05 julho 2006

Dando sal a quem tem sede!

As Escrituras nos falam sobre avivamentos. A Bíblia contém relatos de renovação espiritual. E o início da história das renovações se dá em Gn. 4:26 – relatando que depois do nascimento de Enos (fraco/doentio): “Então se começou a invocar o nome do Senhor”. Havia uma apatia espiritual em conseqüência do pecado e queda do homem. Enoque nos chama a atenção no início da história da raça humana. Parece viver numa dimensão constante de avivamento: Gn. 5: 18-24. A história deste homem seria imperceptível se nestes poucos versos não houvesse uma referência tão forte quanto à sua vida com Deus. A Bíblia não diz que Enoque era um “extra-terrestre”, pelo contrário, diz que teve esposa, filhos e filhas, família e viveu! Quando a Bíblia diz que Enoque viveu, quer dizer que esteve no mundo, trabalhou, construiu, produziu e não foi alguém alienado. Avivamentos não devem e nem podem alienar. Avivamento é vida de Deus na terra. Avivamento possui a dinâmica de um novo relacionamento com Deus (novos céus) que produzam mudanças perceptíveis na terra (nova terra). Avivamento que vive com a cabeça no céu se torna lunático, alienante e alienado. E acaba desembocando em asceticismo. O que caracterizava Enoque era que andava com Deus e o verso 24 nos mostra que a caminhada de Enoque com Deus se dava na terra, entre os homens. Somente quando esta relação de amizade entre Deus e Enoque se torna incomum, é então, que “Deus o toma para si”. Pressupondo que toda a realidade de comunhão entre Deus e Enoque se deu na história deste homem. Como exemplo do que citamos acima podemos destacar Jonathan Edwards, o avivamento ocorrido em Northampton - Massachusetts, e o avivamento Coreano em Pyeng Yang, que demonstram como tais despertamentos influenciaram decisivamente a vida espiritual, social, política e econômica da sociedade (Cf. A chegada do avivamento mundial, pp. 21-22).
Quando chegamos às páginas do Novo Testamento nos deparamos com João Batista, que possui uma pregação avivalista, mas que sabe que o avivamento está por vir. Em Cristo os primeiros sinais de um grande mover estão presentes. Jesus começa a trabalhar a religiosidade superficial a fim de atingir o clímax de um avivamento. Jesus treina homens para que o avivamento irrompesse. Depois da glorificação de Cristo e diante da promessa que lhes havia feito, os discípulos aguardam a concretização do derramamento do Espírito Santo. E em Atos 2:1ss temos o relato de um avivamento poderoso que Jesus havia preparado e Atos 2 é somente o início, pois, pelas páginas deste livro nos deparamos com outros pentecostes acontecendo, onde coletivamente o povo fora tocado.
É preciso dizer que temos muitos relatos na história da Igreja de avivamentos que sopraram sobre cidades e nações em determinados períodos. Deus usou homens como Calvino e Lutero, John e Charles Wesley, George Whitefield, Jonathan Edwards, Evan Roberts, General Willian Booth, Charles H. Spurgeon e outros que fizeram diferença em sua geração. Avivamentos cuja influência chegou aos nossos dias.
Avivamento significa no Antigo Testamento literalmente viver, que originalmente carregava o significado de respiração. Avivamento é literalmente respirar na respiração de Deus. Daí Deus ter soprado nas narinas do homem o fôlego de vida e “o homem passou a ser alma vivente” (Gn. 2:7), ou como diz a Bíblia na linguagem de hoje em Ezequiel 37:5: “Eu porei respiração dentro de vocês e os farei viver de novo”.
No Novo Testamento o termo significa ressuscitar (cf. Rm 14:9). Jesus usa esta palavra em Lucas 15: 32 que é traduzida por reviver. Outras palavras também comparam o avivamento a reacender uma chama que ia se apagando aos poucos (2 Tm 1:6). Willian Booth disse: “A tendência do fogo é apagar-se; vigiem o fogo no altar de seu coração”.
Portanto, avivamento é essencialmente uma obra do Espírito Santo em uma visitação incomum ao seu povo, reanimando, restaurando e liberando-o para viver uma vida plena e abundante.
“Senhor, faze-o de novo!” era a oração de um pregador metodista diante do altar, após o falecimento do general Willian Booth do Exército da Salvação. Ele pensava nas profundas obras que Deus havia feito através daquele homem. E pedia a Deus que realizasse novamente tais obras. Quando pensamos nos avivamentos bíblicos e da história da Igreja nossa oração deve ser: “Senhor, faze-o de novo!”.
Rev. Jean Douglas Gonçalves

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