Provérbios 10:28).
“Os justos, porém, se regozijam, exultam na presença de Deus e folgam de alegria” (Salmo 68:3).
“Vós, com alegria, tirareis água das fontes da salvação” (Isaías 12:3).
“Mas regozijem-se todos os que confiam em ti; folguem de júbilo para sempre, porque tu os defendes...” (Salmo 5:11,12).
Jesus diz aos discípulos: “...se me amásseis, alegrar-vos-íeis...” (João 14:28).
O salmista declara “...bem-aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor!” (Salmo 144:15).
Alegria quer dizer “satisfação, felicidade, regozijo de espírito, entusiasmo causado pela esperança.” Regozijo quer dizer “alegria em intensidade máxima, estar intensamente alegre.” Felicidade quer dizer “plena satisfação, prazer abrangente.”
Quantas pessoas você conhece atualmente que têm regozijo de espírito, estão entusiasmados, intensamente alegres, em plena satisfação, experimentando alegria em intensidade máxima?
John Pipper inicia seu livro (Desejando Deus) construindo a filosofia do hedonismo cristão em cinco pressupostos:
1) O desejo de ser feliz é uma experiência humana universal. Esse desejo é bom e não pecaminoso;
2) Nunca devemos negar nem resistir ao nosso desejo de ser felizes. Devemos, pelo contrário, intensificá-lo, buscando aquilo que possa produzir maior satisfação;
3) Só encontramos a felicidade verdadeira e permanente em Deus;
4) A felicidade que encontramos em Deus é plenificada quando compartilhada com outros em amor;
5) À medida que tentamos abandonar nossa busca de prazer e felicidade, desonramos a Deus e fracassamos em amar as pessoas.
Millôr Fernandes afirmou sarcasticamente: "Sinto a sensação cada vez mais inconfortável de ser feliz num mundo em que isso está completamente fora de moda". O mundo busca freneticamente a felicidade, mas acham-se cada vez menos pessoas felizes. Pelo número de antidistônicos vendidos nas farmácias, o que é uma tentativa de baixar o nível de stress e ansiedade da vida, percebe-se que a felicidade não está sendo encontrada.
Por quê? A resposta é simples. Não estamos buscando a felicidade na fonte certa.
Pipper fez uma afirmação ousada em seu livro: "O hedonismo secular busca a felicidade, mas não a busca com todas as forças". Se o fizesse, satisfaria-se em Deus. Na verdade, essa geração garimpa felicidade em minas inviáveis e encontra cascalho. Cava poços para saciar sua sede e bebe águas podres. No afã de ser feliz, acaba ainda mais infeliz.
Estou consciente de que as pessoas encontrarão essa felicidade somente em Deus. PARA DEUS, A ALEGRIA É COISA SÉRIA. Deus se preocupa com sua felicidade, com sua alegria. Jesus morreu para que você eu vivêssemos em qualidade de vida, em vida abundante, em vida feliz!

Rev. Ézio Martins de Lima

22 maio 2006

"Alegrando nas coisas comuns da vida"


Olá gente! Bem, ficamos sabado e domingo sem postar. Ainda estamos estruturando para que todos os dias tenhamos algo compartilhado aqui com vocês, mas ainda não temos como colocar novas mensagens todos os sábados e domingos, e também estamos trabalhando para que outros homens, e outras mulheres de Deus, possam estar compartilhando daquilo que Deus tem feito em suas vidas. Ah, abaixo, segue mais um texto:



Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade. Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação" Filipenses 4.10-11.


Bem, hoje gostaria de compatilhar algo que esteve em meu coração durante o fim de semana. Surgiu a partir do compartilhar da Palavra no culto dos jovens da Igreja onde estou. Durante a meditação, feita pelo irmão Uilian, fomos exortados a exercitar a nossa alegria no Senhor, passei a pensar do por quê muitas vezes "não termos" motivos para nos alegramos no Senhor. Sei que não são poucos os textos bíblicos em que somos chamados a provar da alegria no Senhor. Aliás, a Bíblia em muitos momentos nos ensina que a nossa alegria no Senhor advém da Sua alegria para conosco. Não é isto que diz o texto bíblico quando afirma haver festa no céu quando um pecador se arrepende (Lucas 15. 7 e 10)? Não é isto que vemos na parábola do pai que com alegria recebe o filho rebelde (Lucas 15)? Não há outros textos onde podemos ver o testemunho do autor bíblico nos ensinando ser a alegria no Senhor a nossa força ( Salmos 4.7; 30.11; 43.4; 45.5; 59.16, entre tantos outros)?

Não quero ser ingênuo, nem insensível. Não o sou. Sei que muitas vezes nos vemos incapazes de sorrir. Como se as circunstâncias tivessem o poder de drenar nossa alegria. Há, inclusive, uma peça infantil cujo nome é "O ladrão da alegria", a qual exemplifica bem o que estou dizendo. Contudo, tanto o pecado, quanto o diabo, ladrões da alegria, já não possuem poder sobre os que deles foram resgatados e libertos. E, aos que foram alcançados, e levados à presença de Deus, a promessa é outra: na sua presença há "alegria plena", e em sua mão direita, "delicias perpétuas" (Sl 16.11).
Não quero simplificar coisas que são complexas. Não quero negligência o sofrimento de ninguém. A dor não é algo banal. Muitas são as vezes que me pego triste. Mas também não posso cometer o erro de tornar complexo algo que é simples. Mas, o grande problema é quando olhamos paras as circuntâncias, principalmente as adversas, e não conseguimos contemplar o Senhor como aquele que está acima delas, e que por isto, tem não somente a visão do todo, problemas e soluções, como também não está alheio ao que estamos passando, seja algo bom ou ruim. Ai está a dificuldade em não conseguirmos enxergar motivos para a alegria, de não conseguirmos aprender a viver contente em toda e qualquer situação.
Por isto, creio de todo coração, que talvez o grande problema, o grande impecilho para se viver plenamente a alegria do Senhor em todo tempo, seja o fato de que, nos dias atuais, não nos satisfazemos com as coisas comuns. Não aprendemos a gozar da companhia do Senhor nas coisas simples da vida, e sempre esperamos, ou imaginamos, que nosso gozo estará contemplado somente quando Deus fizer "algo extraordinário". Não sabemos nos satisfazer com o pouco, ou seria o bastante, e assim, a nossa alegria se perde no nosso muito murmurar.
Paulo, desta forma, nos ensina algo importante, vital: no Senhor, podemos ter alegria em toda e qualquer situação!
Quando o apóstolo dos gentios diz ter aprendido estar contente em toda e qualquer situação, demonstra uma transformação do modo de ver o mundo. Os acontecimentos, bons ou ruins, não estão fora do controle de Deus. Não estamos a sós em nenhum instante, e todo respirar é dado como dadiva divina a nós. Ou seja, nenhuma circuntância de nossas vidas está fora do concentimento do Senhor. Até mesmo quando erramos, ali está o Senhor a nos exortar em amor, a amenizar as consequências, ou a fortaler nossos corações afim de tornar-nos aptos a suportá-las e superá-las. E não será isto motivo de grande alegria? Por causa desta verdae, vemos Paulo exortando aos irmão Filipenses em um outro momento com a seguinte recomendação: "Alegrai-vos no Senhor, outra vez digo: alegrai-vos!". Fp 4.4.
Meu desejo, de todo coração, é que a alegria do Senhor seja sua força. É de que possas abrir seus olhos e coração, e contemplar a boa mão do Senhor agindo a favor de sua vida em todos os momentos, ainda que tudo grite o contrário, e de que possas nisto provar a força que vem da alegria no Senhor. Assim seja nesta segunda. Assim seja nesta semana. Assim seja em todos os segundos, minutos, horas, dias, meses, anos, decadas e resto de sua, de nossas vidas.
No amor em Cristo Jesus, Cleber B. Gouveia, pr.

19 maio 2006

"Jeitinho brasileiro crente?!!!"

"Falando a verdade com espírito de amor, cresçamos em tudo até alcançarmos a altura espiritual de Cristo." (Efésios 4.15)
Há dias que venho dormindo, levantando, viajando, repousando, ou seja, vivenciando meus dias comuns, e sempre me vejo frente a uma notícia de escandá-los na política brasileira. Acusações são feitas, e defesas emocionadas, chorosas, ou raivosas, são construidas com a mesma rapidez. Parece-me até que já existiam, esperando tão somente o dia "D", da Desconversa. O pior de tudo, é o fato de muitos dos envolvidos serem conhecidos como sendo da "bancada evangélica". Alguns desejam, inclusive, a Presidência da República, e claro, nós, ou alguns de nós, os evangélicos, oramos, "profetizamos", e trabalhamos para que isto aconteça. Mas sabe o que mais fazer doer o meu coração: a conclusão de que o "jeitinho brasileiro", o pior dele, está presente também nestes políticos.
Mas não precisamos parar somente nos políticos. Quantos de nós, a começar de mim, usam deste artifício, em muitas situações, objetivando lucrar com a boa vontade do próximo, ou mesmo sair de uma saia justa? E somos, pelo menos eu o fui hoje, confrontados com o texto de Efésios: "falando a verdade, com espírito de amor, cresçamos em tudo, até alcançarmos a altura espiritual de Cristo."
Sei que o tal "jeitinho brasileiro" possui o melhor de nós também. Qualidades reconhecidas nas artes, nas ciências... somos bons em tudo que nos dedicamos. Ganhamos prêmios e somos reconhecidos no mundo inteiro pela nossa arte literária, musical, e, nos esportes, nem é preciso falar muito. Temos a simpatia do mundo inteiro, talvez até os argentinos no fundo nos admirem. Conseguimos driblar a desigualdade, a injustiça social, e somos felizes em contextos onde outros moradores do planeta talvez quisessem o fim de suas vidas. Poderíamos dizer que nos alegramos em toda e qualquer situação.
Contudo, nosso "jeitinho brasileiro" precisa passar também pela conversão que a Cruz de Cristo proporciona, e ser um "novo jeitinho brasileiro Crente", e crente mesmo, de forma que o desejo louco de se passar pelo esperto que nunca perde, e sempre busca levar vantagens pessoais, seja trocado pelo esperto que nunca perde a oportunidade de levar a vantagem para o seu proximo. Creio que necessitamos buscar a conversão de nosso "jeitinho brasileiro" que, todos sabemos, está enraizado em nossa personalidade. Assim, aprenderemos a falar a verdade, com todo espírito de amor, e poderemos verdadeiramente crescer em tudo, até mesmo na influências frutífera junto a sociedade, e chegarmos a "...altura espiritual de Cristo". Poderemos, então, desejar as esferas de poder com o verdadeiro intuíto de levar a nossa Nação ao "...pleno conhecimento da Verdade".
Não estou aqui como alguém que julga ter alcançado, mas sim como um pecador agraciado que, chamado hoje ao arrependimento matinal, sigo "...para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Fp 3. 4-11), que deve ser a atitude de todo crente que busca imitar ao seu Senhor e Mestre. E, por fim, desejo a todos um ótimo fim de semana, reafirmando: levem ao caminho da conversão em Jesus Cristo o seu "jeitinho brasileiro". Ele também precisa dela. O meu já está sendo levado ao caminho da cruz de Jesus Cristo.
No amor do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Cleber B. Gouveia, pr.

18 maio 2006

"Haverá impossíveis para Deus em nossas vidas?"

"Porquê para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas."
O trecho acima está registrado no livro de Lucas, no capítulo 1, verso 37. É uma palavra do anjo Gabriel à Maria, durante a anunciação de que fora ela escolhida por Deus para ser a mulher que haveria de gerar e cuidar, ensinar, e dedicar-se, de forma geral, àquele que viria a ser o Salvador de todos nós. Segundo João, o Verbo encarnado, que habitou entre nós, cheio de Graça e Verdade. Graça, aliás, que envolveu Maria antes mesmo que lhe fossem ditas as Boas Novas. Agora, o que mais chamou a minha atenção foram as palavras de Gabriel "...para Deus, não há impossíveis em todas as Suas promessas...". Que palavra maravilhosa, confortante, dita num dia comum, vivida em outros dias iguais, porém, envolvidos pela graça de Deus, e agora, por nós, também plenificados pela presença e ação poderosas de Jesus em nossas vidas. Sim, pois como o próprio anjo afirmara, "...não há impossíveis para Deus..." no cumprimento de suas promessas. Ou seja, quando o Senhor nos promete algo em Sua Palavra, Ele mesmo se empenha em cumpri-las em nossas vidas, e na vida de quem as recebe com fé; e pelo que lemos, não mede esforços para torna-las realizadas. Na promessa feita a Israel sobre o Messias que haveria de restaurá-lo (entenda-se redenção e restauração da Criaçao), o Senhor tornou possível que um ser humano se tornasse justo diante dEle. E como? No impossível de um Deus se esvaziar de Si mesmo, e fazer-se humano. E mais: na fragilidade humana, em meio a todas suas fraquezas, cumprir todas as exigências de um Deus perfeito afim de que, em seu sacrificio na cruz, salvasse toda criação da condenação do pecado. E fico pensando: "se Deus fez isto por nós, e aniquilou o pior de todas as coisas, satisfazendo a nossa maior necessidade (refiro-me a vencer o pecado e seu poder mortal, e ainda barreira do pecado, e sermos aproximados novamente dEle, Hebreu 10. 19-22), quanto mais nas coisas "comuns", de nossos outros dias comuns, o que Ele poderá fazer por nós?
Ok. já falei de mais, e continuar poderá ser um grande equivoco. Mas gostaria de terminar deixando uma coletânea de textos bíblicos, objetivando construir minhas palavras finais em direção a uma vida no pleno gozo desta palavra de Gabriel à Maria que a nós também é direcionada, sendo: "Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade. Agrada-te do Senhor, e ele satisfará aos desejo do teu coração. Entrega teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará... Espera pelo Senhor, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois, pelo Senhor... Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas." (Salmos 37. 3-6 e 27. 14; Lucas 1.37). A todos, uma ótima quinta, caminhada na alegria gerada pela certeza de que Deus cumpre todas as Suas promessas dadas a nós por herança (1 Pd 1. 3-9).

No amor em Cristo Jesus, Cleber B. Gouveia, pr.

17 maio 2006

Estamos chegando para falar em Deus....


Olá!!! Estamos chegando para falar sobre Deus! Sua pessoa, Sua obra, Seu amor, Sua graça, sobre aquilo que ele tem feito em nós, e a favor de nós! Será um espaço aberto, onde poderemos compartilhar as bençãos do Senhor em nossas vidas, de forma que este compartilhar se torne uma carta aberta para que todos possam ler, e crendo, serem alcançados pela graça salvadora do Senhor Jesus Cristo. Perguntas também serão bem vindas! E serão respondidas por mim e amigos, que comigo têm aprendido do Senhor em nossa caminhada Cristã. Bem, esta é a nossa esperança, e grande alegria de podermos "Falar em Deus!".

No amor em Cristo Jesus, Cleber B. Gouveia, pr.