02 julho 2009

AFIRMAÇÕES DA CEIA DO SENHOR


Na maioria das Igrejas cristãs, celebramos a Ceia do Senhor pelo menos uma vez ao mês. Na tradição judaica é a celebra da libertação da escravidão do Egito, mas, para a Igreja, qual é o significado deste Sacramento? Pessoalmente creio que, ao celebrarmos a Ceia, fazemos alguma afirmações, as quais exponho a seguir:

1. A Afirmação da fé (João 6.22-40; 2ª. Tm 2.22): quando participamos da Ceia afirmamos nossa fé. Não fé na fé, mas fé na pessoa de Jesus Cristo e Sua obra na Cruz (Atos 2.41-42). Cremos que Seu corpo entregue na Cruz nos substituiu diante do juízo de Deus, e ali Ele se fez maldição em nosso lugar para que fossemos salvos (Gl 3.13; 1ª. Pe 2.24). Cremos que o sangue derramado nos purifica de todo pecado, e que tal obra de amor foi sacrifício perfeito, do qual Deus se agradou, e pelo qual somos justificados pela fé (Hb 9.14)! Cremos que fomos libertos do poder do pecado e da morte, bem como da ingerência do Mal em nossas vidas (Cl 1.13 e Ap 1.5). Ou seja, na celebração da Ceia afirmamos que, pela obra de Jesus na Cruz, somos salvos, regenerados, purificados, vivificados, aproximados de Deus, e uns dos outros (Ef 2.11-22).

2. A Afirmação da comunhão (At 2.42 e 1ª. Cor 11.33): quando participamos da Ceia do Senhor, como Igreja reunida, afirmamos possuir uma só fé, um só batismo, um único pão, o mesmo sangue derramado, uma só esperança, um só Senhor e Salvador, e uma mesma vida e participação comum nos benefícios que esta obra de salvação nos traz (1ª. Cor 10.14-22; Ef 4.1-6). Entendemos não estamos sozinhos; há outros conosco! Há uma família da fé, e esta é a nossa família na fé (Gl 6.10; Ef 2.19 e 3.15). Afirmamos precisar andar juntos, cuidar uns dos outros, servir a mesa uns aos outros e, assim, caminharmos com o mesmo propósito de servir a Deus entre os seres humanos destituídos da Sua Glória. Por isto, Paulo nos diz ser preciso ter discernimento do Corpo de Cristo, a Sua Igreja, para que não caiamos em condenação ao participarmos da mesa comum (I Cor 10.16-17 e 29).

3. A Afirmação da vida (João 6.35 e 48; Rm 5.18): pois, se ela é, desde os tempos antigos, a celebração da libertação da escravidão, então é a celebração da vida! Isto porque não podemos nos esquecer de que a escravidão, devido aos trabalhos pesados, sem descanso, e a péssima alimentação, levava para a morte (Êx 5.1-21). Em nosso caso, éramos escravos do pecado e, presos a ele, sofríamos as suas conseqüências, sendo a pior e última delas a morte eterna. Mas, se o salário do pecado é a morte, o Dom gratuito de Deus em Cristo Jesus é a vida eterna, e por isto celebramos a Vida (Rm 6)! Afinal, os que estão em Jesus Cristo são nova criatura, e desta forma vivem uma vida nova abundante de paz com Deus, Alegria, Poder, Amor, Graça, e de Sua presença que lhes traz esperança (João 10.10 e 11.25)!

4. A Afirmação da Esperança (Hb 9.26): Em sua carta aos de Coríntios, Paulo diz ter recebido instrução do Senhor de que a Ceia deveria ser realizada em Memória dEle, e até que Ele venha! Desta forma, ao celebrarmos a Ceia relembramos Seu sacrifício, e anunciamos sua volta (1ª. Cor 11.26)! Nós, porém, muitas vezes participamos da Ceia sem fé no que ela comunica no presente e aponta para o futuro, e nossas celebrações se tornam em funerais, ou sem sentido. Jesus Cristo morreu, mas também ressurgiu de dentre os mortos e vive, e vem para nos buscar no Dia do Senhor (Hb 10.37). Aleluias!

Por isto, celebre o Sacrifício de Jesus Cristo na Cruz; a vida que este nos traz; e a esperança de que um dia Ele vem para buscar os Seus, trazendo consigo novos Céus e Nova Terra, os quais, da parte do Pai, já estão preparados para nós (Isaías 65.18; 2ª. Pe 3.13; Ap 21.1-2).

Cleber B. Gouveia
Pastor das IPIs do P-Sul, em Ceilândia, D. F. e
Santa Rosa do Descoberto, em Santo Antônio do Descoberto, Go.

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