16 março 2007

Jesus, Emanuel, o Deus conosco!

Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco.”
Mateus 1 – 23.



Nossos dias têm sido dias difíceis. Não posso afirmar se são dias piores que outros de épocas passadas. Não. Mas, penso que têm sido semelhantes aos do tempo de Noé. Dias onde a maldade se múltipla no coração do ser humano (Gênesis 6 a 9). Como Deus prometera não destruir mais a terra com água, quando chove não penso construir uma nova arca, e nem temo um dilúvio como descrito na Bíblia. Entendo, porém, que os dias se findam, e o tempo da volta do Senhor está perto.

Mas, refletindo sobre o tempo presente, contemplamos duas coisas: 1. o ser humano cada vez mais se mostra indiferente para com Deus. Faz as coisas como exposto por Jesus no seu Evangelho: casa-se, dá-se em casamento, mata, rouba, perpetua a injustiça; ou seja, faz coisas comuns ao homem decaído. 2. a sua indiferença para com Deus o está levando cada vez mais à reflexão de que o Senhor não se importa com o que acontece na terra. Dias atrás o Rev. Ezio falou-me de suas conclusões a respeito do Salmo 73, e a mim expôs que o salmista descreve algo parecido: “os ímpios prosperam e aparentemente não ligam para Deus”. Acham que este não conhece o que fazem, e nem tem interesse em julgá-los. Nossa justiça brinca de desejar fazer justiça, contudo, entendo que como no salmo 73 só não seremos frustrados, se esperarmos a Justiça das mãos do Senhor, ainda que use homens e/ou mulheres para isto; tomara sejam estes Sua igreja.

Diante de tudo acima apresentando, e voltando ao texto de Mateus 1, passamos a falar do termo “Emanuel”, o qual quer dizer “Deus conosco”, e denota alguns significados importantes: 1. Deus conosco compreende a idéia de “Deus perto”. Ou seja, por mais que o coração do ser humano esteja sem Deus, e por isto a maldade nele se multiplica, não significa que o mundo, a criação, esteja sem a presença de Deus. Os agentes mais influentes e transformadores desta realidade podem até ignorar, ou tentar não sentir, mas Ele não está longe do que criou, pelo contrario, está perto (Filipenses 4.5). 2. Deus está entre nós. Deus conosco significa isto. A encarnação significou isto. Deus não está somente perto, Ele está entre. Em Jesus Deus esteve entre as pessoas, se misturou na multidão, foi por ela tocada. Não havia seguranças ou mesmo um lugar diferenciado para Ele estar. Sua casa, quando nela esteve, ficou cheia de pessoas, e, no meio destas, as ensinava e as curava (Marcos 2). 3. Deus está com a gente. Deus conosco significa claramente isto. Não há outro significado que não seja “estar ao lado”, “estar junto”. Há muitos que ficam entre, mas não “com”. Há muitos, como a grande maioria dos políticos de nosso país, que estão entre. Há até mesmo alguns pastores os quais estão entre o rebanho, no meio, mas não “com” ele. Disto surge indiferença, pois, apesar de estar entre, não se sente igual. Somente o igual “está com”. Surge o comercio, o apascentar em favor próprio, pois não se “sente com” o rebanho em nenhuma das denotações possíveis desta expressão.

É incrível como Jesus não se fez diferente da humanidade decaída com a qual esteve, ainda que sua humanidade o fosse, pois era semelhante e não igual, principalmente quanto ao aspecto da natureza pecaminosa, pois, como nos diz o texto de Mateus “... pois o que nela se gerou é do Espírito Santo (Mateus 1.20; Filipenses 2.7; Hebreus 2.14-17; ). Ele, a expressão máxima do Pai (João 12.45; 14.9), se identificou como igual, aliás, foi mais longe e, na cruz, demonstrou identificação ao se fazer pior do que todos de seu tempo, e nela morreu. Deus conosco significa, desta forma, “estar com”, “sentir com”, “ser igual com”, “tomar o lugar com”, e até mesmo “tomar o lugar de”, não sendo indiferente, mas fazendo-se próximo.

É interessante notarmos isto, pois Ele poderia ter-nos ignorado. Poderia ter acabado com tudo se simplesmente tivesse dito: “basta”. Poderia não ter-se envolvido. Contudo, seu amor o aproximou de nós, e nos aproximou dEle (Romanos 5; II Coríntios 5.18; Efésios 2.13; Colossenses 1.22). Fez-nos provar de uma vida com os benefícios de sua proximidade, denominada por Ele mesmo como sendo “a vida abundante” (João 10.10). Fez-nos entender que Seu desejo é o de reconciliação, de comunhão, de partilha, de vivência. Trouxe-nos a compreensão da Sua Boa, Perfeita e Agradável vontade pela qual deseja mudar nossa condição de maldição e morte pelo pecado, dando-nos por Sua morte a vida fundamentada na liberdade do Seu amor!

Louvado seja o Senhor Jesus, o Deus conosco! Louvado sejas o Deus Trino nEle revelado! Louvado seja este maravilhoso Deus que por, e em Seu infinito amor, nos leva a uma vida onde a ausência de Deus jamais será sentida, mas Sua presença gozada com alegria e delícias perpétuas (Salmo 16.11)

Cleber B. Gouveia.
Pastor Auxiliar da 1ª IPI do DF.

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