06 agosto 2006

A vida numa balança!


Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?


A pergunta de Jesus coloca nossa vida na balança analítica! O que realmente tem valor? Jesus diz que a vida de uma pessoa vale mais que tudo aquilo que valoramos neste mundo! Isto posto, uma pessoa pode fazer um investimento com o qual consiga angariar os recursos do mundo todo, mas, se vier a perder-se eternamente, terá feito um péssimo investimento.
Infelizmente o ser humano é péssimo no que tange à matemática da vida, haja vista que investi-se muito nos valores que se perdem e valoriza-se pouco, ou nada, os valores eternos. Gasta-se mais tempo tentando amealhar as riquezas que têm menos valor. Isto reflete o estrabismo da visão humana, causada pelo pecado.
O miolo da alma tem que ser Deus mesmo. Nenhum conteúdo religioso pode indenizar os prejuízos causados pela falta de comunhão com o próprio Deus. Se Deus não for o centro de nossa experiência e a excelência de nossos relacionamentos, então, estamos envolvidos com trivialidades que jamais satisfarão as carências profundas de nossa alma. Sem Deus, vivemos no auto-engano e nos tornamos especialistas na criação de subterfúgios!
A falta de intimidade pessoal com Deus é a causa da insatisfação dominante do coração humano. É por isso que, muitas vezes ficamos mais sedentos com a secura de nossa religiosidade. Entramos e saímos dos encontros religiosos sem gozarmos da intimidade da presença de Deus. O filósofo Martin Buber afirmava que “Nada tende a mascarar tanto a face de Deus como a religião; ela pode tornar-se uma substituta para o próprio Deus”. Um cadáver lembra uma pessoa. Ali está o corpo em que viveu alguém, mas o finado não tem expressão. Não há diálogo com morto. Religião sem intimidade pessoal com Deus é funeral. E defunto não cresce, não evolui nem causa progresso. Muita gente se ilude com suas práticas religiosas supondo que este ritualismo mitiga as carências de sua alma. O salmista se perturba com o cerimonial religioso do seu tempo, com o derramar de sua alma, com o festejo da multidão em gritos de louvor na procissão alegre em busca da Casa de Deus. Havia todo um aparato estonteante de motivações religiosas, mas a sua alma encontrava-se abatida, e ele gritava: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim?” E sua resposta evidencia o grande problema: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu”. (Salmo 42.5). Havia muita religiosidade em sua experiência, mas Deus estava ausente do seu louvor. A chupeta acalenta o choramingo da criança, mas não abranda a fome. Nada neste mundo é capaz de satisfazer plenamente a necessidade pessoal de Deus. Muitos expedientes podem atenuar a crise, mas não satisfazem o vazio da alma.
Que adianta ao homem gastar todo o seu tempo e empregar todos os seus esforços no envolvimento com o trabalho, estudo, religião e lazer, não levando em conta a seriedade da salvação eterna de sua alma? Esta é uma questão de prioridade. Ninguém pode desconsiderar este assunto e viver com total significado. Jesus mostrou que, a realização do ser humano passa em primeiro lugar pela preferência do reino de Deus. “Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. (Mateus 6.33).
A salvação eterna e a comunhão íntima com Deus são assuntos que fazem parte da primazia de uma agenda inteligente. Uma pessoa inteligente é aquela que sabe fazer o julgamento correto dos fatos. Não podemos reputar como inteligente alguém que é desatento para os assuntos ligados com a salvação eterna da sua alma. A sabedoria abre os olhos tanto para as glórias do céu quanto para o vazio da terra. Por isso, vale a pena ponderar os enfoques e as ênfases de nossa existência, para não cairmos na armadilha de nos envolvermos apenas com as coisas de menor valor. Afinal, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?


Ézio Martins de Lima, rev.

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