02 agosto 2007

Olhar para além dos montes...

SALMO 121
121 - 1 Elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro? 121 - 2 O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra. 121 - 3 Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não dormitará. 121 - 4 Eis que não dormitará nem dormirá aquele que guarda a Israel. 121 - 5 O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua mão direita. 121 - 6 De dia o sol não te ferirá, nem a lua de noite. 121 - 7 O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua vida. 121 - 8 O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.



Nós vivemos dias em que as palavras do Salmista se encaixam muito bem. São tempos em que nossa entrada, principalmente se for num avião, nos dá medo. Tememos pela saída, de como, e se esta acontecerá. Mas é certo que também há medo quando um professor em nossos dias entra numa escola na periferia. "Será que serei novamente agredido?, ou agredida?". Mas, assim como valem as preocupações, e a sensação de que a peregrinação esta por ser interrompida com o ataque dos ladrões que descem dos montes, é certa a possibilidade do socorro divino. De onde nos virá o socorro?. Daquele que fez os céus e a terra (v.2).

O salmista parece ser um morador da cidade grande, ou mesmo de uma pequena cidade tomada pela violência urbana. Pode ser também um morador do campo indefeso, sendo atacado por ladrões. Poderia ser ele também uma pessoa bem guardada pelos seus seguranças, ou que more numa cidade tranquila, mas cujo coração é atacado constantemente pela culpa, pela solidão, pelo medo, pela angústia, pela depressão, pela falta de amor, compreensão, pelo pecado, pelo inimigo de nossas vidas; Para todos, porém, há socorro em Deus no tempo oportuno.

O salmista demonstra ter encontrado a trilha para o abrigo de sua vida, em tempos de aflição. Seus olhos, ao perceberem o perigo, vão diretamente para além da situação e dos que vêm contra ele. Eles se elevam para o alto, não em busca do socorro, mas já visualizando aquele que o traz. Parece-me que não há dúvida se Deus o ajudará ou não. O vejo mais afirmando aos seus inimigos: "Acham que estou só, indefeso? Esperem! O Senhor já vem, e com Ele é certo o meu livramento por Suas poderosas mãos!".

Olhando para o texto, e para a ação do salmista, compreendo que a segurança dos seus pés estão na caminhada de fé diária pela trilha do relacionamento com Deus, ao ponto de, no momento em que é surpreendido, ter a calma e a paz para fazer uma afirmação de que seus inimigos vêm contra ele com lanças e paus, mas ele os enfrentará com a força do Senhor, pois têm a sua amizade e aliança.

Em sua boca há a mesma confissão de fé: "se Deus é por nós, quem será contra nós?". Uma afirmação construída no dia-a-dia, exercida nos dias maus, reafirmada após a vitória, pois na batalha esteve com ele o Senhor. Por isto, o autor da carta aos Hebreus diz que seus olhos estão constantemente firmes no autor e consumador de sua fé, Jesus Cristo, no qual pode enfrentar suas lutas (Hebreus 12.2).

Acredito que nossos dias são tempos onde a maldade se multiplica no coração do ser humano, talvez de uma forma como minha geração não tenha visto. Ou talvez só agora estejamos despertando do sono, e descobrindo que a multiplicação do mal não seja algo tão recente. Descobrindo que temos uma inclinação para ações destrutivas desde Caim e Abel, e de que não há acepção de pessoas entre as vítimas, sejam estas crentes ou não.
Contudo, entendo que precisamos continuar com os olhos firmes, e a confiança renovada de que o guarda de Israel não cochila e nem dorme, e por isto não permitira que nosso pés vacilem nos dias maus. De que Ele não está desatento para com nossas vidas, e deste modo, continuará provendo socorro no tempo oportuno, fazendo-nos cantar: "O meu socorro vem de Deus, criador dos céus e da terra...".


No amor deste, que é nosso refúgio e baluarte,


Cleber Batista Gouveia, pr.
Pastor Auxiliar da Primeira Igreja Presbiteriana Independente em Taguatinga, DF
Capelão do Colégio Cedecap.

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